Em países como
a Coreia do Sul, pais tem direito a se afastar por mais de uma ano. Já na
Bélgica e na Holanda, trabalhadores podem escolher em que momento usar
benefício
Com
cinco dias de licença-paternidade,
atualmente o Brasil é um dos
países com menor prazo do benefício para os pais. No entanto, esse tempo pode
ser ampliado e até equiparado ao prazo da licença-maternidade - que é de pelo
menos 120 dias -, após o Supremo Tribunal Federal (STF)
reconhecer, nesta quinta-feira, a existência de omissão do Congresso Nacional
em regulamentar a licença-paternidade.
Com a decisão do
STF, o Brasil pode se aproximar de outros países que adotam políticas de
licença-paternidade que permitem o afastamento dos pais por um tempo maior, o
que pode reduzir a sobrecarga das mulheres. Pesquisas mostram que a maior parte
dos cuidados com a família ainda recai sobre elas.
É o caso da Coreia
do Sul que oferece 52 duas semanas (13 meses) de licença para os pais, aponta a
advogada trabalhista Raquel Nassif, do Autuori Burmann Sociedade de Advogados.
No entanto, enquanto no Brasil não há desconto do período em que o homem
utiliza o benefício, em outros países isso não acontece.
- O que vemos de
diferenças são os percentuais que incidem no salário do trabalhador. Na Coreia
do Sul, por exemplo, o homem tem o prazo maior e os vencimentos ficam em cerca
de 31% do que ele recebe. Aqui no Brasil, o pai recebe de forma integral e no
restante dos países tem uns maiores, outros menores. Não existe uma correlação,
mas geralmente quem tem menos tempo de licença recebe um pouco mais - explica
Nassif.
O Globo conversou
com algumas empresas especializadas em consultorias empresariais para entender
como é a licença-paternidade ao redor do mundo. Confira como é o benefício em
alguns países.
Brasil
Com cinco dias de licença-paternidade, o Brasil é um dos países com menor prazo
para o benefício para os pais.
Coreia
do Sul
Na Coreia do Sul são 52 semanas (13 meses) de licença para os pais, aponta a
advogada trabalhista Raquel Nassif, do Autuori Burmann Sociedade de Advogados.
No Brasil não há desconto do período de uso do benefício, mas em alguns países
há. No caso da Coreia do Sul, os vencimentos ficam em cerca de 31% do valor
habitual, diz a advogada.
Mãe e profissional:
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inserção da mulher no trabalho
Japão
No Japão, os pais tem direito à licença-paternidade por 26 semanas - ou seis
meses e meio. Durante o período de afastamento, os trabalhadores ganham pelo
menos 66% do seu salário, aponta estudo da KPMG realizado em 2021.
Além disso, os japoneses podem escolher de
que forma tiram a licença-paternidade, isso porque a lei do país permite que o
benefício seja dividido em blocos, como o pai preferir.
Reino
Unido
Segundo
a consultoria Deloitte, no Reino Unido a licença-paternidade é de até duas semanas.
O trabalhador não recebe o salário integralmente. A remuneração é de £ 172,48,
(R$ 1.071) por semana ou 90% do salário médio semanal, o que for menor, aponta
a empresa.
França
Na França, a licença-paternidade tem duração de 28 dias, e o pai é remunerado
integralmente. De acordo com a Delloitte, diferente do que acontece no Reino
Unido, mesmo afastado do trabalho, o pai é remunerado integralmente.
Espanha
Na Espanha, o trabalhador ao retirar a licença-paternidade também recebe o
salário integral no período em que está afastado. A diferença por lá é que a
licença tanto materna, quanto paterna é igual a 16 semanas - ou 4 meses.
Bélgica
O trabalhador na Bélgica tem direito a licença-paternidade por 15 dias, segundo
o International review of leave policies and related research de 2022. Nesse
período o homem recebe pelo menos 66% do seu rendimento.
Por lá, o
afastamento do trabalho não precisa acontecer assim que o filho nasce, o
benefício pode ser solicitado a qualquer momento a partir da data de nascimento.
Holanda
Na Holanda, a licença-paternidade é equivalente à seis vezes o número de horas
semanais trabalhadas. Ou seja, um pai que trabalha 38 horas semanais, terá
direito a utilizar o benefício por seis semanas.
Assim como na
Bélgica, o benefício pode ser utilizado a qualquer momento a partir do
nascimento do filho.
Fonte:
Folha de Pernambuco
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