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Receita Federal de olho na lavagem de dinheiro decorrente de receptação de cargas roubadas, extorsão, jogo do bicho e agiotagem


Publicada em 20/04/2024 às 14:00h 


Operação com cerca de 200 policiais federais e estaduais, além de 13 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal .


A Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério Público Estadual da BA e a Força Correcional Integrada Force/Coger/SSP/BA deflagraram, em 09/04/2024, a Operação Hybris, cujo objetivo é desarticular uma estruturada e sofisticada organização criminosa especializada na lavagem de capitais advindos de jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, entre outras infrações penais, atuante em Feira de Santana/BA e cidades circunvizinhas.


Na ocasião, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, dezessete mandados de busca e apreensão, bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados, além da suspensão de funções públicas de cinco policiais militares e a suspensão de atividades econômicas de uma empresa, em cumprimento à decisão expedida pelo Juízo da 1º Vara Criminal de Feira de Santana/BA.


Participaram da operação cerca de 200 policiais federais e estaduais, além de 13 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal.


O caso em investigação é um desdobramento da operação El Patrón deflagrada no dia 7 de dezembro de 2023, que efetuou dez mandados de prisão preventiva, trinta e três mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.


Outrossim, é importante frisar que uma das pessoas investigadas foi beneficiada, em dezembro, com a prisão domiciliar, mas o aprofundamento das investigações evidenciou a imprescindibilidade do seu retorno à prisão, o que foi acatado pelo Poder Judiciário.


Segundo foi apurado, o chefe da Orcrim atualmente é detentor de foro por prerrogativa de função e, apesar de tal circunstância, faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele.


A Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.


Nessa nova fase da operação, verificou-se a participação de outros cinco policiais militares do estado da Bahia, inclusive de um tenente-coronel, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de fazer a segurança das variadas atividades ilícitas desenvolvidas pela Orcrim, além de ocultarem a propriedade de bens e dissimularem valores angariados em decorrência de infrações penais.


A deflagração da operação contou com o apoio do Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal (GPI) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco).


A investigação continuará para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.


O nome da operação faz alusão ao conceito grego Hybris, o qual significa tudo que passa da medida, aludindo a uma confiança excessiva, orgulho exagerado, arrogância ou insolência que com frequência termina sendo punida.


Sendo assim, tal conceito aplica-se, perfeitamente, ao contexto da operação, em razão do comportamento contumaz dos investigados de perpetrar ações criminosas, de modo que eles se sentiam os intocáveis.


Ademais, a audácia em transgredir as normas jurídicas e a ganância de obter ilicitamente elevados ganhos financeiros causaram a ruína da Orcrim.



Fonte: Receita Federal do Brasil





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