Empresas que têm
dívidas a receber podem aderir ao programa até o dia 9 de setembro de 2023
O Ministério da Fazenda anunciou a terceira fase do programa Desenrola
nesta terça-feira (29/08/2023). A etapa consiste em cadastrar e habilitar as
empresas no Portal Credor, plataforma do governo para as negociações de dívidas
de pessoas físicas.
As empresas que têm dívidas a
receber, tais como bancos, varejistas, companhias de água e saneamento,
distribuidoras de eletricidade podem aderir ao programa até o dia 9 de setembro
de 2023.
Segundo
o Ministério da Fazenda, a plataforma, criada em conjunto com diversos órgãos e
entidades, como Dataprev, Serpro e Febraban, já possui as dívidas cadastradas,
e os credores devem identificar as que são suas e atualizar os valores para
poder participar do leilão de crédito financiado pelo Fundo de Garantia de
Operações (FGO).
Serão
renegociadas dívidas bancárias e não bancárias como conta de luz, água, varejo,
educação, entre outras. O programa beneficiará pessoas que ganham até dois
salários mínimos (R$ 2.640,00 em valores atuais) ou que estejam inscritas no
Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) e que tenham
dívidas cujos valores de negativação não ultrapassem o valor de R$ 5.000,00.
A
Fazenda ainda enfatiza que todas as empresas que têm dívidas a receber e
realizam negativações podem participar do programa. A inscrição será feita
pelo Portal Credor, usando o eCNPJ com
certificado digital e seguindo todos os passos da plataforma.
Vale
destacar que neste momento os usuários ainda não estão habilitados a entrar na
plataforma e negociar as dívidas. A expectativa da Fazenda é abrir para o
grande público até o final de setembro/2023, conforme o calendário estipulado
pelos técnicos da pasta, mas sem data confirmada.
No
entanto, as pessoas já podem atualizar os dados no site gov.br, com
certificação prata ou ouro, para o acesso futuro à Plataforma.
Garantia
O
governo reservou um montante de R$ 8 bilhões em recursos do Tesouro Nacional
para serem usados como garantia do programa de renegociação de dívidas
Desenrola Brasil.
O valor
direcionado às garantias foi aportado no Fundo de Garantia de Operações (FGO)
e, segundo a pasta, o volume de operações a ser viabilizado com esses recursos
dependerá dos descontos oferecidos pelas empresas credoras.
Sem
detalhar valores, o ministério informou que cerca de 300 credores reúnem a
maior fatia dos débitos, citando como exemplos bancos, empresas de saneamento e
grandes varejistas.
O valor
médio das dívidas para essa faixa de endividados é de aproximadamente R$ 1.000,
disse a pasta.
A iniciativa
do governo visa sanar pendências financeiras da população e abrir espaço para
ampliação de crédito e do consumo em meio a um quadro de juros elevados e dados
de inadimplência que atinge mais de 70 milhões de brasileiros, segundo
informações da Serasa.
As
renegociações serão feitas por meio digital, através da plataforma que reunirá
informações de todos os bureaus de crédito do país.
O leilão
de descontos para selecionar o acesso dos credores às garantias será organizado
em lotes para que haja competição entre dívidas similares, disse o ministério.
As
companhias que vencerem o leilão terão acesso à garantia do governo e terão a
dívida repassada a um banco, com os devedores podendo pagar em 60 parcelas com
juros de 1,99% ao mês. Aquelas que não vencerem o leilão, que não terão a
garantia, ainda poderão ofertar o desconto no sistema integrado, mas os
pagamentos serão à vista.
A
primeira fase do Desenrola não contou com garantias, mas permitiu aos bancos
gerarem créditos tributários a partir dos valores renegociados. O ministério
informou que essa etapa, que envolveu renegociação de débitos de pessoas com
renda de até 20 mil e permitiu que consumidores com dívidas de até 100 reais
limpassem o nome em bureaus de crédito, já viabilizou quase 10 bilhões de reais
em operações.
O
programa, de acordo com a Fazenda, será encerrado no final de 2023.
Fonte: CNN, com informações de Reuters e edição do
texto pela M&M Assessoria Contábil