Segundo o GEM
2023, ter um negócio próprio é o 3º maior sonho dos brasileiros. Encontrar uma
área de identificação é fundamental, dizem especialistas
Ter o próprio negócio é o
terceiro maior sonho dos brasileiros, citado por 48% dos respondentes da
pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship
Monitor - GEM) 2023, realizada pelo Sebrae. Porém, o caminho para abrir uma
empresa inclui muitos desafios. Um deles é escolher o melhor setor para
empreender.
A
decisão deve levar alguns fatores em consideração, entre eles, os interesses e
as habilidades individuais de quem abrirá o negócio. "É difícil encontrar um
setor que seja bom para qualquer pessoa, então o critério principal deve ser
relacionado à sua expertise e sua vivência naquele setor. Às vezes, de alguma
maneira, é o setor que te escolhe", diz Marcelo Aidar,
professor de empreendedorismo da FGV EAESP.
Também
é importante ter em mente que, independentemente da escolha do setor, será
preciso se dedicar e desenvolver habilidades. "O empreendedorismo demanda muita
resiliência, dedicação e planejamento para fazer acontecer na prática",
diz Valquiria Rizzo, coordenadora do grupo de empreendedorismo,
sustentabilidade e inovação do Senac-SP.
A
seguir, confira 4 passos que podem ajudar a escolher o melhor setor para abrir
um negócio:
1. Busque um
setor que gere identificação
"Geralmente,
uma pessoa faz bem aquilo que ela gosta, então é fundamental empreender com
algo com que ela se identifique. A pessoa se torna mais detalhista e capaz de
encontrar as maiores oportunidades, o que é fundamental para o empreendedor ter
sucesso", diz Aidar.
"É
possível adquirir o know-how em algo com que a pessoa não se identifique.
Porém, geralmente ela não conhecerá as armadilhas do setor e o empreendimento
terá menos chances de dar certo", completa o professor.
Além
de ter o fator identificação, Rizzo lembra que a pessoa deve ser excelente no
que faz para conseguir faturar. "Se o indivíduo é bom em determinada área,
ele normalmente irá receber boas avaliações de amigos e parentes. Um cozinheiro
ou costureiro costuma começar fazendo serviços para familiares e pessoas
próximas", afirma.
2. Comece com
pouco e faça testes
Para a coordenadora
do Senac-SP, a melhor tática para acertar na escolha, independentemente do
setor, é realizar pequenos testes para entender se aquele produto ou serviço
tem potencial. "Pode ser até em casa ou na garagem, mas é importante testar e
entender o mercado consumidor e escalar de forma gradativa", recomenda.
No
caso de uma pessoa que quer ter um restaurante, por exemplo, Rizzo sugere
chamar pessoas desconhecidas para experimentar determinados pratos e pedir
feedbacks.
3. Faça
análise de mercado
A
melhor forma de eliminar riscos na escolha do setor é realizar a análise de
mercado. "Isso inclui identificar o público-alvo (e qual é o poder de compra),
fornecedores de matéria-prima (se os insumos são de fácil acesso) e a
concorrência para entender se é um mercado muito acirrado", explica Davi
Jerônimo, consultor de negócios do Sebrae-SP,
Segundo
ele, existem algumas maneiras de fazer o estudo de mercado. "A pessoa pode
ir em uma associação comercial daquele setor e coletar dados, perguntar a
sindicatos e procurar relatórios sobre o setor", exemplifica. Rizzo lembra
que o empreendedor deve estudar a região pretendida, especialmente os bairros,
para descobrir se a localidade está saturada de algum tipo de negócio.
4. Busque
fatores de diferenciação
Caso o potencial
empreendedor identifique que a concorrência é muito alta, ele pode encontrar
alternativas, "como um preço mais baixo ou um prazo menor", sugere
Jerônimo.
Já
Rizzo lembra que o empreendedor pode encontrar uma maneira criativa de oferecer
um mesmo serviço. "Por exemplo, um cabeleireiro em uma região com muitos
salões de beleza pode investir em serviços em domicílio. Às vezes os clientes
não têm muito tempo para ir ao estabelecimento, ou têm dificuldades porque
precisam cuidar dos filhos", diz Rizzo.
"O empreendedor pode identificar uma
oportunidade para oferecer o serviço que quer, mas de uma forma que não seja
'mais do mesmo'", completa.
Dica extra:
Busque aprendizado constante
Independentemente do
setor escolhido, a dica de Rizzo é nunca parar de estudar para aprimorar o
próprio negócio e ver como outras áreas podem se misturar. A coordenadora
lembra que mesmo quem não empreende com tecnologia pode inserir ferramentas que
melhorem as suas operações.
"As
tendências de mercado mudam o tempo todo. Tivemos o metaverso, agora temos a
inteligência artificial, e são tecnologias que sempre
surgirão. Algumas remodelaram o mercado e as profissões, como Uber e iFood, e o
empreendedor deve estar sempre se atualizando por meio de cursos, eventos e
redes de relacionamento."
Fonte:
PEGN