Muitas organizações não
decolam, ou perdem mercado, por falhas imperdoáveis no atendimento e no
relacionamento com os seus clientes
Tenho visto e
vivenciado tantos tipos de atendimentos e relacionamentos que recentemente me
lembrei do livro de Jan Carlzon - então presidente executivo da companhia de
aviação escandinava SAS. Ele viveu uma bela história sobre os problemas de atendimento
da empresa de aviação de grande porte, que estava em queda absoluta de seu
negócio.
Na empresa do Jan
Carlzon, os resultados eram os piores possíveis e a direção não sabia
exatamente o que estava levando a empresa a este estado de quase falência. Ela
possuía aviões modernos, as melhores rotas, e muitos funcionários em atuação.
Somente numa etapa
crucial de vida da empresa, ele identificou, depois de todas as análises, que o
problema principal estava nas falhas que ocorriam no seu sistema de atendimento
aos clientes, e também, no processo de relacionamento pós-venda.
Ele se reuniu com
todos os funcionários do front-end e perguntou diretamente a eles o que
pensavam sobre esta questão. O gestor ficou surpreso com tantas reclamações,
com o baixo grau de motivação, e a falta de conhecimento em vendas, atendimento
e relacionamento de todas as equipes.
Foi identificado que
a questão principal não era financeira, nem de logística, ou quaisquer assuntos
técnicos, mas, sim a inabilidade, a falta de interesse, os problemas de
comunicação, a ausência de integração das áreas, e os sistemas, que volta e
meia, falhavam, aumentando ainda mais as dificuldades dos clientes.
O Executivo da SAS
tomou algumas medidas de extraordinário sucesso, identificando que era
fundamental para a organização, motivar e criar um processo de comunicação com
a equipe de Front-end. O encontro com o cliente foi o que ele chamou de "a
hora da verdade". Esta foi a resposta.
Para ele tudo começa quando o
cliente faz o contato com a empresa, e que este é o momento mais importante de
todos. Cabe à empresa oferecer atendimento superior, capaz de fazer o cliente
voltar e até se fidelizar.
Essa experiência foi
determinante no mundo do marketing, entretanto, uma boa parte dos gestores,
ainda não aprenderam essas lições. Vale citar aqui os problemas mais comuns, no
que se refere ao atendimento, e que acabam por destruir a reputação de muitas
empresas, e profissionais liberais de todas as áreas, veja:
. Promessas feitas através das diversas
mídias, e não cumpridas, pela falta de estrutura para atendimento aos clientes;
. Filas ou tempo de espera enormes, tornando aquele momento insuportável para
os clientes;
. Ambientes físicos inadequados para a quantidade de clientes em espera;
. Equipamentos de controle de circulação de clientes pouco eficientes, e em
vários casos, com defeitos constantes, gerando atendimento com o uso de papeis
e até mesmo "gritos" dos nomes dos clientes;
. Sistemas de atendimento telefônicos ineficientes, ou o uso de WhatsApp com
respostas demoradas e burocráticas.
. Atendentes humanas sem o devido preparo, tanto técnico, quanto de capacidade
de contato frente a frente;
. Ausência de uso de linguagem corporal e verbal com os clientes, nos momentos
presenciais;
. Pessoal com carência de equilíbrio emocional ou ausência de criatividade nas
situações difíceis com alguns clientes;
. Incapacidade de tomada de decisão, seja por inabilidade, ou por ausência de
liberdade por parte do gerente imediato.
Estes são alguns
casos que permanecem ocorrendo em diversas organizações. As ações para a
redução desses problemas, devem começar com a busca no mercado, por
profissionais preparados, ou de capacidade natural de se relacionar. Além disso,
as equipes de atendimento precisam ser treinadas para conseguirem ser mais
eficientes, criativas e integradas.
O objetivo número 1
dos treinamentos, para todo e qualquer setor de atuação, precisa ser a de que
as necessidades dos clientes tenham prioridade, sempre!
Eu sou defensor
rigoroso da necessidade de que haja um trabalho constante de "gestão de
relacionamento com o cliente", e isto pode, e deve ocorrer em qualquer tipo ou
tamanho de organização. Eu digo isto, porque este é um investimento garantido.
Ter uma equipe totalmente capacitada, e voltada para soluções das necessidades
e desejos dos clientes, fortalece a marca, acena para mais olhares, atrai novos
clientes e leva à fidelização.
Gosto demais do
pensamento de Karl Albrecht quando aborda de forma brilhante sobre a denominada
"experiência total do cliente". São as questões que efetivamente envolvem a
percepção, sentimentos e expectativas dos compradores, quando almejam atender
as suas necessidades e desejos de compras.
Albrecht fala
inicialmente sobre o ambiente sensorial, que é aquilo que os clientes esperam
ver no ambiente físico onde farão as suas compras de produtos ou serviços.
Outro aspecto citado é como os clientes esperam ser atendidos. Em seguida ele
fala sobre as dificuldades e facilidades que os clientes esperam encontrar ao
fazerem o contato com a empresa. Após essas fases vem a expectativa de como
serão entregues, ou disponibilizadas as suas compras. Os outros pontos são a
garantia, e a definição dos preços e formas de pagamento. Todos estes aspectos
tendem a estar inseparáveis numa mesma negociação.
Para se chegar a um
nível diferenciado no atendimento e no relacionamento com os clientes, é
preciso que haja uma transformação clara e constante por parte dos gestores.
Existe um pensamento
importante para reflexão: "Seus clientes ficarão melhores, quando sua empresa
melhorar".
Fonte:
Estado de Minas
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