Primeira etapa reduz tributos de 23 setores da
economia
As empresas brasileiras de 23 setores da economia podem aderir ao
Programa de Depreciação Acelerada, na Receita Federal. A iniciativa do governo
federal acelera para o período de 2 anos a redução da tributação aos
empresários que adquirem bens de capital, como máquinas, equipamentos,
aparelhos e outros instrumentos novos.
Pelo programa elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços (Mdic), em parceria com o Ministério da Fazenda, o
empreendimento que adquirir um bem de capital, poderá abater seu valor nas
declarações futuras de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), em 2 anos.
O objetivo do governo federal é modernizar o parque industrial
brasileiro com as trocas de máquinas e, com isso, aumentar a produtividade,
competitividade da indústria, além de ganhar eficiência energética.
Primeira
fase
Para esta primeira etapa, o programa federal destinou R$ 3,4 bilhões em
créditos financeiros para a compra de máquinas e equipamentos, sendo R$ 1,7
bilhão, este ano, e a outra metade, no próximo ano.
Em entrevista, em Brasília, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, explicou que a medida é
vantajosa para o empresariado nacional e não prejudica o governo.
"É uma ajuda maravilhosa. O governo não está abrindo mão de receita, não
tem impacto fiscal. É só fluxo, mas ajuda muito no fluxo das empresas. Em vez
de depreciar [o bem] em 15 anos, eu deprecio em 2 anos. Então, reduzo o Imposto
de Renda de Pessoa Jurídica e reduzo a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido", disse.
A medida não terá impacto fiscal para o governo federal, pois, segundo
Alckmin, não se trata de isenção tributária, mas a antecipação no abatimento de
impostos. O que o governo deixar de arrecadar neste momento, recuperará nos
anos seguintes.
Setores
econômicos e bens
O Decreto nº 12.175, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que regulamenta a primeira etapa do programa, foi publicado no Diário
Oficial da União desta sexta-feira, 13/09/2024.
O texto traz a lista de atividades econômicas que podem ser beneficiadas
pelas condições diferenciadas de depreciação acelerada e os respectivos limites
máximos de renúncia tributária anual autorizados.
Entre os setores contemplados, estão os de fabricação de tintas e
vernizes, de produtos farmacêuticos, produtos de material plástico, borracha,
madeira, papel e celulose, além de metalurgia, calçados, têxtil, informática e
eletrônicos, peças e acessórios para veículos e construção civil.
De acordo com o ministro, a escolha das atividades levou em conta os
setores que não têm regimes especiais de tributação, com incentivos fiscais.
Nesta sexta-feira (13/09/2024), uma portaria interministerial dos
ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
detalha os 286 tipos de equipamento e máquinas que podem entrar na lista de
depreciação acelerada.
Como
funciona
Habitualmente, o abatimento é gradual, feito em até 20 anos, conforme o
bem vai se depreciando, conforme desgaste pelo uso, causas naturais ou
obsolescência normal.
O abatimento da tributação de depreciação acelerada valerá para as
máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos comprados este ano de
2024, descritos na portaria interministerial.
Com a depreciação acelerada prevista no novo decreto, o abatimento do
valor das máquinas adquiridas até 2025 poderá ser feito em apenas duas etapas:
50% no ano em que o equipamento for instalado ou entrar em operação e 50% no
ano seguinte.
A adesão é feita na Receita Federal.
Impactos
O ministro Geraldo Alckmin estima que, com o Programa de Depreciação
Acelerada, a diferença no valor de compra de uma máquina ou equipamento pode
ser reduzida, em média, de 4% a 4,5%.
O programa ainda tem o objetivo de estimular o investimento privado no
Brasil. Nesse sentido, Geraldo Alckmin citou que estudos de bancos privados
apontam que a iniciativa do governo federal, nesta primeira etapa do programa,
tem potencial para alavancar investimentos da ordem de R$ 20 bilhões, com
reflexos no Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no
país) e na geração de empregos.
Alckmin adiantou que o governo federal estuda realizar uma segunda fase
do Programa de Depreciação Acelerada para contemplar outros setores econômicos,
no biênio 2025-2026, com volume de créditos financeiros em abatimentos fiscais
que ainda será analisado.
Fonte: Agência Brasil, com
edição do texto pela M&M Assessoria Contábil