A internet é a nova moeda dos empreendedores e
desenvolver um posicionamento admirável nas redes sociais requer boas práticas
para passar longe da cultura do cancelamento
Seguir, curtir,
engajar, comprar. Esse é o movimento que tem levado tantos negócios ao ápice no
varejo. Centradas especialmente na geração Z, plataformas como o TikTok estão
determinando o que entra ou sai de moda. Não é exagero afirmar que essa rede
social está redefinindo os padrões de consumo no mundo.
Diante disso, está
claro para as empresas que ter presença nessa plataforma é determinante para
estreitar o relacionamento com os clientes e ampliar vendas. Mas mostrar as
caras no TikTok não basta, é preciso saber como usar corretamente a
ferramenta.
O estudo The Social
Media Consumer Report, conduzido pela canadense Hootsuite, indica os acertos e
os erros das empresas nas redes sociais. Ele mostra, entre outras coisas, que o
caminho para construir bons relacionamentos permeia, especialmente, boas
práticas de relevância e significado.
Segundo Geana
Barbosa, diretora regional para América Latina e Caribe da Hootsuite, a
pesquisa é um reflexo da dinâmica e da complexidade das interações entre marcas
e consumidores no Instagram, Facebook, TikTok e demais mídias sociais.
Nas palavras de
Geana, é fundamental compreender as preferências e expectativas do público de
interesse para, a partir daí, construir estratégias eficazes de engajamento.
"Os resultados do estudo destacam a importância da autenticidade, da
relevância e do timing na comunicação das marcas nas plataformas digitais",
diz.
Comunicar de forma
autêntica e envolvente é crucial para 65% dos entrevistados, que indicam isso
como fator-chave para tornar a presença de uma marca nas mídias sociais mais
atraente. Além disso, postar conteúdo inspirador (57%) e ter um ponto de vista
convincente dentro da área de expertise (56%) são elementos determinantes para
atrair e reter a atenção dos consumidores.
Outra postura que
ajuda na construção de relações saudáveis com as pessoas é responder a
perguntas e comentários diretos em tempo adequado (53%). As pessoas também
apreciam aqueles que ensinam algo novo (56%), fazem rir (55%), provocam algum
tipo de sentimento, como emoção e surpresa, (36%) e que envolvem visualmente
(36%).
Com tanta coisa
acontecendo ao mesmo tempo, a ideia de que se posicionar ou não é uma escolha
pessoal cai por terra. Há ocasiões em que as pessoas gostam e esperam que as
marcas se posicionem e participem de conversas, como em grandes eventos
esportivos (55%), momentos da cultura pop (47%), noticiário de impacto (45%) e
momentos de justiça social (43%).
Geana revela ainda
que os índices aumentam significativamente se restringirmos os respondentes
para compradores ativos. Eles esperam, sim, que suas marcas preferidas se
manifestem em momentos-chave.
Porém, fica um
alerta: é preciso fazer isso de uma maneira que seja não apenas verdadeira para
determinado momento das redes sociais, mas coerente com os valores e as
políticas da marca ou da empresa. Caso contrário, será visto como
"forçação de barra", sustenta a diretora.
O QUE DEVE SER
EVITADO
A pesquisa da
empresa canadense também destaca os cinco grandes pecados que as marcas podem
cometer nas mídias sociais e que, invariavelmente, acarretam opções punitivas,
como ocultar conteúdo - quando o usuário busca a opção de não mais ver o que a
página publica - ou ainda pior, o unfollow - quando a página perde seguidores.
O pior dos pecados
que uma empresa pode cometer nas redes sociais, segundo 76% dos entrevistados,
é o clickbait - uma prática usada para atrair tráfego por meio de títulos bem
atrativos, mas que não entregam nada do que prometem.
Os outros erros são:
conteúdo chato/entediante (68%), conteúdo repetitivo (68%), conteúdo sem
autenticidade (68%) e tentativa de alcançar métricas (63%).
"Existem
justificativas razoáveis para tais deslizes, porém, para não ceder às tentações
e pressões de trabalho, é fundamental definir o engajamento como métrica número
um na demonstração do ROI (retorno sobre o investimento) nas mídias sociais",
pondera Geana.
O estudo traz ainda
conclusões importantes sobre como os diferentes tipos de exposição ao conteúdo da
marca nas mídias sociais afetam o comportamento de compra. Postagens pagas têm
um grande impacto em descoberta - 61% afirmam que já descobriram marcas,
produtos e serviços por meio de posts pagos.
Posts compartilhados
levaram 82% das pessoas a considerarem uma compra pelo menos uma vez no último
ano, enquanto os orgânicos influenciaram 74% e os pagos, 67%.
Geana aponta que
atualmente os negócios dependem das conexões e interações para que a imagem da
empresa seja sacramentada nas mídias sociais. A reflexão a ser feita por
empresários e empreendedores, segundo a especialista, é a seguinte: quais laços
poderiam se formar com seus consumidores se, em vez de simplesmente tolerada,
sua marca fosse genuinamente apreciada nas redes sociais?
Fonte: Diário do Comércio