Pesquisa mostra que o comércio
liderou tanto o nascimento como a morte de empresas que geram vaga de trabalho
em 2022. Quase um terço sobrevive por mais de cinco anos.
Uma a cada quatro empresas que geram emprego no
Brasil não sobrevive até seu primeiro aniversário, aponta pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (5/12/2024).
A nova edição do relatório "Demografia das
Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo" apresentou características
das empresas formais brasileiras, os movimentos de entrada, saída e
sobrevivência no ano de 2022. MEIs não são considerados.
De acordo com o IBGE, apenas 76,2% das empresas
empregadoras que nasceram em 2017 sobreviveram até 2018. E essa taxa de sobrevivência caiu para 37,3% quando se expande a
janela de análise até 2022.
Em outras palavras, quase dois terços das empresas
empregadoras no Brasil não duraram mais que cinco anos. Mas o número
melhorou. Das empresas abertas em 2021, 79,6%
sobreviveram até 2022.
No estudo de 2022, foram identificadas 210,7 mil mortes de empresas empregadoras no
ano de 2020. A morte de empresa empregadora é o encerramento
da atividade ou interrupção de pelo menos 24 meses após o ano de referência.
Assim, são contabilizadas para a taxa de
mortalidade apenas as empresas que estão há dois anos sem atividades.
"É um movimento natural das empresas ao longo
do tempo (...) elas vão deixando suas atividades conforme encontram
dificuldades ao longo do caminho" , explica Eliseu Oliveira, analista da
pesquisa.
"Sem dúvida, esse é um movimento global. O
funcionamento da firma é isso: ao longo do tempo, tem aspectos microeconômicos,
de concorrência, questões de eficiência e até a própria mudança
estrutural", completa Thiego Ferreira, gerente da pesquisa.
As regiões com maior taxa de sobrevivência foram,
em ordem: Sudeste, Sul, Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Comércio lidera nascimentos e mortes
Em 2022, a pesquisa mostra que havia 7,9 milhões de
empresas e organizações formais ativas no país, das quais 2,6 milhões eram empresas empregadoras. Eram 40,5 milhões de pessoas ocupadas nessas empresas, das quais
36,5 milhões, assalariadas.
Desse grupo, 405,6 mil eram novas empresas
empregadoras, o que representou 15,3% do total das
companhias ativas naquele ano. Isso
significa que uma a cada seis empresas empregadoras ativas era recém-inaugurada.
A taxa de nascimento, proporção em relação ao total
de empresas empregadoras, chegou ao maior valor desde 2017 (10,9%).
As empresas empregadoras que nasceram contrataram
aproximadamente 1,7 milhão de trabalhadores. Cerca de 92,7% das empresas
empregadoras que nasceram tinham de 1 a 9 pessoas assalariadas, mostrando
predomínio das empresas de menor porte. Apenas 6,6% tinham de 10 a 49
funcionários. O restante, 50 ou mais.
Os setores que mais contribuíram para o surgimento
de novas empresas empregadoras foram:
-Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: 39,4%
-Alojamento e alimentação: 9,9%
-Indústrias de transformação: 8,7%
O comércio também foi o setor com o maior número de
empresas empregadoras que encerraram suas atividades (43,3%) naquele ano.
Empresas de alto crescimento e gazela
O IBGE também identificou que, em 2022, o Brasil tinha 70.032 empresas de alto crescimento,
que são aquelas que aumentam o número de funcionários em pelo menos 20% ao ano,
por três anos consecutivos.
Destas, 6.623 eram empresas "gazelas",
subgrupo formado pelas empresas de alto crescimento mais jovens, situadas na
faixa de três até cinco anos de idade. Os setores com maior participação de
empresas de alto crescimento foram:
-Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas: 25,9%
-Indústrias de transformação: 20,8%
-Atividades administrativas e serviços
complementares: 10,8%
Esses dados seguem uma tendência global de pesquisa
e fornecem uma visão detalhada sobre a dinâmica das empresas no Brasil,
concluem os pesquisadores.
Fonte: G1