Com a nova
regra, Ministério da Fazenda não cobrará Imposto de Importação para compras de até
US$ 50 feitas em empresas que participarem de programa da Receita Federal e
recolherem ICMS
O Ministério da Fazenda publicou
uma portaria com novas regras para compras internacionais feitas pela internet,
nesta sexta-feira (30/06/2023).
Pela norma, o governo vai deixar de cobrar o
Imposto de Importação para compras on-line de até US$ 50, desde que as empresas entrem em um programa da
Receita e recolham tributos estaduais.
Antes, todas as compras de importados
eram taxadas, independentemente do valor. A isenção de US$ 50 que existia era
restrita apenas para remessas internacionais entre pessoas físicas. Ou seja,
empresas estavam fora desta isenção.
Pela portaria
publicada em 30/06/2023, as compras on-line de até US$ 50 feitas em empresas
que não cumprirem com as novas regras do governo continuarão sendo taxadas. A
medida começa a valer a partir de 1º de agosto de 2023.
As regras do programa ao qual as empresas terão de
aderir também foram publicadas em 30/06/2023 por meio de uma Instrução
Normativa da Secretaria Especial da Receita Federal. A medida cria uma série de
critérios para empresas de comércio eletrônico, como:
-fazer o repasse dos impostos cobrados;
-detalhar
para o consumidor informações sobre os valores de impostos, tarifas postais e
demais despesas;
-colocar
no pacote enviado ao consumidor de maneira visível, no campo do remetente, a
marca e o nome da empresa em questão;
-realizar o combate
ao descaminho e contrabando.
O Ministério da Fazenda também determinou que as
empresas recolham o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
para que as compras de até US$ 50 não recebam o Imposto de Importação.
O
que muda e o que não muda?
-para
compras acima de US$ 50, não muda nada nos tributos federais. Com isso, segue
em vigor a tributação de 60% do imposto de importação.
a
declaração de importação e o eventual pagamento dos tributos acontecerá antes
da chegada da mercadoria.
-o vendedor será
obrigado a informar ao consumidor a procedência dos produtos e o valor total da
mercadoria (com inclusão dos tributos federais e estaduais).
O diretor do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda
dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), André Horta, disse ao g1 que
a norma da Receita afeta apenas a tributação federal. E
que a alíquota de 17% do ICMS continuará incidindo em todas as aquisições do
Programa de Remessa Conforme (incluindo compras abaixo de US$ 50) de empresas
para pessoas físicas.
No começo do mês de junho/2023, o Comitê Nacional de
Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) decidiu
unificar em 17% a alíquota de ICMS para as compras feitas em
plataformas on-line de varejistas internacionais.
Em relação à portaria publicada em 30/06/2023, a regra
vale exclusivamente para compras feitas em empresas de comércio eletrônico,
nacionais ou estrangeiras.
A Secretaria
Especial da Receita Federal do Brasil fará relatórios bimestrais para monitorar
os resultados obtidos com a nova regra, podendo propor mudanças na alíquota
estabelecida.
Polêmica em abril/2023
Em abril/2023, o
Ministério da Fazenda e a Receita Federal anunciaram que iriam extinguir a
isenção para o comércio internacional entre pessoas físicas no valor
de até US$ 50.
À época, o governo
explicou que a regra de isenção estava sendo usada de maneira irregular por
varejistas internacionais, que se "disfarçavam" de pessoa física para
não pagar impostos.
Pelas regras atuais,
as compras internacionais feitas pela internet entre pessoas físicas que
ultrapassem a cota podem ser taxadas em 60% sobre o valor da nota fiscal.
Uma semana após
anunciar a extinção da isenção, o governo voltou atrás e afirmou que não iria
acabar com a isenção para remessas entre pessoas físicas.
Apesar do recuo,
após a polêmica, a Shein assumiu um compromisso com o governo para investimentos
no Brasil. Uma fábrica do Rio Grande do Norte vai começar a produzir roupas
para vendas na empresa em julho/2023.
Isenção e
taxação
A combinação da
isenção para compras de até US$ 50 com a criação de uma taxa para quem não
cumprir as regras em vendas internacionais faz parte da implementação de um
plano de conformidade do governo com os e-commerces globais - principalmente
sites chineses, como a Shein.
Em maio/2023, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
disse que a discussão sobre as regras de tributação nas importações também
envolvia os estados, já que eles têm direito à cobrança de ICMS sobre os
produtos comprados pela internet.
A ideia é que, no futuro, os clientes de sites
internacionais sejam informados dos preços totais dos itens já com a cobrança
do Imposto de Importação, que é federal, além do ICMS.
Fonte:
G1, com edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil
Gostou da matéria e quer
continuar aumentando os seus conhecimentos com os nossos conteúdos?
Assine, gratuitamente, a
nossa Newsletter Semanal M&M Flash, clicando no link a seguir:
https://www.mmcontabilidade.com.br/FormBoletim.aspx, e
assim você acompanha as nossas atualizações em primeira mão!