Pesquisa da Confederação
mostra que 55% das empresas implementaram inovações em 2022, apesar de
obstáculos como a instabilidade econômica, apontada por 54% dos comerciantes
Uma pesquisa realizada
pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mapeou
o cenário de inovação no comércio varejista brasileiro. De acordo com o
levantamento, 55% das empresas afirmaram ter implementado algum tipo de inovação
em 2022, enquanto 45% não realizaram nenhuma atividade inovadora. Segundo o
presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, "os dados reforçam a
importância de impulsionar a inovação no comércio varejista, especialmente em
um cenário competitivo e em constante transformação. As empresas precisam
continuar se reinventando para garantir sua competitividade".
A pesquisa foi efetuada
em oito regiões metropolitanas, com 840 entrevistas direcionadas a tomadores de
decisão de empresas de pequeno, médio e grande porte, classificadas de acordo
com o número de funcionários. Empresas com até 10 funcionários foram
consideradas de pequeno porte; de 11 a 49, de médio porte; e as com mais de 50
funcionários, de grande porte.
Inovar aumenta o lucro
Outro dado relevante
aponta que as empresas com mais de 50 funcionários têm 4,6 vezes mais chances
de inovar, em comparação às empresas de pequeno porte, que possuem até 10
colaboradores. Esse resultado sugere que a capacidade de inovação está
diretamente ligada à estrutura e à disponibilidade de recursos, uma vez que
organizações maiores tendem a ter mais condições para reter talentos e investir
em melhorias tecnológicas e de processos.
Ainda no universo das
empresas que inovaram, 85% dos entrevistados relataram que as inovações geraram
aumento de lucro ou valorização da marca. "A pesquisa aponta que a inovação
impacta diretamente o aumento de lucro ou a valorização da marca, o que
demonstra o retorno positivo dessas ações", afirma Maurício Ogawa, diretor de
Economia e Inovação da CNC. No que diz respeito ao tipo de inovação, 73% das
inovações foram classificadas como incrementais - pequenas modificações em
produtos, serviços ou processos, com menor risco e investimento.
As principais áreas em
que as inovações ocorreram incluem métodos de marketing e pós-venda (83%),
processamento de informações e comunicação (78%) e práticas de gestão
organizacional (74%). Esses dados indicam que as empresas estão cada vez mais
voltadas para o aprimoramento da experiência do cliente e para a modernização
de suas operações internas.
Instabilidade econômica é obstáculo para a maioria
Por outro lado, a
pesquisa também identificou os principais obstáculos enfrentados pelas empresas
que não inovaram. Entre as justificativas mais citadas, destacam-se a falta de
necessidade devido às condições de mercado (43%) e a falta de conhecimento ou
interesse (7%). Além disso, fatores como a instabilidade econômica (54%) e a
ausência de incentivos fiscais e financeiros (51%) foram apontados como
barreiras significativas para a inovação.
"Esses resultados
reforçam a necessidade de criar condições mais favoráveis para que empresas de
todos os portes possam inovar, com políticas de apoio financeiro e a promoção
de uma cultura de inovação no setor varejista",
conclui Maurício Ogawa.
Confira a pesquisa completa
Fonte:
CNC
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