Em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia, a
cibersegurança não é mais um recurso extra, e sim necessidade do core business
das organizações. Os criminosos digitais só precisam acertar uma vez, ao mesmo
tempo em que as organizações precisam acertar suas medidas de segurança o tempo
todo.
Na
contramão dessa realidade, grande parte das empresas adota uma postura reativa
em relação às tecnologias implementadas e, principalmente, não priorizam a prevenção,
representando riscos significativos para indivíduos, empresas e segurança
nacional - se pensarmos também no setor industrial e dispositivos OT.
Fica
claro, entretanto, é que a cultura de reação, em vez de prevenção, não só deixa
os sistemas vulneráveis ??a ataques, mas também acarreta custos mais elevados a
longo prazo.
Uma
abordagem reativa normalmente envolve responder a ataques e violações depois de
já terem causado danos. Numa analogia simplista, é como se um usuário decidisse
trancar a porta da sua casa depois que o ladrão já tivesse furtado seus
pertences. Trata-se de um jogo contínuo de recuperação em que os atacantes
estão sempre um passo à frente.
Por
outro lado, investir em medidas proativas, como auditorias regulares de
segurança, treinamento de funcionários e protocolos de criptografia robustos,
costuma ser significativamente mais barato e mais eficaz no longo prazo.
A nuvem e suas vulnerabilidades
A
computação em nuvem continuará a evoluir, já não sendo mais apenas um simples
facilitador de inovação, mas uma verdadeira estratégia de mercado. O Gartner
prevê que mais de 50% das empresas irão utilizar plataformas de nuvem
específicas do setor até 2028 com objetivo de maximizar suas iniciativas
comerciais. Em 2028, a maioria das empresas aproveitará cloud como uma
necessidade empresarial, por isso a importância de analisar o nível de proteção
deste ambiente.
Ainda,
segundo o relatório "2024 Cloud Security Outlook", realizado pela
Global Survey a pedido da Tenable, os principais indicadores de desempenho
(KPIs) que as organizações estão usando para mostrar o retorno de seus
investimentos em tecnologia de segurança em nuvem são: tempo de
investigar/neutralizar uma possível ameaça (56%), tempo para remediar uma descoberta
(56%) e tempo para detectar risco (46%). O fato de que um KPI relacionado à
correção encontrar-se no topo da lista aponta para a importância dos processos
de remediação em uma estratégia e ferramentas de segurança em nuvem.
Postura proativa: demanda atual
A
mudança cultural para segurança proativa exige que empresas passem a
priorizá-la como um aspecto central das suas operações. Isso inclui a promoção
de uma cultura de conscientização e vigilância de todos os níveis hierárquicos
de uma organização, com destaque para os colaboradores, os quais muitas vezes,
constituem a primeira linha de defesa contra ameaças cibernéticas.
Fato é:
a atual abordagem reativa à segurança cibernética não é sustentável. É preciso
promover ações preventivas em relação ao gerenciamento de riscos do negócio,
vulnerabilidades, acessos privilegiados e exposição de dados. A prevenção é
sempre mais econômica financeiramente do que a reparação e, acima de tudo,
diminui as chances de perdas mais subjetivas como reputação e a confiança do
seu cliente na sua organização.
Autor: Alejandro Dutto, diretor de
Engenharia de Segurança da Tenable para América Latina e Caribe.