Mais de 30% dos brasileiros sofrem com a
Síndrome de Burnout, mas empregadores podem ajudar a reduzir esse número
Deixar tudo em ordem para o
final de ano é um desafio para os profissionais de finanças e contabilidade,
que além de "fechar o ano" das empresas, ainda têm que se preparar
antecipadamente para as demandas de 2024.
Por esses motivos e também
pelo cansaço acumulado, o período de final de ano é sempre um dos mais conturbados
para as empresas e também para os colaboradores. Embora sejam parte integral do
trabalho, essas obrigações impactam negativamente as equipes e tornam o período
difícil para os colaboradores.
A síndrome de burnout, ou
esgotamento, continua em alta no país e o Brasil é o segundo país com maior
número de casos diagnosticados, de acordo com um estudo da International Stress
Management Association (Isma). Além desse levantamento, dados da Associação
Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) revelam que aproximadamente 30% dos
trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome.
Assim a doença se torna uma
preocupação ainda maior no período, principalmente nas equipes de finanças e
contabilidade. É um problema que tem assolado o mundo corporativo há muito
tempo, sem sinais de alívio, mesmo com modelos de trabalho híbridos em vigor.
O esgotamento dos
colaboradores pode ser particularmente prejudicial durante o processo de
contabilidade de fim de ano e é conhecido por diminuir a produtividade,
prejudicar o engajamento e até causar problemas físicos e mentais.
O esgotamento e a falta de
motivação no ambiente de trabalho não são sensações normais no dia a dia e sim
sintomas da síndrome de burnout.
Essa enfermidade pode ter
como principal causa o ambiente de trabalho, o que torna a empresa a principal
responsável pela condição mental do profissional. Sendo assim, a companhia tem
um papel fundamental para evitar esse problema, manter a produtividade dos seus
colaboradores e prevenir, inclusive, possíveis consequências jurídicas.
Pensando nisso, a empresa
especialista em recrutamento Robert Half separou as principais informações
sobre a síndrome de burnout para você evitar que aconteça com seus
colaboradores. Acompanhe!
O que é a síndrome de burnout?
A síndrome de burnout é um
distúrbio emocional que causa estresse, exaustão em excesso, esgotamento mental
e físico. A doença é consequência de situações que envolvem competitividade ou
responsabilidade extrema, o que é muito comum em ambientes profissionais.
Atualmente, o transtorno é incluído na Classificação Internacional de Doenças
(CID-10).
Apesar dos dados da Isma, de
acordo o Jornal da USP, especialistas acreditam que esse número cresceu ainda
mais após a pandemia, por motivos como:
· Aumento na quantidade de
trabalho;
· Maiores exigências nas tarefas;
· Mais produtividade nas entregas;
· Falta de férias;
· Sobrecarga de horários;
· Falta de limite entre vida
pessoal e profissional;
· Medo de perder o cargo, entre
outros.
Quais são os principais sintomas da síndrome de burnout?
Identificar os sintomas da
síndrome de burnout ajuda as empresas na criação de iniciativas que colaboram
com os cuidados com a saúde mental dos colaboradores. Conheça os principais, a
seguir!
Exaustão e esgotamento
Esses sintomas são os
primeiros indicadores do transtorno que pode ser manifestado de forma física,
como dores de cabeça, fadiga crônica, excesso de sono ou insônia, falta de ar,
entre outros; e psicoemocionais, por exemplo, falta de concentração, frustração,
impotência e lapsos de memória.
Atitudes negativistas
Nesse caso, o profissional
deixa de realizar as funções por medo de se comprometer e dar errado, tanto em
relação ao trabalho quanto sobre si mesmo. Com isso, algumas situações causam
ao indivíduo a sensação de irritação, impotência e sentimento de derrota, as
quais podem levar à ansiedade e depressão.
Falta de motivação
Esse sintoma é facilmente
confundido com preguiça no ambiente de trabalho. Dessa forma, os colaboradores
perdem o entusiasmo e ficam desmotivados na realização das funções. O motivo
pode ou não ser provocado por situações no próprio ambiente profissional,
ocasionando atrasos ou baixa qualidade nas tarefas.
Tendência ao isolamento e a problemas interpessoais
Os sintomas da síndrome de burnout
podem afetar o relacionamento do profissional com os colegas de trabalho. Dessa
maneira, o tratamento é mantido com descaso e cinismo pelo colaborador. Com
isso, o indivíduo tende ao isolamento, deixando de cumprir tarefas ou de se
envolver nas atividades sociais da empresa.
Problemas de saúde
Em estágios mais avançados
da síndrome de burnout, os sintomas são manifestados com mais intensidade em
forma de problemas de saúde. O estresse e a ansiedade que acompanham o
transtorno, por exemplo, podem causar problemas gastrointestinais, enxaqueca,
palpitações cardíacas, tontura, desmaio e dores no peito.
Além disso, a falta de
alimentação adequada e o descuido com a própria saúde são outros fatores que
acompanham a síndrome de burnout. Isso
pode levar a condições de baixa
imunidade, facilitando o desenvolvimento de doenças no profissional, como
infecções, gripes, resfriados, entre
outros.
Como evitar que a síndrome de burnout afete os colaboradores?
É possível começar a adotar
algumas práticas para prevenir e tratar os sintomas da síndrome de burnout na
sua empresa. Consiste em medidas simples que promovem bons resultados a longo
prazo para a saúde mental da equipe (e até para os resultados da organização).
Conheça alguns, a seguir!
Cuide da saúde mental dos colaboradores
Um diálogo aberto entre os
colaboradores e a empresa faz toda a diferença. Com isso, é possível
identificar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais diariamente no
ambiente de trabalho e encontrar soluções para cuidar da saúde mental do time.
Essa abertura também é importante para a companhia alinhar as expectativas em
relação à equipe, o que evita cobranças excessivas.
Incentive uma alimentação equilibrada e a prática
de exercícios
Uma dieta balanceada, com a
ingestão de vitaminas e nutrientes essenciais para o bom funcionamento do
organismo, é ideal para repor as energias, manter a saúde e deixar os
funcionários mais dispostos. Por isso, inclua os programas de bem-estar na sua empresa,
os quais promovem a alimentação saudável e a prática de atividades físicas.
Com isso, ofereça frutas,
sucos naturais, chás, entre outros alimentos saudáveis no ambiente de trabalho.
Além disso, uma ótima estratégia é disponibilizar sessões rápidas de
alongamento, meditação ou massagem no local.
Ofereça momentos de lazer e relaxamento
O descanso é fundamental
para a mente e o corpo, contribuindo para prevenir e tratar os sintomas da
síndrome de burnout. Por isso, ofereça alguns instantes e diferentes opções de
relaxamento para a equipe. Por exemplo, programe um momento de lazer com o
time, conforme a preferência da maioria, para fortalecer o espírito de equipe e
o relacionamento interpessoal.
Analise a intensidade das cobranças
As cobranças levam ao estresse
e esgotamento do colaborador, um dos principais sintomas da síndrome de
burnout. Esse é o resultado da busca pela perfeição que o profissional cobra de
si mesmo. Por isso, é preciso equilibrar a intensidade das cobranças e saber
como dar feedbacks construtivos para não afetar a saúde mental do indivíduo.
Cultive relacionamentos saudáveis no ambiente de
trabalho
Uma convivência mais
saudável é fundamental para manter a saúde mental dos colaboradores. Sendo
assim, incentive a gentileza, cooperação e cordialidade entre os profissionais.
Certamente, essa prática vai tornar os dias menos estressantes e mais produtivo
para todos.
Fonte: Portal Contábeis / Robert Half