Quando se pensa em inovação, logo, na
cabeça de muita gente vem a ideia da família Jetsons com toda a sua
parafernália tecnológica. Inovação tem muito mais além disso. Por exemplo, a
criação do fogo foi uma inovação que transformou toda a sociedade, tal qual a
criação de uma roda a partir de uma pedra.
A inovação é um conceito amplo que se refere à introdução de algo novo ou
significativamente melhorado em diferentes áreas da vida, incluindo tecnologia,
negócios, ciência, cultura, governo e sociedade em geral.
Nesse sentido, podemos constatar o desenvolvimento de um povo por meio de suas
criações, que ao agregar valor, muda a vida das pessoas. Assim, a inovação é um
processo dinâmico e multifacetado que envolve a criação e implementação de
novas ideias, tecnologias e abordagens para melhorar a forma como vivemos,
trabalhamos e interagimos com o mundo ao nosso redor.
No que pese a construção desse caminho, o Brasil tem muito a comemorar, pois
subiu cinco posições no Índice Global de Inovação (IGI) em relação a 2022,
alcançando o 49º lugar entre 132 países. Desde 2011 que o país estava fora do
top 50. Ainda está longe das grandes potências, mas agora lidera o ranking na
América Latina e Caribe, ultrapassando o Chile que é o 52º colocado. Vale
destacar que entre os países do Brics, o Brasil fica em terceiro lugar, à
frente de Rússia e África do Sul, mas atrás da China e Índia.
O que tem destacado o Brasil no IGI, segundo dados apresentados na 10º
Congresso Internacional de Inovação da Indústria, promovido pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), são os serviços governamentais on-line,
participação eletrônica, número de unicórnios e ativos intangíveis.
Na questão dos serviços governamentais temos o exemplo do Vale do Pinhão em
Curitiba que agrega todo um ecossistema de inovação desde 2021, que resultou na
conquista do prêmio Latam Smart City Awards 2021, inclusive sendo a 2ª melhor
cidade do Brasil para startups, e 2º ecossistema emergente mais promissor para
startups na América Latina.
Destaque também para Barueri (SP), que lidera, segundo o Relatório da Bright
Cities, que avaliou os índices de 326 cidades brasileiras, como a cidade mais
inovadora do Estado de São Paulo, que aliás, lidera o ranking de inovação, juntamente
com o Estado do Paraná. Na região Norte a cidade mais inovadora segundo o
estudo é Palmas (TO), no Nordeste é Sobral (CE), e no Centro-oeste é Goiânia
(GO).
O Brasil é a 10ª maior economia do mundo, o que pode favorecer, aliás, ter como
ponto mister o crescimento a cada ano no ranking, por meio de investimentos e
políticas direcionadas à Ciência, Tecnologia e Inovação. Para que isso seja
possível, é crucial que haja investimentos em universidades, institutos de
pesquisa e empresas inovadoras, bem como incentivos fiscais, subsídios e a
cooperação público-privada. Para um país de tamanho continental é um grande
desafio, mas, segundo o IGI, referência na avaliação da inovação, estamos no
caminho.
Autor: Elizeu Barroso Alves. Doutor em
Administração e professor no Centro Universitário Internacional Uninter