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Veja a lista de medicamentos e vacinas que terão imposto zerado com a Reforma Tributária
Publicado em
12/02/2025
às
16:00
O texto aprovado pelo Congresso Nacional no
ano passado apresenta uma série de detalhes sobre o funcionamento do novo
sistema, como o cashback, a cesta básica e o Imposto Seletivo.
A nova lei também
apresenta os detalhes sobre redução de imposto para medicamentos. Todos os
remédios pagarão menos imposto.
Pela regra, todos os
medicamentos registrados na Anvisa ou fórmulas magistrais correspondentes que
sejam produzidas por farmácias de manipulação terão alíquota reduzida em 60%.
Como a
alíquota-padrão da reforma é de 26,5%, os medicamentos com alíquota reduzida
terão imposto de 10,6%.
Outros, usados para tratamentos graves,
terão alíquota zero.
Veja a lista de medicamentos e
vacinas com alíquota zero
Veja a lista de medicamento...
Entre os medicamentos e dispositivos que terão 60% de desconto na alíquota, o
Senado incluiu produtos de Home Care, aqueles utilizados para tratamentos de
idosos, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida quando tratadas em casa;
além de serviços de esterilização e instrumentação cirúrgica.
Nota M&M: Acesse outras matérias sobre a Reforma Tributária, clicando no
link:
https://www.mmcontabilidade.com.br/Materia.aspx?id=23939
Fonte:
Folha de Pernambuco, com edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil
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Como a Reforma Tributária pode afetar a competitividade do setor de serviços
Publicado em
06/02/2025
às
16:00
Aumento da carga de impostos e
menor capacidade de repercutir custos farão parte da realidade do setor após a
sanção da nova norma pelo presidente Lula
Considerado como
um dos principais motores da economia nacional, o setor de serviços é um dos
mais preocupados com a sanção realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que colocou em vigor a reforma tributária. Apesar dos vetos realizados
com o objetivo de diminuir o efeito de uma alíquota maior, a expectativa é de
que a alíquota média seja por volta de 28%. Neste cenário, os especialistas
apontam frequentemente o setor de serviços como um dos mais
prejudicados.
Alessandra Heloise Vieira, vice-presidente Tributária da Revizia,
startup especializada em auditoria e compliance fiscal que atua por meio de uma
plataforma SaaS baseada em machine learning, aponta seis desafios diretos que
este mercado terá que enfrentar a partir de agora. São eles:
Aumento da Carga Tributária
A reforma garantiu a unificação de impostos em um único tributo e a
reboque afetou a forma de cálculo, o que pode resultar em uma carga tributária
mais alta para o setor de serviços. Como os serviços geralmente têm margens de
lucro menores e um custo maior com mão de obra, um aumento nos impostos pode
ser mais significativo. A eficiência de carga tributária passará por revisão de
estruturas societárias e revisão de contratos de médio e longo prazo.
Menor Capacidade de
Repercutir Custos
Empresas de serviços têm menor flexibilidade para repassar aumentos de
impostos aos consumidores em comparação com empresas de bens tangíveis, onde é
mais fácil incluir os custos adicionais de produção no preço final do produto.
Complexidade do Setor
A diversidade dos serviços dificulta a padronização das alíquotas de
impostos. Setores como serviços complementares e transporte, por exemplo, que
às vezes possuem alíquotas menores como incentivo em determinadas cidades,
perderão esse benefício e deverão adequar suas estruturas para acomodar a
mudança provocada pela reforma.
Competição Desleal
Empresas maiores, em geral, possuem mais recursos para se adaptar
às novas regras, enquanto as menores podem enfrentar dificuldades financeiras,
o que impacta inclusive na captação para sustentar toda a demanda necessária
para o período de transição.
Redução de Incentivos
O setor de serviços, muitas vezes, se beneficia de incentivos fiscais
para estimular o crescimento e a modernização. A reforma eliminará incentivos,
e exigirá uma revisão estratégia da atuação das empresas.
Impacto no Consumo
Um aumento na carga tributária pode levar a um aumento nos preços dos
serviços, reduzindo o consumo por parte dos clientes e afetando a lucratividade
das empresas de serviços.
"Cada uma dessas
razões contribui para a percepção de que o setor de serviços enfrenta desafios
únicos com a reforma tributária, contrastando com setores como o industrial,
que têm uma capacidade maior de se adaptar às mudanças tributárias devido à sua
estrutura de custos e operação, conforme minimiza impactos negativos", explica.
Enquanto isso,
Marcio Miranda Maia, sócio do Maia & Anjos Advogados, argumenta que a
reforma tributária propõe diversas mudanças que impactam diferentes setores da
economia, considerando que hoje a carga tributária participa do PIB (Produto
Interno Bruto) ao redor de 33%, e deverá ser mantida neste patamar mesmo com
todas as mudanças. No entanto, para ele as reduções de base de cálculo, que
privilegiam alguns segmentos, acarretarão o deslocamento da carga tributária
entre setores.
"Para as empresas, a sanção traz a urgência de se avaliar o impacto
efetivo das mudanças de tributação que ocorrem em seu setor de atuação e em
suas operações especificamente, além dos enormes desafios que nascem da própria
implementação das mudanças trazidas. Faz-se necessário observar todos os
ângulos de uma mudança tão complexa e que afeta de forma tão significativa os
negócios, seus setores e margens. Para fazer isso de maneira eficaz e em
conformidade com os sistemas vigentes, é crucial que a empresa consiga definir
os pré-requisitos claros do impacto das alterações em suas operações, sejam
estes impactos estratégicos ou operacionais", finaliza.
Nota M&M: Saiba mais sobre a Reforma Tributária
acessando:
https://www.mmcontabilidade.com.br/Materia.aspx?id=23939
Fonte: Jornal
Contábil / Revizia, com edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil
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O que ninguém está te contando sobre a Reforma Tributária
Publicado em
05/02/2025
às
14:00
Sua empresa está pronta para a
Nova Era Tributária?
A Reforma Tributária está chegando como um verdadeiro terremoto no
cenário empresarial brasileiro. Enquanto muitos especialistas e consultorias se
desdobram para destacar os benefícios das novas possibilidades de crédito
tributário, o que ninguém está falando é sobre as armadilhas que podem engolir
os despreparados. Vamos ao que importa: sua empresa está realmente pronta para
navegar nessa nova era?
A verdade
amarga: as bases de débito foram ampliadas
Na nova estrutura, o IBS e a CBS substituem tributos como ICMS, ISS,
PIS, COFINS e IPI. Parece simplificação? Não é tão simples assim. As bases de
incidência desses tributos serão significativamente ampliadas, impactando
operações que antes escapavam da tributação. Setores que viviam em relativa
"zona de conforto" serão tragados por uma rede mais ampla de obrigações
fiscais.
Exemplo: na era pré-Reforma, muitos serviços e segmentos gozavam de
isenções ou bases de cálculo reduzidas. Agora, praticamente tudo será tributado
- desde locação até serviços educacionais, muitas vezes sem considerar a
essencialidade ou a capacidade contributiva.
Simples
Nacional: o calcanhar de Aquiles da competitividade
As empresas do Simples
Nacional enfrentam um dilema cruel. Segundo Lucas Ribeiro, tributarista e CEO
da ROIT, "Se permanecerem no regime simplificado, correm o risco de se tornar
"ilhas fiscais", acumulando tributos sem a possibilidade de repassar créditos
integrais para os clientes. Essa situação cria uma perda de competitividade
gritante, especialmente em cadeias produtivas longas".
Empresas que compram de fornecedores do Simples poderão preferir aqueles
no regime regular de IBS e CBS para aproveitar o benefício dos créditos
tributários. Ou seja, o Simples, que era uma solução de inclusão e fomento,
pode se transformar em um fardo competitivo.
Alta
alíquota: o fim dos incentivos fiscais?
A promessa de um sistema mais transparente vem com um preço alto: a
unificação e simplificação implicará em valores significativamente mais
elevados. O Brasil deixará para trás a prática de "barganhar" incentivos
fiscais em troca de contrapartidas regionais e setoriais.
Sem benefícios fiscais específicos, muitos setores que dependiam de
regimes diferenciados para se manter competitivos - como ISS fixo ou
desonerações específicas de ICMS - enfrentam um aumento substancial de custos.
Além disso, a transição prevê um sistema de alíquotas múltiplas:
produtos "essenciais" terão alíquota zero ou reduzida, enquanto outros
enfrentarão taxas cheias, resultando em uma confusão tributária para empresas
que operam em diferentes segmentos.
A confusão das alíquotas específicas e diferenciadas
Embora a narrativa da
simplificação seja bonita no papel, a realidade é que ainda haverá alíquotas
diferentes para situações específicas. Isso cria um desafio operacional
gigantesco. Empresas terão que lidar com sistemas robustos para controlar essas
variações e evitar erros de cálculo que podem levar a autuações e multas
pesadas, uma vez que a tributação passará a ser no destino, ou seja, dependerá
do município do cliente comprador.
Como se preparar para a Nova Era Tributária?
Lucas Ribeiro, que atuou diretamente no Senado e na Câmara durante a construção
da Reforma Tributária, sugere o caminho:
Reveja seus fornecedores: Identifique
aqueles no Simples Nacional e avalie o impacto na sua cadeia produtiva. Talvez
seja a hora de renegociar ou substituir.
Ajuste sistemas e processos: Sua empresa
precisará de tecnologia avançada para lidar com as novas bases de cálculo e
regras de alíquota. Além de casar as operações fiscais com as operações
financeiras. Na prática, cada pagamento precisará indicar a nota fiscal e
vice-versa.
Prepare sua equipe: Treine seus
times fiscal, contábil e comercial para entenderem e operarem nesse novo
cenário.
Simule cenários: Utilize ferramentas de
cálculo como a Calculadora da Reforma Tributária para
antecipar impactos e evitar surpresas.
Busque o máximo de créditos tributários durante a transição: Há inúmeras mudanças recentes de entendimento no creditamento de PIS e
COFINS, especialmente. Vale a pena buscar esses créditos, antes que seja tarde
demais.
A Nova Era
Tributária não será gentil com os despreparados. Quem dominar os números sairá
na frente. Está na hora de deixar de lado o improviso e começar a agir. Afinal,
a Reforma não perdoará quem ignorar as entrelinhas.
Saiba mais sobre a Reforma Tributária. Acesse:
https://www.mmcontabilidade.com.br/Materia.aspx?id=23939
Fonte: Jornal Contábil
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Para tributaristas, reforma tributária acerta ao não responsabilizar empresas do mesmo grupo econômico
Publicado em
29/01/2025
às
16:00
Sancionada
recentemente, a Lei Complementar 214/2025, que regulamenta a reforma
tributária, estabeleceu que uma empresa só pode ser considerada responsável
solidária pelo pagamento do IBS e da CBS - tributos que ainda serão
implementados - devidos por outra empresa do mesmo grupo econômico caso tenha
praticado ilícitos. Na opinião de tributaristas consultados pela revista
eletrônica Consultor Jurídico, a regra é positiva e enterra qualquer
discussão sobre o tema, que ainda era motivo de questionamentos.
Nova Lei
Complementar prevê que empresa só responde pelo pagamento de tributos de outra
do mesmo grupo em casos de ilícitos
A responsabilidade
solidária ocorre quando mais de uma pessoa física ou jurídica tem a obrigação
de pagar uma mesma dívida ou outro tipo de obrigação. No contexto de um grupo
econômico, se uma empresa precisasse pagar impostos, todas as outras do grupo
também seriam responsáveis.
Mas, de acordo com o
§3º do artigo 24 da lei complementar, "a mera existência de grupo econômico"
não gera responsabilidade solidária se não ocorrerem as ações ou omissões
listadas no inciso V do mesmo artigo.
O inciso em questão
diz que são responsáveis solidários pelo pagamento do IBS e da CBS aqueles que
descumpram obrigações tributárias por meio de "ocultação da ocorrência ou do
valor da operação" ou "abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial".
O advogado Diego
Diniz Ribeiro, sócio do escritório Daniel & Diniz Advocacia Tributária
(DDTax), entende que a regra é benéfica, pois "reforça a ideia de que a simples
existência de grupo econômico não pode implicar o redirecionamento da cobrança"
dos tributos devidos por uma empresa para outras vinculadas. Segundo ele, isso
"está em sintonia com outras disposições legais já existentes e precedentes dos
nossos tribunais judiciais".
Na visão de Leonardo
Aguirra, sócio do Andrade Maia Advogados, o §3º do artigo 24 "representa um
passo importante na direção de proteger os contribuintes contra acusações
fiscais".
De acordo com o
advogado, o Fisco vinha usando o artigo 124 do Código Tributário Nacional
(CTN) para "buscar atribuir responsabilidade a grupos econômicos". Esse
dispositivo prevê que a responsabilidade solidária ocorre em casos designados
por lei ou quando as pessoas têm "interesse comum na situação que constitua o
fato gerador da obrigação principal".
A alegação era de
que haveria "interesse comum" dentro de um grupo econômico. Com a LC 214/2025,
essa tese do Fisco "cai por terra", na avaliação de Aguirra.
Caminho certo
Maria Rita Ferragut,
sócia e líder da prática tributária do Trench Rossi Watanabe, também vê a regra
da lei complementar como um acerto: "O que implica o dever de empresas
controladas, coligadas ou unidas por controle responderem por débitos
tributários umas das outras, sem qualquer divisão ou ordem de preferência, não
é a circunstância de fazer parte de um grupo econômico, já que os atos e as
omissões de uma sociedade não interferem na esfera jurídica das demais
integrantes do grupo".
Segundo ela,
responsabilizar uma empresa apenas por participar de um grupo econômico viola a
Constituição. O parágrafo único do artigo 170, por exemplo, prevê que o "livre
exercício de qualquer atividade econômica" é garantido a todos, exceto nos
casos previstos em lei.
Para Ferragut, a LC
214/2025 "respeitou a autonomia das pessoas jurídicas, a jurisprudência
judicial consolidada e evitou um desnecessário contencioso".
A advogada lembra
que o STJ já vem decidindo há anos que a responsabilidade solidária não ocorre
apenas pela participação em um grupo econômico. Além disso, a própria Receita
Federal já estabeleceu, em um parecer normativo de 2018, que grupos
econômicos "não podem sofrer a responsabilização solidária, salvo cometimento
em conjunto do próprio fato gerador".
Assim, a
tributarista conclui que o §3º do artigo 24 da nova lei "é suficiente para
evitar qualquer questionamento acerca da responsabilidade tributária solidária
do IBS e da CBS advinda exclusivamente do fato de as empresas fazerem parte de
um grupo econômico, uma vez que tal prescrição alinha-se com a jurisprudência,
doutrina e demais normas jurídicas, inclusive o CTN".
Saiba mais sobre a Reforma Tributária
acessando: https://www.mmcontabilidade.com.br/Materia.aspx?id=23939
Fonte: Conjur
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Reforma Tributária: Cruzamento de Dados Bancários - Lançamento da CBS e IBS
Publicado em
28/01/2025
às
14:00
Caracteriza omissão de receita e
ocorrência de operações sujeitas à incidência da CBS e do
IBS (os novos tributos da Reforma Tributária), dentre várias hipóteses:
- valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em
instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou
jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação idônea, a
origem dos recursos utilizados nessas operações;
- valores recebidos pelo contribuinte, informados por
instituições financeiras, administradoras de cartão de crédito e de débito,
qualquer instituição participante de arranjo de pagamento, entidades
prestadoras de intermediação comercial em ambiente virtual ou relacionados com
comércio eletrônico, condomínios comerciais ou outra pessoa jurídica legalmente
detentora de informações financeiras, superior ao valor das operações declaradas pelo sujeito passivo da
obrigação tributária.
Ou seja, a Receita
Federal, as fazendas estaduais e municipais irão monitorar depósitos e
movimentações financeiras de cada contribuinte, não apenas para cruzar dados do
imposto de renda (no caso da Receita Federal) como também para efetivar
lançamentos da CBS e do IBS!
Saiba mais sobre a
Reforma Tributária clicando em https://www.mmcontabilidade.com.br/Materia.aspx?id=23939
Base Legal: art. 335
da Lei Complementar 214/2015.
Fonte: Portal Tributário
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Reforma Tributária: Bancada do agro se articula para derrubar veto de Lula sobre tributação de Fiagros
Publicado em
22/01/2025
às
08:00
A Frente
Parlamentar Agropecuária (FPA) e a Frente Parlamentar do Empreendedorismo
(FPE) lideram um movimento para derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva na lei que regulamentação a reforma
tributária, e que abre caminho para a tributação dos Fundos de
Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro).
"Vamos trabalhar para derrubar esse veto. Precisamos aguardar a eleição da
presidência da Câmara e do Senado [em fevereiro/2025]. Em seguida, vamos
solicitar uma sessão no Congresso para que esse e outros vetos sejam pautados e
analisados", afirma à EXAME o deputado Arnaldo Jardim
(Cidadania-SP), um dos idealizadores do Fiagro.
Segundo Jardim, as
articulações entre a bancada do agro e outras frentes já começaram,
mas ainda não há prazo definido para a votação do veto. "Ainda temos tempo
para tratar essa questão com calma", diz o parlamentar.
Em nota nesta
sexta-feira, 17/01/2025, a FPA afirmou que trabalhará no Congresso Nacional
para derrubar o veto presidencial, "assegurando o tratamento adequado aos
fundos, promovendo a inclusão de pequenos investidores e fortalecendo o
desenvolvimento econômico sustentável do Brasil".
Reação da
bancada do agro
A reação da bancada
agropecuária ocorre um dia após o presidente Lula sancionar a
regulamentação da reforma tributária. Na quinta-feira, 16/01/2025, Lula vetou a
isenção de tributos para fundos de investimento e patrimoniais, como os
Fiagros, que agora deixam de ser isentos dos novos impostos Contribuição
sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto sobre
Bens e Serviços (IBS).
Segundo
o governo, a decisão foi tomada com base em critérios jurídicos. "O que
exorbitou da esfera constitucional, que seria de benefício fiscal ou não, foi
vetado. Não havia amparo constitucional expresso para que fundos de
investimento e fundos patrimoniais fossem considerados como beneficiados pelo
IBS e CBS", diz Cesar Carrijo Capi, representante da Advocacia-Geral da
União (AGU).
O
entendimento da AGU, porém, não é unânime entre os especialistas. Para Douglas
Mota, sócio da área tributária do Demarest Advogados, a questão depende de
como a Constituição será interpretada. "Esse não é um assunto totalmente
novo, mas ainda não foi testado no Judiciário, então não dá para dizer
exatamente como isso será encaminhado", afirma.
A
alíquota para a tributação dos fundos ainda não foi definida e pode variar
entre 26,5%, como previsto na lei, e 28%.
Tributação de
Fiagros
A
decisão do governo de vetar a isenção tributária para os Fiagros
também repercutiu na Faria Lima, mercado financeiro do país, que considera o
fundo uma ferramenta essencial para o investimento e financiamento das cadeias
produtivas.
Em
um cenário de escassez de crédito, muitos acreditam que o veto agrava ainda
mais a situação, especialmente porque consideram as medidas do Plano Safra
insuficientes para atender à demanda do setor.
"Se
o papel se torna menos rentável por conta dos impostos, o investidor pode optar
por outras alternativas. Para atrair interessados, será necessário oferecer uma
remuneração maior, mas, ao fazer isso, o custo adicional recairá sobre quem
está empreendendo", diz David Télio, diretor de Novas Estruturas
Financeiras da TerraMagna.
Télio
também ressalta que o impacto da tributação será direto. "Tudo que o fundo
paga em impostos impacta diretamente a rentabilidade das cotas. É automático:
se o fundo paga imposto sobre sua receita, sobra menos margem para remunerar o
investidor", afirma.
Na
avaliação de Octaciano Neto, sócio e fundador da Avra, a
tributação pode reforçar o impacto de uma eventual alta na taxa básica de juros
(Selic), comprometendo ainda mais a atividade econômica do país. "O
governo dá mais um tiro no pé da economia, interrompendo o crescimento do
mercado de capitais como ferramenta de financiamento de longo prazo para a
economia nacional", afirma.
Apesar
das preocupações, a tributação dos Fiagros não entrará em vigor imediatamente.
O início da cobrança - se mantido - será gradual, a partir de 2027, com
previsão de se estender até 2033. Esse intervalo ainda permite margem para
negociações e ajustes, o que pode se tornar uma oportunidade para o setor.
O que muda
com a regulamentação
O presidente
Lula sancionou o principal projeto de lei de regulamentação da reforma
tributária. Apesar de aplicar vetos considerados "pontuais" por
questões técnicas, Lula manteve trechos que atendem a interesses de setores
econômicos específicos, como o polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Os
vetos da agora Lei Complementar 214 serão analisados pelo Congresso, que pode
mantê-los ou derrubá-los.
Entre
os pedidos não atendidos, está o das entidades dos setores de energia, petróleo
e gás, como o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que pressionavam
pelo veto integral do artigo 441 do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024.
Lula
reuniu sua equipe na quarta-feira, 15/01/2025, para discutir os detalhes da
sanção e os vetos. O texto havia sido aprovado pelo Congresso no final de
dezembro/2024, pouco antes do recesso parlamentar. Agora, com a sanção
presidencial, a reforma tributária avança para uma nova etapa, mas os vetos
prometem ser alvo de debate intenso no Congresso Nacional.
Saiba mais sobre a
Reforma Tributária. Acesse:
https://www.mmcontabilidade.com.br/Materia.aspx?id=23939
Fonte:
Exame, com edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil
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Reforma Tributária exigirá 'reengenharia' de gestão; veja as cinco áreas mais impactadas
Publicado em
19/01/2025
às
17:00
Impacto da reforma tributária nas empresas é comparado à pandemia por
especialista
Com a sanção da regulamentação da Reforma Tributária pelo presidente
Lula, as atenções se voltam agora aos impactos que as mudanças trarão para as
diversas áreas da economia. Apesar dos reflexos atingirem todos os segmentos,
setores como o jurídico e contabilidade, em especial o planejamento tributário,
Recursos Humanos e tecnologia, devem ser os mais afetados. Empresas e
profissionais que estiverem preparados podem se beneficiar nesse processo de
transição.
O empresário
contábil, sócio da HB Realiza Contabilidade e parceiro da plataforma de gestão
Omie, Jorge Martinez Jr., faz um paralelo, guardando as devidas proporções, da
reforma com a pandemia de Covid. Para ele, as consequências das mudanças trarão
oportunidades para quem souber aproveitar e queda de desempenho para quem não
estiver preparado. Ele entende que o momento é ideal para que empresas e
profissionais iniciem a preparação.
"Se na pandemia
os médicos cuidaram dos pacientes, na reforma [tributária] serão os contadores
e os advogados. São eles que cuidarão da saúde das empresas. Impostos afetam
diretamente o lucro das empresas. Dessa forma, o empresário precisa entender de
quem ele vai comprar, como vai precificar, precisa se programar para a
mudança", afirma Martinez Jr.
A presidente da
Associação Brasileira de Recursos Humanos, Eliane Ramos, comenta que apesar de
os impactos da reforma ainda estarem distantes, as empresas e os profissionais
precisam se preparar para essa transição.
"Quem estiver
preparado para atender às demandas que surgirão sairá na frente", destaca.
Confira as cinco áreas que terão maior impacto, segundo a plataforma de Gestão
Omie:
1 - Área
jurídica
A reforma
tributária fará alterações nas leis. Tanto nas complementares, quanto nas
ordinárias e regulamentares. Isso representa um novo começo, especialmente para
os advogados tributários.
"Serão novas
considerações, interpretações e cenários. Não haverá mais resposta pronta ou
precedente. Quem trabalha nesta área precisará retornar sempre ao texto
legislativo antes de seguir com processos, tanto de forma preventiva quanto de
forma corretiva, e essa análise vai diferenciar os mais qualificados", explica
Martínez.
2 -
Planejamento tributário e financeiro
Os profissionais
destas áreas serão muito demandados para garantir a eficiência no uso do
capital e das novas formas de comprar, vender e planejar. De acordo com
Martinez, as empresas precisarão refazer toda a estratégia de negócio.
"As novas leis
farão com que sejam priorizados investimentos que tragam benefícios fiscais e
melhorem a eficiência operacional. O aumento de interesse por essas profissões
ocorrerá devido à maior preocupação em garantir que a transição tributária não
seja prejudicial", completa.
3 -
Contabilidade
A nova
legislação foi feita para simplificar, mas pode gerar dúvidas. Durante a
implantação, o contador precisará agir de forma ainda mais estratégica para
guiar o empresário, conforme explica Martinez. "Ele terá que se atualizar e
investir em dobro no conhecimento próprio e da equipe para não ficar presos em
uma realidade tributária que não existe mais", alerta.
Profissionais
de compliance também
serão necessários, na visão do empresário, já que os negócios vão precisar de
orientação estratégica para se adequar.
4 -
Tecnologia
Ele também
elenca os técnicos, desenvolvedores, especialistas em segurança digital e
profissionais de inteligência artificial como profissionais cada vez mais
requisitados. Sistemas e softwares já
auxiliam na gestão tributária, no controle contábil, financeiro e outros
departamentos relacionados a tributos e impostos. Com as mudanças, eles podem
ser ainda mais desejados.
"A tecnologia
será necessária tanto internamente para extrair as informações das empresas dos
clientes, quanto nos escritórios de contabilidade e de advocacia para que a
gente possa processar todos os dados e o cliente não perder tempo. Pois ele
terá que tomar decisões rápidas. Do contrário, pode correr o risco de quebrar".
5 - Gestão
de pessoas - Recursos Humanos-
O especialista
ressalta que a reforma não trará apenas redução de tributos, mas equiparação, o
que pode trazer aumento de custo para diversos setores. "Com isso, antecipação,
monitoramento, atualização contínua e comunicação clara serão os grandes desafios
do setor de gestão de pessoas. Será fundamental equilibrar a carga tributária
sem perder a competitividade por bons profissionais", finaliza.
Fonte:
Diário do Comércio
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Cesta básica, cashback, Imposto Seletivo: entenda a regulamentação da Reforma Tributária
Publicado em
19/01/2025
às
15:00
A mudança no sistema de impostos começa a valer em 2026 em fase de testes
e será aplicada gradativamente em 2027 até 2033
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta quinta-feira
(16/01/2025), o maior e mais relevante projeto
de regulamentação da Reforma Tributária. O texto foi votado ao longo de
2024 pelo Congresso Nacional.
As novas regras vão disciplinar a reorganização da cobrança de impostos sobre o
consumo. A reforma de tributos sobre a renda ficará para uma segunda etapa.
A nova lei detalha
como será feita a unificação de cinco tributos no Imposto sobre Bens e Serviços
(IBS) - que reunirá ICMS e ISS - e na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS),
que vai unir PIS/Cofins e IPI. Juntos, eles formam o Imposto sobre Valor
Agregado (IVA). O CBS é de competência federal e o IBS, estadual.
Veja no esquema abaixo:
Além
da unificação de impostos, também haverá o fim da cobrança em cascata. Hoje, há
a chamada cumulatividade. Como os impostos incidem na origem, ou seja, na
produção, eles acabam se acumulando.
Por exemplo, uma montadora ao comprar um pneu, paga imposto. Ao comprar o
carro, o consumidor paga, além do imposto sobre o automóvel, o tributo embutido
na aquisição do pneu pela montadora. Ou seja, acaba pagando imposto sobre
imposto.
Com a Reforma Tributária, as empresas
poderão descontar os impostos pagos nas etapas anteriores da produção, através
de créditos tributários.
A reforma começa a
valer em 2026 em fase de testes e será aplicada gradativamente em 2027 até
2033, conforme calendário abaixo.
O texto também trata
de assuntos como cashback (devolução de imposto para baixa renda) e composição
da cesta básica, além de indicar os setores e produtos que terão imposto zerado
e os que terão alíquota maior ou menor que a padrão, entre outros assuntos.
O chamado Imposto
Seletivo ou imposto do pecado, por exemplo, será uma alíquota adicional que irá
incidir sobre produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente, como cigarro,
refrigerante e veículos.
Alíquota maior e trava
A lei prevê um limitador de alíquota-padrão. A regra funcionará como uma
espécie de gatilho: toda vez que a taxa de referência ameaçar ultrapassar o
índice de 26,5%, medidas de redução de carga tributária seriam acionadas.
A proposta afirma que uma avaliação será feita em 2031, para estimar se a soma
das alíquotas de CBS e IBS, que passarão a valer integralmente em 2033,
resultarão em valor superior a 26,5%.
Caso o valor seja
maior, um projeto de lei deverá ser enviado pelo Executivo propondo a redução
de benefícios para setores ou produtos.
O projeto precisará
ser aprovado até o final de 2032, para que a alíquota de referência entre em
vigor em 2033.
Alguns produtos terão uma alíquota menor ou
mesmo zerada. É o caso de proteínas de origem animal, como carne e frango.
Outros terão alíquota majorada, como cigarro e refrigerante.
Assim, a ideia é que
a carga tributária geral fique em 26,5%, pois a redução de um lado será
compensada com a alta do outro.
Cesta
básica
A
proposta lista alimentos da chamada cesta básica nacional, que terão alíquota
zero. São eles:
Arroz
Leite fluido pasteurizado ou
industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em pó, integral,
semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis definidas por previsão legal
específica
Fórmulas infantis
Manteiga
Margarina
Feijões
Raízes e tubérculos
Cocos
Café
Farinha de mandioca
e tapioca
Farinha de trigo
Grão de milho
Açúcar
Massas alimentícias
Aveias
Pão francês
Carnes bovina,
suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal (exceto foies gras)
Peixes e carnes de
peixes (exceto salmonídeos, atuns, bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros
subprodutos)
Queijos tipo
mozarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone,
queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino
Sal
Mate
Óleo de babaçu
Há ainda uma lista
de alimentos e bebidas que terão desconto de 60% sobre a alíquota-padrão. São
eles:
Crustáceos (exceto
lagostas e lagostim)
Leite fermentado,
bebidas e compostos lácteos;
Mel natural
Farinha, grumos e
sêmolas, de cerais; grãos esmagados ou em flocos, de cereais
Amido de milho
Massas alimentícias
Sucos naturais de
fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes
e sem conservantes
Polpas de frutas sem
adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes
Sucos naturais de
fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes
e sem conservantes
Pão de forma
Extrato de tomate
Produtos hortícolas
Fruta de casca rija
regional, amendoins e outras sementes
Bolacha
Óleo de soja, de
milho, canola e demais óleos vegetais (com exceção de óleo de babaçu, que está
na cesta de 100%)
Imposto Seletivo
O
Imposto Seletivo terá uma alíquota maior que a padrão. Ou seja, ele será de
26,5% mais um percentual a ser definido futuramente.
A ideia é que esse
imposto seja cobrado de produtos ou atividades nocivos à saúde ou ao meio
ambiente. O objetivo é desestimular, por meio da cobrança extra, o consumo
desses produtos.
O tributo será
aplicado sobre os seguintes produtos e serviços:
Veículos;
Embarcações e
aeronaves;
Produtos fumígenos;
Bebidas alcoólicas;
Bebidas açucaradas;
Bens minerais;
Concursos de
prognósticos e fantasy sport.
Cashback
O projeto prevê 100% de cashback (devolução) de imposto federal sobre energia
elétrica, água, esgoto para a população de baixa renda. No Senado, foram
incluídas as contas de telefone e internet da população de baixa renda no
cashback.
Com isso, os inscritos no CadÚnico terão a devolução total do valor pago em CBS
sobre os itens.
Já a arrecadação com
o IBS vai para estados e municípios. Neste caso, o cashback será de 20%. Caberá
às autoridades locais determinar ou não a ampliação da devolução do imposto.
O projeto também
prevê cashback de 100% de CBS para botijão de gás, o que foi mantido no novo
relatório.
Nanoempreendedor
Os parlamentares criaram a figura do nanoempreendedor, que não existe na
legislação brasileira. A categoria é composta por empreendedores que faturam R$
40,5 mil anualmente (R$ 3.375 mensais), que poderão escolher entre ficar no
Simples Nacional, regime simplificado para micro e pequenas empresas cumulativo
(com taxação em cascata), ou migrar para o IVA, que tem alíquota maior, mas não
é cumulativo.
Pelo texto, o nanoempreendedor que migrar para o IVA deixará de recolher para a
Previdência Social. Atualmente, o empreendedor com o menor volume de receitas
são os microempreendedores individuais (MEI), que faturam até R$ 81 mil anuais
e contribuem para a Previdência. Dessa forma, o volume de receita para definir
o nanoempreendedor equivale à metade do MEI.
Aplicativos
O texto ainda estabelece que os motoristas de aplicativos ou entregadores terão
considerados como receita brutal para incidência de imposto apenas 25% dos
ganhos com corridas.
Caso esse valor, de 25% da receita, seja o equivalente a menos da metade do
limite para os Microempreendedores Individuais (MEIs), o trabalhador de
aplicativo também se enquadrará na categoria de nanoempreendedor, que não
precisa recolher o imposto sobre consumo.
Medicamentos
Todos os remédios pagarão menos imposto.
Medicamentos populares, como antigripais, foram incluídos na alíquota reduzida
de 60%. Como a alíquota-padrão da reforma é de 26,5%, os medicamentos com
alíquota reduzida terão imposto de 10,6%. Pela regra, todos os medicamentos
registrados na Anvisa ou fórmulas magistrais correspondentes que sejam
produzidas por farmácias de manipulação terão alíquota reduzida em 60%.
Outros, usados para
tratamentos graves, terão alíquota zero.
Entre os
medicamentos e dispositivos que terão 60% de desconto na alíquota, o Senado
incluiu produtos de Home Care, aqueles utilizados para tratamentos de idosos,
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida quando tratadas em casa; além de
serviços de esterilização e instrumentação cirúrgica.
Profissionais
liberais
A nova lei estabelece redução em 30% das alíquotas do IBS e da CBS sobre a
prestação de serviços de 18 profissões regulamentadas de natureza científica,
literária ou artística.
As 18 profissões selecionadas:
administradores
advogados
arquitetos e
urbanistas
assistentes sociais
bibliotecários
biólogos
contabilistas
economistas
economistas
domésticos
profissionais de
educação física
engenheiros e
agrônomos
estatísticos
médicos veterinários
e zootecnistas
museólogos
químicos
profissionais de
relações públicas
técnicos industriais
técnicos agrícolas
Planos
de Saúde
A
lei aprovada ainda prevê a possibilidade de as empresas acreditarem no pagamento
de IBS e CBS em planos de saúde para seus funcionários e criou uma redução de
30% na alíquota dos planos de saúde para animais domésticos.
Remédio para pet vai pagar
menos imposto
O
texto prevê redução de 60% da alíquota-padrão sobre consumo para medicamentos,
vacinas e soros de uso veterinário.
Redução da alíquota em 60%:
Áreas como ensino infantil, fundamental e médio
Serviços de saúde e dispositivos médicos
Dispositivos de
acessibilidade
Itens de higiene
pessoal, como sabões, escovas de dente e papel higiênico
Insumos agrícolas
Produções nacionais
artísticas, obras, eventos
Mineração
O setor de mineração conseguiu uma concessão. A regulamentação estabelece agora
que a cobrança de Imposto Seletivo não vai valer para exportações.
Imóveis
Haverá um desconto de 50% na alíquota geral nas transações do mercado
imobiliário.
Será criado um
limite para que pessoas físicas que tenham imóveis de aluguel sejam isentas do
imposto.
As pessoas físicas
que tenham imóveis de aluguel serão isentas do pagamento de imposto sobre
consumo, desde que arrecadem menos de R$ 240 mil por ano com as locações e
tenham menos de três imóveis alugados.
A partir desses
limites, o locador, mesmo sendo pessoas física, terá de incluir o IVA sobre o
cálculo de locação.
Bares,
restaurantes, hotéis e parques
Foi
simplificado o cálculo do regime específico de hotelaria, turismo, bares e
restaurantes. Eles foram enquadrados na alíquota reduzida em 40%, sem contar as
gorjetas na base de cálculo.
Como contrapartida,
não é autorizada a apropriação de créditos do IBS e da CBS por quem adquire os
produtos ou serviços desses setores.
A venda de bebidas
alcoólicas não entra no cálculo de alíquota reduzida.
Fonte:
Folha de Pernambuco, come edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil
-
Reforma Tributária: entenda como ficará a cobrança de impostos sobre fundos de investimentos
Publicado em
19/01/2025
às
12:00
Mudança não mexe
com isenção de dividendos de fundos imobiliários
A regulamentação da Reforma Tributária, sancionada na quinta-feira pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe o veto à isenção para fundos de
investimento, patrimoniais e que realizam operações com bens imóveis.
O veto se trata exclusivamente de CBS e
IBS, que são os tributos criados com a reforma. E não acaba com a isenção para
dividendos de Fundos Imobiliários, por exemplo, e nem com o atual mecanismo de
cobrança de Imposto de Renda.
Entenda
o veto
O
que o Congresso estabeleceu e Lula vetou foi a isenção de CBS e IBS para
operações de compra, venda e aluguel de imóveis por meio de fundos de
investimento, incluindo os imobiliários e agropecuários, os FII e Friagro.
De acordo com o governo, porém, a isenção não é prevista hoje e criaria um
benefício não autorizado anteriormente pela Emenda Constitucional.
Na prática, esses
fundos continuarão pagando a mesma carga tributária que já pagam hoje, quando
as operações de compra, venda e aluguel forem realizadas. O imposto será
cobrado de acordo com o regime para o setor imobiliário. Ou seja, com alíquotas
reduzidas em 50% para as vendas e em 70% para os aluguéis.
15 vetos
O
governo sancionou a lei que regulamenta a Reforma Tributária nesta quinta-feira
e vetou 15 pontos da proposta.
Reforma Tributária elimina os cinco impostos sobre consumo existentes hoje,
IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS, e cria o IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que
será a união da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência
federal e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência de estados e
municípios.
- Os fundos serão
contribuintes quando fizessem o fornecimento de bens e serviços. O texto da
Câmara previa uma isenção de CBS e IBS para essas operações, criando um novo
benefício. Esse efeito de isenção poderia causar uma série de problemas,
prejudicando a não cumulatividade do sistema. O benefício ainda poderia gerar
uma vantagem tributária sobre outras empresas que realizam essas operações,
levando os contribuintes a preferirem os fundos. Se o fundo compra imóvel,
vende imóvel, aluga imóvel, ele está sim formando um fato gerador de cobrança
de CBS e IBS - disse a professora e pesquisadora Thais Veiga Shingai, do Núcleo
de Tributação do Insper.
A tributarista ainda
pontua que a tributação das operações pode, inclusive, ser vantajosa para
empresas que comprem ou aluguem imóveis desses fundos, já que em uma locação
comercial, por exemplo, a pessoa jurídica poderá se creditar do aluguel.
Já para o advogado tributarista Halley
Henares, a cobrança pode acabar tornando mais caro o produto final da cadeia de
produção, no caso dos Fundos Agropecuários, já que os alugueis e compra de
espaços e imóveis também estarão mais caros.
- Eu entendo que a decisão
não foi correta, porque automaticamente você pode onerar o produto final,
inclusive para cadeia do agro - disse.
No entanto, a
justificativa do governo é de que os fundos já pagam hoje impostos de consumo
sobre as suas operações de compra, venda e aluguel e imóveis. Além disso, o
setor agropecuário terá uma série de outros benefícios tributários ao longo da
cadeia, como o imposto reduzido para a aquisição de insumos.
Fonte: Folha de Peranambuco
-
Comitê gestor da reforma tributária será fundamental, diz advogada
Publicado em
17/01/2025
às
10:30
A
sanção da reforma tributária marca o início de uma nova fase crucial para sua
implementação efetiva. Nesse contexto, o comitê gestor emerge como elemento
fundamental para o funcionamento do novo sistema tributário brasileiro, especialmente
no que tange ao Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
Ana
Cláudia Utumi, sócia fundadora do Utumi Advogados, em entrevista ao CNN Prime Time desta
quinta-feira (16/01/2025), enfatizou o papel vital desse comitê: "Esse comitê
vai ser fundamental para o funcionamento do IBS e também para a vida do
contribuinte".
Distribuição
de receitas e gestão de recursos
Uma
das principais atribuições do comitê gestor será a determinação da repartição
das receitas tributárias entre estados e municípios. Utumi explica que "toda
arrecadação do IBS, ele vai num primeiro momento para o comitê gestor e a
partir do comitê gestor é que eu tenho a distribuição entre os estados e
municípios".
Além
disso, o comitê terá papel crucial na regulamentação de diversos aspectos
operacionais do novo sistema, incluindo obrigações acessórias, restituição de
tributos e prazos de recolhimento.
Harmonização
de entendimentos e fiscalização
Outro
ponto destacado pela advogada é a necessidade de harmonização de entendimentos
entre os diferentes estados na aplicação do IBS.
"Eu
não posso ter uma interpretação no Rio, outra interpretação em São Paulo, outra
interpretação em Brasília", afirma Utumi, ressaltando a importância da
coordenação entre os fiscos para garantir entendimentos comuns.
A
especialista também menciona que questões relacionadas à fiscalização e aos
processos administrativo continuarão pendentes de definição no Projeto de Lei
Complementar 108, que trata da segunda parte da reforma tributária.
Embora
a expectativa seja de neutralidade na carga tributária sobre o consumo, Utumi
alerta que ainda há muitos detalhes a serem definidos nos próximos passos da
implementação da reforma.
O
comitê gestor, portanto, terá um papel crucial nesse processo de transição e na
definição dos aspectos práticos do novo sistema tributário brasileiro.
Fonte: CNN, com edição do texto pela M&M Assessoria Contábil
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-
Reforma Tributária: Comércio prevê prejuízo para pequenos negócios
Publicado em
17/01/2025
às
10:00
Para Associações Comerciais, nova lei não corrigiu "equívocos",
compromete competitividade e prejudica o ambiente de negócios
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na quarta-feira
(15/01/2025) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, de regulamentação da
reforma tributária. Na verdade, o primeiro projeto, aprovado pelo Senado e pela
Câmara em dezembro. Há um segundo texto (PLP 108/24), ainda em tramitação, que
cria o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CG-IBS).
O que foi sancionado agora,
em cerimônia no Palácio do Planalto, prevê a substituição de cinco tributos
(ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) por três: Imposto Seletivo (sobre produtos
considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente), CBS (federais) e IBS
(estadual e municipal), os dois últimos sobre mercadorias e serviços e cobrados
no destino. Está previsto um período de transição (de 2026 a 2033) para a
mudança total do sistema.
Entidades do Comércio, que
acompanharam toda a tramitação do projeto de regulamentação (a primeira versão
nasceu em 2023, resultando na Emenda Constitucional 132), fazem ressalvas ao
texto final aprovado no Congresso, apesar de conter avanços.
A Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por exemplo, afirma que o projeto
"representa um passo importante na modernização do sistema tributário
brasileiro". A entidade cita também como pontos positivos a redução de
alíquotas para bares, restaurantes, hotéis e parques temáticos e a inclusão de
itens na cesta básica. Por outro lado, enfatiza que o setor de Serviços, "um
dos maiores empregadores do país e responsável por grande parte da geração de
renda, segue como um setor sensível que exige atenção especial".
Além disso, para a Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo o texto "carece de mecanismos
mais robustos que assegurem a não elevação da carga tributária, o que pode
comprometer a sustentabilidade das empresas do setor". E se manifesta
preocupada com a ausência de medidas voltadas para micro e pequenas empresas,
"especialmente no âmbito do Simples Nacional". A questão do Simples foi
enfatizada pelo setor durante toda a tramitação no Congresso.
IMPACTO
Já a Confederação das
Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) afirma que procurou, ao
longo de 2024, mostrar aos deputados e senadores o ponto de vista dos
empreendedores e o impacto da reforma tributária para a economia. "Não
conseguimos todos os pleitos, mas, por lei, estão previstas revisões obrigatórias
e periódicas dos regimes específicos", afirmou o presidente da entidade,
Alfredo Cotait Neto. "E nós vamos acompanhar." Segundo a confederação, o texto
contém diversas mudanças para empresas enquadradas no Simples, alterando, por
exemplo, o entendimento sobre a receita bruta de microempresas e empresas de
pequeno porte.
A Federação das Associações
Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) divulgou nota logo após a aprovação
do projeto afirmando que a regulamentação não corrigiu "equívocos" e com isso
os pequenos negócios terão perda de competitividade. "A Rede de Associações
Comerciais, legítima representante das micro e pequenas empresas e da classe
empreendedora, lamenta que o Congresso Nacional tenha perdido a oportunidade de
corrigir os equívocos do projeto de regulamentação da Reforma Tributária",
afirmou a Facesp. "Essa omissão coloca em risco a competitividade dos pequenos
negócios, responsáveis pela criação de oito a cada dez empregos no Brasil, e
prejudica ainda mais o ambiente de negócios."
No documento, as entidades
afirmam que "pontos cruciais" ficaram de fora, como a transferência integral de
crédito aos optantes do Simples - "ou um crédito presumido que equiparasse as
condições com as grandes empresas". Com isso, "o Brasil estará em breve diante
da maior alíquota padrão de tributação do mundo, estimada em aproximadamente
28%, enquanto conviverá por muitos anos com dois sistemas tributários
simultâneos".
Para as entidades, a reforma
também impõe aos pequenos negócios um dilema preocupante: manter-se
integralmente no Simples e enfrentar a desvantagem de transferir créditos
menores que os concorrentes fora do regime, ou optar por um regime híbrido,
recolhendo separadamente o IBS e a CBS, o que elevará os custos tributários e a
complexidade do cumprimento das obrigações fiscais, tornando a operação
insustentável.
Elas consideram a situação
do setor de serviços ainda mais delicada, "pois serão necessários mecanismos
adicionais à regulamentação para evitar a elevação significativa da carga
tributária". Se isso não acontecer, "a sustentabilidade das empresas deste
segmento estará seriamente comprometida e haverá aumento da informalidade e
perda de postos de trabalho".
Fonte: Diário do Comércio, com edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil
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-
Reforma tributária: segunda parte da regulamentação será votada em 2025
Publicado em
10/01/2025
às
12:00
A regulamentação da reforma tributária, tema que dominou as discussões
no Congresso em 2024, ainda não acabou. Aprovado em dezembro, o PLP
68/2024 - primeiro projeto da regulamentação da Emenda Constitucional
132, da reforma -, tem até 16 de janeiro de 2025 para ser sancionado pelo
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. E agora começa a corrida
para que o segundo projeto, o PLP 108/2024, seja aprovado pelo Senado
ainda em 2025, já que o período-teste de cobrança dos novos impostos começa em
2026.
A primeira parte da
regulamentação tratou da reforma tributária sobre o consumo. O texto contém
regras para a implementação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual - que
compreende a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, e o
Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), partilhado entre estados, DF e municípios.
O segundo projeto da regulamentação é importante porque trata do Comitê Gestor
do IBS, responsável por arrecadar o imposto.
A corrida contra o tempo se
dá porque, após a aprovação do projeto e a conversão em lei complementar, ainda
serão necessários passos como a elaboração do regulamento infralegal do órgão,
a indicação dos entes federados para os cargos e a adequação das tecnologias
para a implementação. Tudo isso terá que ser feito antes do início do
período-teste de cobrança em 2026. A demora na aprovação do projeto pode
atrasar todo o processo e causar insegurança jurídica.
Embora a maior parte da
tecnologia necessária para implementar a reforma já seja utilizada na
administração tributária, é preciso coordenar e uniformizar todo o sistema. No
caso da emissão de notas fiscais eletrônicas, por exemplo, muitos municípios
ainda não têm a ferramenta implementada.
- Para que a gente possa
começar no ano de 2026 e não sofrer nenhum atraso, porque nós estamos correndo
contra o tempo no desenvolvimento dos softwares no desenvolvimento dos
sistemas, é preciso que se tenha um CNPJ para que se coloque recursos
orçamentários, para uma série de questões que serão desenvolvidas - alertou o
senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator do primeiro projeto da reforma, ao
apresentar o texto em dezembro.
Para suprir a lacuna até a
aprovação do PLP 108, Braga incluiu no PLP 68/2024 um Comitê Gestor temporário
e independente, que durará até o fim de 2025. A inclusão, segundo o relator,
foi feita a pedido do Ministério da Fazenda com o objetivo exclusivo de criar o
regulamento do IBS. As funções de arrecadar imposto e decidir sobre
controvérsias, previstas na emenda constitucional da reforma tributária, não
serão exercidas nesse momento.
- A questão do comitê gestor
foi recepcionada no PLP 68 com algumas condições. A primeira é que só é válido
até 31 de Dezembro de 2025, ou seja: até essa data, o PLP 108 precisa estar
aprovado, precisa estar regulamentado de todas as formas, porque quando começar
2026 e nós formos implementar as obrigações acessórias, não poderá mais ser um
comitê temporário - disse o relator.
O PLP 108/2024 foi aprovado
pela Câmara no final de outubro, mas a análise pelo Senado só vai começar em
2025, porque em 2024 a Casa esteve concentrada na aprovação da primeira parte
da regulamentação. O texto em análise no Senado regulamenta a gestão e a
fiscalização do IBS, que vai substituir o ICMS (estadual) e o ISS (municipal).
O projeto ainda não tem a
definição formal sobre as comissões nas quais será analisado, mas é possível
que seja enviado diretamente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), como
ocorreu com o primeiro texto.
Regras
Pelo projeto aprovado na
Câmara, o Comitê Gestor do IBS (CG-IBS) reunirá representantes de todos os
entes federados para coordenar a arrecadação, a fiscalização, a cobrança e a
distribuição desse imposto. Embora a coordenação fique a cargo do comitê gestor,
as atividades efetivas de fiscalização, lançamento, cobrança e inscrição em
dívida ativa do IBS continuarão a ser feitas pelos estados, pelo Distrito
Federal e pelos municípios. O comitê também será responsável por elaborar a
metodologia e o cálculo da alíquota, entre outras atribuições.
O CG-IBS, de acordo com o
projeto, será uma entidade pública sob regime especial, dotada de independência
orçamentária, técnica e financeira, sem vinculação a nenhum outro órgão
público. A instância máxima de decisões do CG-IBS será o Conselho Superior, que
deve ser criado 120 dias após a sanção da lei complementar. O colegiado será
formado por com 54 membros remunerados e respectivos suplentes (27 indicados
pelos governos dos estados e do Distrito Federal e outros 27 eleitos para
representar os municípios e o DF). As regras para a eleição são detalhadas no
texto.
Com sede em Brasília, o
Conselho Superior tomará decisões por maioria absoluta dos representantes dos
entes. No caso dos estados e do DF, além da maioria absoluta será necessário o
voto de conselheiros que, somados, representem mais de 50% da população do
país, regra incluída durante a tramitação na Câmara.
O titular do conselho
indicado pelos estados e DF deverá ser ocupante do cargo de secretário de
Fazenda ou cargo similar. Em relação aos municípios, o representante poderá
atender a um dos seguintes critérios: ocupar o cargo de secretário municipal de
Fazenda ou similar; ter experiência mínima de dez anos na administração
tributária; ou ter experiência de quatro anos ocupando cargos de direção
superior na administração tributária municípios.
O texto veda a reeleição
para presidente e vice-presidentes do Conselho Superior e prevê a alternância
nos mandatos de dois anos entre o grupo de representantes dos estados e o grupo
de representantes dos municípios, tanto no Conselho quanto nas diretorias. A
alternância deverá ocorrer também nos cargos de diretor-executivo, da auditoria
interna e da corregedoria. Além disso, 30% dos cargos são reservados para as
mulheres.
Críticas
Durante audiência pública
feita em outubro pelo Senado, especialistas demonstraram preocupação com o
modelo do comitê. O economista Felipe Salto, ex-diretor-executivo da
Instituição Fiscal Independente (IFI) disse considerar que as regras previstas
para o CG-IBS vão na direção contrária do Pacto Federativo. Ele apontou
possíveis problemas em casos de conflitos, com a lavratura de autos de infração
por instâncias diferentes no caso do IBS (comitê) e do CBS (Receita Federal).
- Esses princípios e dispositivos
novos vão produzir um sem-número de questionamentos e de piora no contencioso
tributário não só administrativo, mas também judicial. Então, o Comitê Gestor é
uma estrutura que só tem um jeito de funcionar: se ele for o órgão mais
poderoso da República. E isso é gravíssimo, porque nós estamos falando de uma
centralização e de uma perda de poder de arrecadação, que, por sua vez, é a
fonte de financiamento de boa parte das políticas públicas realizadas pelos
governadores - disse o economista.
Para ele, a adoção do
critério populacional nas decisões do conselho superior do comitê (que exige
além da maioria absoluta dos representantes os votos de conselheiros que
representem mais de 50% da população) foi um avanço feito pela Câmara no texto.
Doutora em direito
tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP),
Susy Gomes Hoffmann disse que o comitê pode ficar vulnerável a interferências
políticas. Para ela, como o fato gerador do IBS e da CBS é o mesmo, os dois
tributos deveriam ter administração compartilhada com fiscalização unificada,
evitando múltiplas instâncias de julgamento em estados e municípios.
A simplificação e a
unificação do contencioso também foram defendidas por
Felipe Kertesz Renault, diretor da Associação Brasileira de Direito
Financeiro (ABDF). Para ele, a existência de contenciosos simultâneos na
Receita e no Comitê, além do alto custo e da alta burocracia necessária, gera
insegurança jurídica ao contribuinte e também aos fiscos, que dependem das
interpretações para que possam tributar.
- O que vai acontecer, na
prática, na existência de dois tribunais distintos, é que teremos,
necessariamente, divergências interpretativas e teremos mais tempo ainda para
que essa divergência seja superada. Ou seja, alongaremos o debate e, com isso,
como nos disse e nos ensinou Ruy Barbosa, não teremos justiça em nenhuma frente
- lamentou.
Já Melissa
Castello, procuradora da Fazenda do Rio Grande do Sul, classificou o
comitê gestor do IBS como uma ferramenta de segurança jurídica que corresponde
à demanda dos contribuintes. Ela concordou que a lei poderia ter previsto um
contencioso administrativo único, mas lembrou que haverá instâncias como o
Comitê de Harmonização das Administrações Tributárias e o Fórum de Harmonização
Jurídica das Procuradorias.
- Quando o Comitê de
Harmonização estiver harmonizando decisões administrativas, ele vai ouvir
obrigatoriamente o Fórum de Harmonização Jurídica das Procuradorias, que é o
órgão em que está o conhecimento de interpretação
jurídica. E por que isso é
importante? Porque isso me assegura previsibilidade e alinhamento com a decisão
dos tribunais superiores - apontou.
O auditor fiscal da Receita
Federal Geraldo da Silva Datas, presidente do Conselho de Contribuintes do
Estado de Minas Gerais, disse ser preciso haver um órgão que coordene e integre
as ações administrativas relativas à aplicação da reforma tributária do
consumo. Ele afirmou que o conteúdo do PLP 108/2024 precisa ser trabalhado com
a mesma importância que se deu ao PLP 68/2024.
- Em matéria de contencioso,
eu posso garantir para os senhores que o modelo que a gente está tentando
construir é o modelo que tem compromisso, sim, com a simplificação, tem
compromisso, sim, com a segurança jurídica - disse o auditor durante o debate.
Crime de responsabilidade
O projeto prevê que o
presidente do Comitê Gestor poderá ser enquadrado por crime de responsabilidade
por atos como o de não prestar aos legislativos as contas do exercício anterior
no prazo definido e não prestar informações solicitadas por escrito pela Câmara
dos Deputados ou pelo Senado, entre outros atos previstos na lei que trata dos
crimes de responsabilidade (Lei 1.079, de 1950).
Os procedimentos de
destituição seguirão o rito do impeachment para o presidente da República, que
prevê formação de comissão especial para emitir relatório sobre a denúncia e
votação da autorização pelo Plenário com quórum mínimo de dois terços dos
deputados federais para que o processo siga ao Senado, onde o afastamento
também tem de ser votado pelo Plenário com o apoio de dois terços dos
senadores.
Financiamento
O comitê será financiado
pela própria arrecadação do imposto, mas no início a União vai arcar com as
despesas de instalação do comitê: serão até R$ 3,8 bilhões no período de 2025 a
2028. Isso se dá porque até lá a cobrança do IBS ainda estará em período de
teste, com uma alíquota de 0,1%. Após 2029, a cobrança do IBS será implementada
gradualmente até 2033, quando o imposto substituirá definitivamente o ICMS e o
ISS.
O projeto detalha
percentuais da arrecadação do IBS para financiar as atividades do comitê
gestor. Durante o período de 2026 a 2032, os percentuais serão decrescentes
devido à implantação gradual do imposto. O percentual do IBS destinado às
atividades do comitê passa gradualmente de 100% em 2026 até 0,5% em 2032. A
partir de 2033, o percentual será de no máximo 0,2% do produto da arrecadação
do IBS.
Receita
O projeto introduz conceitos
para diferenciar a receita obtida com o IBS em diferentes etapas. A receita
inicial de cada ente federativo será o arrecadado, descontados os créditos
apropriados pelo contribuinte no processo de não cumulatividade. Desse valor,
será descontado o que foi destinado à devolução de tributos para consumidor de
baixa renda (cashback), segundo percentual a ser fixado pelo CG-IBS em cada
período de distribuição mensal, com base em estimativas do valor da devolução
geral do IBS e do valor total da receita inicial dos entes federativos.
O percentual será o mesmo
para todos os estados, o Distrito Federal e os municípios. Na prática, isso
significa que o cashback geral do IBS será financiado por todos os entes
federativos, na proporção de sua participação na receita inicial. Outro ajuste
da receita inicial será quando o ente federativo fixar alíquota do IBS
(alíquota padrão) diferente da alíquota de referência (fixada pelo Senado
Federal no período de transição de 2029 a 2033).
No caso de a alíquota padrão
ser superior à alíquota de referência, o aumento de receita será deduzido da
receita inicial do ente federativo. Se a alíquota padrão for inferior à de
referência, haverá redução da receita inicial decorrente da aplicação de
alíquota menor. Segundo o governo, esse ajuste é necessário por causa da norma
da Emenda Constitucional 132 sobre a transição na distribuição dos recursos. A
repartição usará a arrecadação com base nas alíquotas de referência.
Outros ajustes deverão
ocorrer em razão de créditos presumidos concedidos pela legislação. Depois de
todos os ajustes, o valor encontrado servirá de base para o cálculo da
distribuição na fase de transição para evitar perdas de receita.
No período de
2029 a 2077, percentuais de 80% (2029 a 2032), 90% (2033) e gradativamente
menores (2034 a 2077) serão retidos para redistribuição com esse objetivo.
Depois dessa primeira
retenção, outros 5% (de 2029 a 2077) serão separados para os entes federativos
com maior perda de participação relativa na receita. De 2078 a 2097, o
percentual será reduzido gradativamente até zerar. Em ambas as retenções,
o arrecadado com multas de ofício impostas pelo não pagamento de tributos ou
descumprimento de obrigações acessórias (entrega de declarações, por exemplo)
ficará de fora.
Créditos de ICMS
O PLP 108/2024 também define
o destino dos saldos credores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) existentes nas empresas. Como o ICMS deixará de existir a
partir de 2033, o projeto permite que as empresas peçam a compensação desses
créditos com valores devidos do mesmo tributo se o estado concordar. Outra
opção é compensar valores no IBS a pagar. A transferência a terceiros também
será possível, mas a empresa que os receber poderá utilizá-los somente para
compensar ICMS ou IBS.
Caso o pedido de compensação
não tenha sido analisado pela administração tributária dentro do prazo (24
meses ou, se mercadoria para ativo permanente, 60 dias), a transferência será
chamada de tácita e somente poderá ocorrer a partir de 1º de janeiro de 2038.
Caso nenhuma hipótese de
compensação seja possível, o titular do crédito poderá pedir ressarcimento a
ser pago em 240 parcelas mensais. No entanto, o governo terá direito de atrasar
o pagamento do mês em até 90 dias sem qualquer acréscimo, que começará depois
desse prazo proporcionalmente à taxa Selic.
Penalidades
O projeto contém regras
sobre infrações, penalidades e encargos moratórios relativos ao IBS. Pelo
texto, a falta de pagamento do IBS resultará em multa de 75% sobre o valor do
imposto devido ou do crédito registrado indevidamente.
Todos que tenham
concorrido para a prática da infração tributária poderão responder
conjuntamente. Já o valor do crédito tributário estabelecido será corrigido por
juros de mora equivalentes à taxa Selic mensalmente e multa de mora de 0,33% ao
dia (limitada a 20% do valor do IBS).
Além de multas aplicáveis
sobre o valor da operação irregular, o texto aprovado pela Câmara criou a
Unidade Padrão Fiscal do IBS (UPF/IBS), com valor unitário de R$ 200,
atualizado mensalmente pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo
(IPCA). Certas infrações, como o embaraço à ação fiscal, por exemplo,
resultarão em multas cobradas com base na UPF.
As multas aplicadas com
lançamento de ofício poderão ser pagas com redução de 50% se o pagamento integral
do crédito tributário (principal mais juros e multas de mora) ocorrer no prazo
previsto para apresentar impugnação contra a administração. O desconto cai para
25% se o pagamento ocorrer após esse prazo e antes da sua inscrição em dívida
ativa. Para contribuintes que participem de programa de conformidade
estabelecido pelo comitê gestor, os percentuais aumentam, respectivamente, para
60% e 35%.
O PLP 108/24 tambem
estabelece regras sobre o o processo administrativo tributário do IBS,
que será totalmente eletrônico desde a impugnação (contestação do lançamento).
O sistema eletrônico será implantado pelo Comitê Gestor. O processo terá três
"etapas" de julgamento (primeira instância, instância recursal e instância de
uniformização da jurisprudência), todas realizadas por servidores de carreira
dos fiscos, com representação paritária entre o conjunto de estados e o
conjunto de municípios.
Outras medidas importantes
sobre o contencioso administrativo tributário do IBS são a adoção de rito
sumário para créditos tributários de baixo valor ou em razão da menor
complexidade da matéria; a suspensão do curso do prazo processual entre 20 de
dezembro e 20 de janeiro (recesso); e o prazo de dez dias para a realização de
atos, quando não houver outro prazo expressamente previsto.
Transmissão de bens
Outro tema tratado pelo
projeto é o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens
ou Direitos (ITCMD). A regulamentação desse imposto já era prevista na
Constituição, mas nunca foi implementada. O ITCMD é um imposto estadual que
incide sobre doações ou transmissão hereditária ou por testamento de bens e
direitos. Hoje, o tributo é regulado por leis estaduais, com alíquotas e regras
diferentes.
Conforme diretrizes da
Emenda 132, os estados e o Distrito Federal seguem com autonomia para fixar as
alíquotas, mas as alíquotas máximas serão definidas pelo Senado e incidirão de
forma progressiva, de acordo com o quinhão ou valor da doação recebido por
pessoa. Caberá a lei estadual específica definir o grande patrimônio, que
deverá ser tributado pela alíquota máxima aprovada pelo Senado.
O projeto tem, ainda,
dispositivos sobre o imposto municipal cobrado na venda de imóveis (ITBI).
Atualmente, não há unanimidade entre os municípios sobre o momento de exigência
do tributo, se na escritura ou no registro do imóvel. O texto aprovado
pela Câmara permite aos municípios a aplicação de alíquota menor que a
incidente quando do registro da escritura se o contribuinte antecipar o
pagamento para a data da assinatura da escritura no cartório de notas. Isso
valerá inclusive para os contratos de promessa de compra e venda do imóvel (na
planta).
O PLP 108/24 também
determina ainda que a base de cálculo do ITBI seja o valor venal, e não o valor
de venda, como é hoje. O valor venal é definido no texto como o valor pelo qual
o bem seria negociado à vista em "condições normais de mercado", considerando
alguns critérios estabelecidos no próprio texto.
Além disso, o projeto altera
o Código Tributário em razão da permissão dada pela Emenda 132 para os
municípios aumentarem a contribuição para iluminação pública, cobrada na conta
de luz, para bancar serviços de monitoramento de via. Segundo o texto aprovado,
os recursos poderão servir para implantar, expandir e melhorar sistemas de
monitoramento para segurança e preservação de ruas públicas.
Fonte: Agência Senado
-
Câmara aprovou o projeto que regulamenta a reforma tributária
Publicado em
23/12/2024
às
12:00
Texto seguiu para sanção presidencial
A
Câmara dos Deputados aprovou um dos projetos de regulamentação da reforma
tributária, que havia retornado do Senado com mudanças. O texto agora segue
para sanção presidencial.
O
Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24, do Poder Executivo, contém detalhes
sobre cada regime com redução ou isenção de incidência, a devolução de tributos
para consumidores de baixa renda (cashback),
a compra internacional pela internet e a vinculação dos mecanismos de pagamento
com sistema de arrecadação.
Segundo
o relator, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), o texto alterado pela Câmara
beneficia mais a população. "A reforma tributária está reduzindo a carga
em 0,7% para todos os brasileiros. O texto do Senado aumenta a alíquota para
toda a sociedade", comparou.
Lopes
propôs, no entanto, a aprovação da maior parte das mudanças feitas pelos
senadores. "Todas as mudanças que não acatamos caminham no sentido de manter a
alíquota geral de referência em 26,5%. Optamos, por exemplo, por restabelecer a
incidência do Imposto Seletivo sobre bebidas açucaradas, que tem um impacto de
0,07% na alíquota geral", disse.
O
projeto regulamenta diversos aspectos da cobrança do Imposto sobre Bens e
Serviços (IBS), da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto
Seletivo, que substituirão o PIS, a Cofins, o ICMS, o
ISS e parcialmente o IPI.
A
versão aprovada apresentou mudanças como:
- devolução de 100% da CBS e de 20% do IBS nas faturas de
energia, água, gás e telecomunicações para pessoas de baixa renda;
- alíquota máxima de 0,25% para os minerais - contra o
máximo de 1% estipulado pela emenda constitucional;
- redução de 30% nos tributos para planos de saúde de
animais domésticos;
- todos os medicamentos não listados em alíquota zero
contarão com redução de 60% da alíquota geral; e
- turista estrangeiro contará com devolução desses
tributos em produtos comprados no Brasil e embarcados na bagagem;
- manutenção da alíquota de 8,5% para Sociedades Anônimas
de Futebol (SAF).
Proteína animal
Apesar
de as contas do governo terem indicado um aumento de 0,53 pontos percentuais na
alíquota geral dos tributos, a isenção para carnes, peixes, queijos e sal foi
mantida no texto final.
Por
outro lado, o Plenário da Câmara reverteu sugestão do Senado e manteve a
cobrança do Imposto Seletivo sobre bebidas açucaradas.
Armas
e munições ficaram de fora do Imposto Seletivo, que substituirá parcialmente o
IPI com alíquotas menores. Desde outubro de 2023, o governo federal
restabeleceu a alíquota do IPI de armas para 55%. Com o fim da cobrança do IPI
em 2027, não haverá um tributo substituto para esses itens.
Como
as armas e munições não serão considerados produtos prejudiciais à saúde
humana, será possível inclusive que beneficiários da devolução de tributos
(cashback) obtenham a devolução de 20% das alíquotas de CBS/IBS incidentes.
Cashback
Novidade
no sistema tributário nacional, a devolução de tributos a pessoas de baixa
renda beneficiará o responsável por família inscrita no Cadastro Único para Programas
Sociais (CadÚnico) com renda familiar mensal
por pessoa declarada de até meio salário mínimo.
A
pessoa que receber a devolução deverá residir no território nacional e possuir
CPF ativo, mas o mecanismo envolve as compras de todos os membros da família
com CPF.
As
regras para o cashback
valerão a partir de janeiro de 2027 para a CBS e a partir de 2029 para o IBS.
Um
regulamento definirá o método de cálculo e de devolução, mas desde já o texto
prevê que serviços ou bens com periodicidade mensal de consumo terão o valor de
devolução concedido na conta, a exemplo de energia elétrica, água e esgoto e
gás natural.
Em
outras situações, o governo transferirá o dinheiro aos bancos em 15 dias após a
apuração, que terão outros 10 dias para repassar aos beneficiados.
Percentuais maiores
Quanto
às alíquotas, o texto estabelece a devolução de 100% da CBS e de 20% do IBS:
- na compra de botijão de gás de 13 kg ou fornecimento de
gás canalizado;
- contas de água, energia elétrica e telecomunicações.
Nos
demais casos, a devolução será de 20% da CBS e do IBS, exceto para produtos com
incidência de imposto seletivo (prejudiciais à saúde e ao meio ambiente).
Por
lei específica, cada ente federativo (União, estados, Distrito Federal e
municípios) poderá fixar percentuais maiores, incidentes somente sobre sua
parcela do tributo e diferenciados em razão de renda familiar.
Cesta básica
Na
cesta básica, que terá alíquota zero desses tributos sobre o consumo, além dos
produtos típicos, como arroz, feijão, leite, manteiga, carnes e peixes, açúcar,
macarrão, sal, farinha de mandioca e de milho, o texto inclui outros. Confira:
- fórmulas infantis;
- óleo de babaçu;
- pão francês;
- grãos de milho e de aveia;
- farinhas de aveia e de trigo;
- queijos mozarela, minas, prato, coalho, ricota, provolone,
parmesão, fresco e do reino;
- farinha e massas com baixo teor de proteína;
- fórmulas especiais para pessoas com doença inatas do
metabolismo;
- mate.
Frutas e ovos
Ainda
conforme previsão da própria emenda constitucional da reforma (EC 132), haverá
redução de 100% das alíquotas de IBS e CBS para ovos, coco, frutas frescas ou
refrigeradas e frutas congeladas sem adição de açúcar ou adoçantes.
Quanto
aos produtos hortícolas (legumes e hortaliças), o projeto deixa de fora
cogumelos e trufas, mas isenta alcachofra e aspargos, ambos alimentos mais
caros e de pouco uso pela população em geral, justificativa usada pela Fazenda
para selecionar os tipos de produtos listados nesta isenção e também para a
redução de 60% da alíquota de outros alimentos.
A
novidade no texto aprovado é a inclusão de plantas e produtos de floricultura
para hortas e cultivados para fins alimentares, ornamentais ou medicinais
(bulbos, mudas, tubérculos, flores).
Redução de 60%
Para
outros alimentos de consumo mais frequente das pessoas, haverá redução de 60%
das alíquotas, embora nem todos os preços sejam de acesso popular, exceto
talvez em regiões litorâneas.
Em
relação aos crustáceos, por exemplo, contarão com a redução as ostras,
camarões, lulas, polvos e caranguejos, mas não terão alíquota menor as lagostas
e o lagostim.
Estão
nesta lista ainda:
- leite fermentado, bebidas e compostos lácteos;
- mel natural, farinhas de outros cereais, amido de
milho;
- óleos de soja, palma, girassol, cártamo, algodão, canola
e coco;
- massas alimentícias recheadas;
- sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem
adição de açúcar, adoçantes ou conservantes;
- polpas de frutas sem adição de açúcar, adoçante ou
conservante;
- pão de forma;
- extrato de tomate;
- cereais em grão, amendoim.
Produtos in natura
A
proposta reduz em 60% a CBS e o IBS incidentes sobre a venda de produtos
agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in
natura, considerados aqueles não submetidos a nenhum processo de industrialização.
Serão
permitidos, entretanto, beneficiamentos básicos, como resfriamento,
congelamento, secagem, limpeza, debulha de grãos, descaroçamento ou
acondicionamento indispensável ao transporte.
A
redução se aplica, assim, principalmente ao atacadista ou atravessador de
produtos dessa natureza.
Insumos e
agrotóxicos
Agrotóxicos,
insumos agropecuários, fertilizantes, rações para animais, material de
fertilização, vacinas veterinárias e outros materiais usados na agropecuária
contarão com redução de 60% dos tributos se registrados no Ministério da
Agricultura e Pecuária.
Com
o texto do Senado aprovado, a listagem dos produtos ficou mais exaustiva,
incluindo desde melhoramento genético de animais e plantas (transgenia, por
exemplo) até serviços de análise laboratorial de solo e animais usados apenas
para reprodução.
Entram
ainda licenciamento de direitos sobre cultivares e vários serviços, como de
técnico agrícola, veterinário, agronômico, pulverização de agrotóxicos,
inseminação artificial, plantio, irrigação e colheita.
Nova categoria
O
texto aprovado inova ao criar uma espécie de nova categoria, chamada de
nanoempreendedor, que não precisará pagar IBS e CBS, contanto que não tenha
aderido ao regime simplificado do microempreendedor individual (MEI).
Para
isso, a pessoa física deve faturar até R$ 40,5 mil ao ano (50% do limite para
adesão ao Simples).
Debate em Plenário
O
deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que relatou a alteração constitucional da
reforma tributária, afirmou que o sistema traz simplificação e transparência.
"Quando se fala que vamos ter o maior IVA [Imposto sobre Valor Agregado]
do mundo, hoje temos muito mais e não sabemos quanto pagamos", disse.
O
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reforçou para os deputados que as
únicas opções de votação eram o texto da Câmara ou o do Senado, sem existir uma
versão ideal para atender todos os interesses. "Em nenhuma hipótese vamos
atender a todas as demandas que o Brasil tem, mais ainda em cima das
divergências e interesses de grupos, espaços, estados, municípios e situações
do manicômio tributário em que vivemos", declarou.
O
líder do PT, deputado Odair Cunha (MG), disse que a reforma produz justiça
tributária. "Diminui tributação e alíquota sobre diversos produtos e
serviços."
Já
o líder do PL, deputado Altineu Côrtes (RJ), criticou a proposta que, para ele,
vai gerar o maior imposto do mundo. "No sentido de simplificação dos
impostos, o partido sempre foi favorável. Mas essa vai gerar o imposto mais
alto do mundo", disse.
A
líder da Minoria, deputada Bia Kicis (PL-DF),
reclamou de uma falta de simplificação do texto.
O
deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), vice-líder da oposição, também fez críticas
ao projeto. "Passaremos a alíquota da Hungria. Mas se tivéssemos os
serviços da Hungria, eu até votaria sim", disse.
Para
o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), ainda que a alíquota do
IVA possa ser a maior do mundo, ela será reduzida se comparada com a realidade
de hoje. "Vamos dar uma reforma justa, transparente e que simplifica o
sistema tributário."
O
deputado Luiz Carlos Hauly (Pode-PR) afirmou que a proposta é a maior e mais
importante reforma liberal econômica da história do Brasil. "O projeto
reordena o capitalismo brasileiro, que é o pior tipo do mundo. Predador, com
estímulo fiscal para alguns e nada para outros, permite contencioso,
inadimplência e gasto exorbitante com burocracia."
Para
a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), a reforma tributária deveria servir aos
interesses das próximas gerações, mas ela avaliou que o texto atendeu
"jogos de interesses" de segmentos da sociedade. "A gente está
falando de algo que era para ser simplificação, justiça tributária e,
infelizmente, vemos alíquota diferenciada para atender interesses
específicos", disse
Fonte: Agência Câmara
de Notícias
-
Reforma Tributária: se atualize e saiba o que mudou
Publicado em
18/12/2024
às
14:00
O projeto de
regulamentação da reforma tributária foi aprovado no Senado Federal, mas com
mudanças, por conta disso a proposta retorna para Câmara dos Deputados para ser
avaliada.
Muitos contribuintes não entenderam quais foram as alterações realizadas
pelo Senado Federal, na última quinta-feira (12/12/2024), O texto volta à
Câmara com novas hipóteses de redução dos futuros tributos (CBS e IBS).
As reduções incluem conta de água e mais itens na cesta básica, como a
inclusão da erva-mate, sendo mais consumida do que café em alguns estados
Região Sul do Brasil
Confira abaixo algumas das principais mudanças feitas pelos senadores:
Excluídos Imposto Seletivo:
Os senadores retiraram armas e munições da lista do Imposto Seletivo
(IS) conhecido como imposto de pecado, outra decisão aprovada na CCJ excluiu as
bebidas açucaradas da sobretaxa.
Óleo retirado:
A Cesta Básica Nacional de Alimentos (CBNA) chegou ao com 22 itens, o
único item retirado da lista com alíquota zero retirado foi o óleo de soja
(agora com 60% de redução dos tributos).
Alíquota zero: entraram na lista da cesta básica farinhas e massas
utilizadas por pessoas com algumas doenças identificadas no "teste do pezinho",
mate e fórmulas infantis utilizadas para pessoas com erros inatos de
metabolismo.
Itens, bens e serviços foram
incluídos na redução de 60% pelo Senado:
-água
mineral;
-fraldas;
-biscoitos
e bolachas, desde que não tenham recheio ou cobertura e que não tenham manteiga
ou cacau;
-castanhas
brasileiras, como a do Pará e de caju;
-saneamento;
-serviços
de gravações de vídeo ao vivo;
-serviços
de artistas como fotografias, escultura e gravuras;
-atividades
de condicionamento físico, entre outros.
Extração de minérios: segundo a
proposta do Senado, o IS ocorrerá na extração de minérios, ao invés da
exportação. A alíquota máxima será de 0,25% na extração, mas será zerada se a
operação envolver gás natural para ser usado em processo industrial.
Fonte:
Jornal Contábil
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-
Entenda quando a reforma tributária começa a valer
Publicado em
05/12/2024
às
10:00
Um assunto de
interesse de toda a classe contábil é a Reforma Tributária sobre o consumo,
todos querem saber quando e de que forma as medidas aprovadas vão entrar em
vigor e se em 2025 algumas mudanças vão acontecer.
É preciso entender que todas as alterações aprovadas na reforma vão ser
aplicadas gradativamente, ou seja, não são todas as mudanças que vão começar a
valer de uma vez, elas vão passar por fases.
Neste artigo mostraremos quando a Reforma Tributária vai começar a valer
e como ela será implementada ao longo dos anos.
Começará em
2026, mas é preciso entender as etapas. A Reforma começará a ser implementada
em 2026 e começará a valer integralmente em 2033, cada ano uma nova fase
entrará em vigor.
Durante o passar dos anos diversos tributos já conhecidos pelos
contadores serão extintos, ano a ano eles vão sumir e a reforma vai
acontecendo, é importante que os contadores acompanhem o calendário e estejam
informados.
A contabilidade contemplará grandes mudanças no sistema tributário,
velhos conhecidos dos profissionais contábeis vão sofrer alterações até serem
extintos definitivamente.
Calendário de
alterações
A Reforma
Tributária substituí 5 tributos (PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI), por um
IVA Dual de padrão para substituir todas as outras. Confira abaixo o
calendário:
2026:
PIS e Cofins: Sem alteração;
CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços):
Introdução com alíquota teste de 0,90%;
IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): Introdução com
alíquota de 0,1% estadual;
ICMS e ISS: Sem alteração.
2027:
ICMS e ISS: Sem alteração;
Cobrança da CBS e extinção do PIS e da Cofins
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados):
alíquota reduzida a 0% e mantida para produtos que possuem incentivos na Zona
Franca;
IS (Imposto Seletivo): alíquota e bases de cálculo
serão definidas por meio de Lei Ordinária.
2028:
CBS: Alíquota de 8,7%;
IBS: Alíquota dividida em 0,05% estadual e 0,05%
municipal;
ICMS e ISS: Sem alteração.
2029:
ICMS e ISS: Redução para 90%;
IBS: Alíquota aumentada para 10%.
2030:
ICMS e ISS: Redução para 80%;
IBS: Alíquota aumentada para 20%.
2031:
ICMS e ISS: Redução para 70%;
IBS: Alíquota aumentada para 30%.
2032:
ICMS e ISS: Redução para 60%;
IBS: Alíquota aumentada para 40%;
2033:
ICMS e ISS: Extinção;
IBS: Implementação total com alíquota de 100%.
Fonte: Jornal Contábil
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O Que é o Split Payment na Reforma Tributária?
Publicado em
04/11/2024
às
16:00
O conceito de split payment refere-se a um
sistema de pagamento dividido, onde o valor pago por um comprador é
automaticamente repartido entre o vendedor e as autoridades fiscais no momento
da transação.
Esse mecanismo visa assegurar que a parte
correspondente aos impostos seja diretamente encaminhada ao governo (fisco).
Para o fisco, a principal vantagens desse
mecanismo é receber o dinheiro na fonte (à vista), diretamente do banco.
Em tese, o split payment permitirá a
apuração dos impostos de forma automática. Em tese, porque sabemos como são as
coisas na seara tributária do Brasil: se promete o fácil e se entrega o
complicado.
Desta forma, ao pagar uma duplicata no
banco, no valor de R$ 1.000,00, o banco separará parte do valor entre o fisco e
o detentor do título. Considerando-se uma alíquota de IVA Dual
(CBS + IBS) de 28%, teríamos a seguinte distribuição creditada a cada
um:
R$ 720,00 vão para a conta do detentor do
título
R$ 280,00 serão repassados para o Estado e
o Governo Federal
Ou seja, em tese, a sonegação é impedida
por este mecanismo. Mas o comerciante, industrial, produtor agropecuário,
prestador de serviços, seja de grande ou pequeno porte terá uma
descapitalização, sofrendo com falta de giro em seus negócios.
Como ainda não estão definidas as bases
do split payment e sua aplicação prática, teremos que aguardar a "boa
vontade" de nossos políticos em determinar como funcionará o sistema, antes
de propor alguma forma lícita de amenizar (mais) esta derrama fiscal!
Fonte:
Portal Tributário
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A Reforma Tributária e o Impacto Estratégico para Prestadores de Serviços
Publicado em
03/10/2024
às
16:00
A reforma
tributária em curso no Brasil trará grandes mudanças para prestadores de
serviços, afetando diretamente a maneira como esses negócios administram seus
tributos e garantem a sustentabilidade financeira. Com as alterações, será
necessário repensar o planejamento tributário, adaptando-o para evitar
surpresas e otimizar a carga fiscal de forma estratégica.
Segurança Financeira em Tempos de
Mudança
A segurança
financeira de prestadores de serviços vai depender da capacidade de antecipar
essas mudanças e fazer as escolhas corretas em termos de enquadramento
tributário. Estar atento às diferenças no modelo tributário e como elas afetam
diretamente o fluxo de caixa será essencial para atravessar essa transição sem
imprevistos.
Comparativo: Cenário Antes e
Depois da Reforma
Uma análise
clara do que muda é fundamental para entender os impactos. Abaixo, apresentamos
uma tabela comparativa que mostra como o cenário atual se diferencia do novo
regime proposto.
Aspecto
|
Antes da
Reforma
|
Depois da
Reforma
|
Simplicidade
Fiscal
|
Tributação
complexa com várias camadas
|
Proposta
de simplificação dos tributos
|
Carga
Tributária
|
Variação
conforme o regime (Lucro Presumido, Simples Nacional, etc.)
|
Possível
uniformização de alíquotas
|
Tributação
de Serviços
|
Alíquotas
diferenciadas e específicas para serviços
|
Regras
gerais mais abrangentes, impactando prestadores de serviços
|
Cumprimento
de Obrigações Acessórias
|
Alto
volume de obrigações e declarações a serem enviadas
|
Promessa
de unificação de declarações
|
Planejamento
Tributário
|
Focado em
regime específico e otimização dentro das regras vigentes
|
Necessidade
de readequação para novas regras e otimização dos impactos
|
Desafios e Oportunidades: Uma
Abordagem Estratégica
Para os
prestadores de serviços, cada mudança na legislação fiscal traz novos desafios,
mas também oportunidades. A análise das diferentes opções e cenários permitirá
que as empresas escolham o melhor caminho para manter sua competitividade e
saúde financeira.
1. Planejamento Tributário: Revisar o
planejamento atual é essencial para identificar os impactos imediatos e ajustes
necessários. A definição de metas financeiras claras e a utilização de
ferramentas de simulação podem ajudar na antecipação dos efeitos da reforma.
2. Gestão do Fluxo de Caixa: A
implementação das novas regras poderá impactar o fluxo de caixa das empresas de
serviços. Ajustes no calendário de recebíveis, prazos de pagamento e projeções
financeiras serão fundamentais para manter a liquidez.
3. Acompanhamento Contínuo: A reforma
tributária trará mudanças graduais, por isso é essencial contar com uma equipe
especializada que monitore constantemente as atualizações e ajustes
legislativos, mantendo o prestador de serviços sempre em conformidade com as
exigências fiscais.
Caminhos para a Segurança
Financeira
A segurança
financeira para prestadores de serviços, diante da reforma tributária, está
vinculada a decisões estratégicas e à capacidade de adaptação. O novo modelo
tributário exige uma análise criteriosa das mudanças e uma ação proativa para
ajustar o planejamento fiscal e o fluxo de caixa. Mais do que nunca, contar com
suporte especializado e focado em gestão tributária será o diferencial para
garantir a sustentabilidade dos negócios de serviços no novo cenário
fiscal.
Fonte:
Pigatti
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Como vai funcionar o split payment na reforma tributária do consumo
Publicado em
28/05/2024
às
16:00
Para o varejo, haverá tratamento diferenciado
para o uso do modelo
Com a reforma tributária sobre o consumo, a forma de recolher os novos
IBS e CBS será completamente alterada, podendo reduzir a sonegação e
inadimplência. E deve afetar o fluxo de caixa das empresas. Isso porque o
recolhimento dos tributos, que hoje é feito mensalmente, será realizado por
instituições financeiras logo após o pagamento do bem e serviço, por meio de um
sistema conhecido como split payment, já utilizado por
marketplaces.
No momento da aquisição de
um bem ou serviço, a empresa fará o pagamento para o fornecedor por meio de um
intermediário financeiro que, além de liquidar a transação, terá a
responsabilidade de separar automaticamente a parcela correspondente aos
tributos e enviar o montante de forma automática aos cofres públicos,
repassando ao fornecedor apenas o valor líquido da operação.
O sistema, que promete
garantir a não cumulatividade plena para os contribuintes e, como consequência,
a apropriação de créditos, será usado nas transações eletrônicas feitas por
cartão de crédito e débito, boletos e pix, ficando de fora, até o momento,
pagamentos realizados em dinheiro e por meio de duplicatas. As regras estão
previstas no Projeto de Lei Complementar 68/24, que regulamenta a Reforma
Tributária (Emenda Constitucional nº 23).
Varejo
Para as empresas de varejo, no entanto, que não transferem créditos do
imposto, pois as vendas são realizadas ao consumidor final, haverá um
tratamento diferenciado como forma de evitar o pagamento do imposto de forma
antecipada e em valor maior do que o devido.
De acordo com o texto do PLP
nº 68/24, será dada às empresas do setor a opção de não recolher a alíquota
padrão cheia do imposto nas operações contempladas com o split
payment, mas apenas uma parcela do imposto devido, a ser definida
pelo governo.
"Para o varejista, como o
sistema prevê o pagamento imediato nas vendas por meio dessas transações
eletrônicas, sem essa opção, a empresa poderia recolher imposto em valor maior
que o devido, pois ainda não deu tempo de confrontar os seus créditos", explica
o consultor tributário José Clovis Cabrera, ex-coordenador da Administração
Tributária (CAT) da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
O consultor foi um dos
palestrantes da reunião do Conselho de Altos Estudos em Finanças em Tributação
(Caeft), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada no dia 20 de
maio.
De acordo com Cabrera, o
percentual de imposto a ser recolhido nesses casos específicos envolvendo o
varejo será calculado por média e estudado caso a caso, a depender da atividade
do varejista ou do produto vendido. Os detalhes serão definidos na regulamentação
da lei.
Na opinião de Cabrera,
o slipt payment obrigatório para a instituição financeira
e o recolhimento opcional pelo adquirente nas transações entre as empresas são
mecanismos que garantem a apropriação do crédito, com segurança jurídica para o
destinatário.
O funcionamento do novo
sistema estará atrelado à emissão de notas fiscais, identificadas por chaves
eletrônicas. "Isso vai permitir que a instituição financeira, que passará a ser
responsável pelo recolhimento do tributo, saiba exatamente qual o valor da
mercadoria ou do serviço e o imposto correspondente, que será agora calculado
por fora", diz.
DESAFIOS
Mas há muitos desafios
tecnológicos pela frente para garantir o bom funcionamento do sistema, que
passará a ser massivo e obrigatório. Segundo Cabrera, a União, Estados e
municípios terão que realizar investimentos robustos na sua operacionalização.
Além disso, haverá a necessidade de ampliação do acesso à internet em todo o
país, principalmente nas regiões mais distantes.
Do lado do contribuinte,
será preciso desenvolver e aprimorar sistemas de operação capazes de controlar
de forma efetiva todas as parcelas recolhidas no split
payment nas operações mensais, inclusive para controlar o
saldo credor. Além disso, será necessário se adaptar às mudanças no fluxo de
caixa decorrentes dessa inovação.
Durante a sua apresentação
na reunião do Caeft, o consultor informou que um estudo encomendado pela
Comissão Europeia, em 2017, concluiu que o uso irrestrito do split
payment é um instrumento pouco atraente como método
alternativo de cobrança do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) em decorrência,
naquela época, da elevação de custos para as empresas e o governo.
"A experiência consolidada
do mecanismo para comissionamento de marketplace, o estágio avançado dos
serviços financeiros e dos arranjos de pagamento digitais, somados ao êxito da
nota fiscal eletrônica, são fatores que favorecem a adoção do sistema pelo
Brasil", afirmou.
Para o professor da Escola
de Economia de São Paulo (EESP) Nelson Machado, ex-ministro do Planejamento e
da Previdência Social no primeiro mandato de Lula, que estava presente na
reunião do Caeft, o modelo privilegia o uso de créditos pelas empresas, pois a
compensação será dinâmica e o primeiro elemento do pagamento do IBS e da CBS.
Machado reforçou que, com a
reforma tributária, o contribuinte poderá apropriar créditos do IBS e da CBS
incidentes sobre todas as operações nas quais seja adquirente de bens ou
serviços, com exceção das operações consideradas de uso ou consumo pessoal, as
imunes, isentas ou sujeitas à alíquota zero.
Fonte: Diário do Comércio
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Quais são os próximos passos para a regulamentação da reforma tributária?
Publicado em
23/03/2024
às
14:00
Expectativas e caminhos da reforma tributária serão apresentados em
live, na próxima terça-feira. Ação tem patrocínio do Sistema Comércio, através
da CNC, do Sesc, do Senac
A reforma tributária foi promulgada em 2023 após quatro décadas de discussão no
Congresso. A cobrança de impostos será simplificada, e os brasileiros saberão
exatamente o quanto pagam de tributo ao governo em cada produto e serviço. A
reforma vai ainda garantir menos burocracia e maior eficiência às empresas.
Agora, o Legislativo se debruça sobre a sua regulamentação, aguardada por
diferentes setores da sociedade para que, nos detalhes, o resultado proporcione
o esperado ganho de produtividade para a economia brasileira.
Nesta primeira edição do
Caminhos do Brasil, será discutida a expectativa e os desafios para o texto e
sua implementação na prática. A live será transmitida nos canais do jornal O
Globo e Valor Econômico, no YouTube, no dia 26 de março de 2024 (terça), às 10h
Participam Aguinaldo
Ribeiro, deputado federal e relator da reforma tributária na Câmara dos
Deputados; Ana Paula Vescovi, diretora de macroeconomia do Banco Santander;
Bernado Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da
Fazenda; Eduardo Braga, senador e relator da Reforma Tributária no Senado
Federal; e Heleno Torres, advogado e professor titular de Direito Financeiro da
Faculdade de Direito da USP. A mediação será feita por Thiago Bronzatto,
diretor da Sucursal do GLOBO de Brasília; e Fernando Exman, chefe da Redação do
Valor Econômico em Brasília.
O Caminhos do Brasil
é uma realização dos jornais O GLOBO e Valor Econômico e da rádio CBN,
com patrocínio do Sistema Comércio através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas
federações.
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Fonte:
CNC
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10 pontos da reforma tributária que dependem de regulamentação
Publicado em
02/03/2024
às
10:00
Reformulação do sistema de tributos atravessa
momento crucial de detalhamento das novas regras. Setor produtivo começa a se
articular para participar da regulamentação
Com a retomada dos trabalhos no Congresso Nacional, a reforma tributária
volta a ocupar espaço importante na agenda política e econômica. Promulgada no
final do ano passado, a Emenda Constitucional nº 132 estabelece as diretrizes
do novo sistema tributário. Cerca de 70 pontos ainda dependem de regulamentação
por meio de leis complementares.
Portaria publicada
recentemente pelo Ministério da Fazenda, MP 34/2004, cria o PAT-RTC (Programa
de Assessoramento Técnico à Implementação da Reforma da tributação sobre o
Consumo), responsável pela elaboração de anteprojetos de lei para regulamentar
a tributação do consumo.
De acordo com a Portaria 34,
uma comissão de sistematização será composta por um grupo de análise jurídica e
19 grupos técnicos, sendo 15 voltados à regulamentação do IBS (Imposto sobre
Bens e Serviços) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), o novos
tributos que serão criados.
Em paralelo às estratégias
do governo para tirar do papel a reforma que altera a tributação sobre o
consumo, o setor privado tem se articulado para participar das discussões e
contribuir com sugestões no momento da regulamentação.
No último dia 15, a
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) convocou reunião com representantes do
Sescon-SP, Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços) e Sinfac-SP
(Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring) e outras entidades do
setor de serviços com o objetivo de acompanhar, monitorar e contribuir com o
processo de regulamentação da reforma tributária.
"A ideia é canalizar
esforços para minimizar, na regulamentação, os efeitos negativos da reforma,
como a transferência de carga tributária para o setor de serviços e o aumento
da burocracia gerado na transição entre os sistemas", disse o economista da
ACSP, Marcel Solimeo.
Até março, pelo menos três
projetos de lei devem ser enviados pelo governo ao Congresso Nacional. As
proposições vão tratar da regulamentação geral dos novos tributos, dentre
outros temas. Confira 10 pontos importantes da reforma que requerem
regulamentação
1 - Alíquotas do IVA
Precisam ser definidas as
alíquotas do novo IVA (Imposto sobre o Valor Agregado), composto pela CBS
(Contribuição sobre Bens e Serviços), federal, e pelo IBS (Imposto sobre Bens e
Serviços), estadual e municipal.
Durante o período de
transição, as alíquotas de referência serão estabelecidas e revisadas
anualmente pelo Senado Federal de modo a manter os mesmos níveis de arrecadação
dos atuais tributos.
2-Cesta básica
O texto da reforma
tributária cria uma cesta básica nacional de alimentos, que terá alíquota zero
de CBS e IBS. Os itens que comporão esta cesta serão detalhados em lei
complementar. Já há a definição de que produtos hortícolas, frutas e ovos terão
alíquota zero.
3-Cashback
A reforma prevê a devolução
de parte do imposto pago para as famílias de baixa renda. O modelo de cashback
poderá ser adotado mesmo com a desoneração da cesta básica e ainda será
detalhado em relação aos beneficiários, ao limite para devolução, vinculação ou
não a um tipo de consumo específico e também à forma como será feita a
devolução do tributo.
4-Alíquotas reduzidas
A reforma prevê reduções de
30% e 60% da alíquota padrão para setores e atividades específicas, como
aqueles ligados à saúde, educação e serviços prestados por profissionais
autônomos. É preciso detalhar quais categorias de produtos e serviços serão
beneficiados com a aplicação das alíquotas reduzidas.
5-Imposto Seletivo
Apelidado de Imposto do
Pecado, esse tributo foi criado para desestimular o consumo de produtos nocivos
à saúde e ao meio ambiente.
É necessário definir a lista
de produtos que estarão sujeitos a percentuais maiores de tributação.
6-Setor financeiro
A reforma estabelece a
instituição de um regime específico de tributação para os serviços financeiros,
dentre outros, que será estabelecido por meio de uma lei complementar.
Há possibilidade de mudanças
nas alíquotas, nas regras de creditamento e hipóteses de tributação com base na
receita ou faturamento.
7-Fundo de Desenvolvimento
Deve ser regulamentado por
lei complementar o Fundo de Desenvolvimento Sustentável dos Estados da Amazônia
e do Amapá.
O Fundo será constituído com
recursos da União, com a participação desses estados na definição de políticas
com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e a diversificação das suas
atividades econômicas.
8-Regime fiscal da 'Pauta Verde'
Também requer aprovação de
lei complementar a criação de um regime fiscal favorecido para os
biocombustíveis e para o hidrogênio de baixa emissão de carbono, denominado
regime fiscal da 'Pauta Verde', de modo que tenham tributação menor que a de
combustíveis fósseis.
9-Imunidades
Os critérios da imunidade de
entidades filantrópicas e dos livros serão mantidos no IBS e estendidos para a
CBS. Uma lei complementar deverá detalhar como será essa sistemática.
10- Importação
As regras relacionadas à
tributação das importações e aos regimes aduaneiros considerados especiais
também serão definidas por meio de lei complementar. A reforma estabelece
que as mercadorias e os serviços importados, inclusive os digitais, terão
a mesma tributação aplicável aos nacionais.
Fonte: Diário do Comércio
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Confira os setores que terão regimes diferenciados na reforma tributária
Publicado em
19/12/2023
às
12:00
As regras específicas deverão ser definidas em
futura lei complementar
Para diversos setores ou finalidades específicas, a reforma tributária
(Proposta de Emenda à Constituição 45/19) cria regimes diferenciados em relação
às regras gerais, prevendo, por exemplo, alíquota zerada ou com redução de 60%
ou aproveitamento de créditos.
Segundo o texto, essas
diferenciações deverão constar da mesma lei complementar que definir vários
aspectos do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e
Serviços (CBS).
Independentemente da lei, o
IBS não incidirá nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora de sons e imagens de recepção livre e gratuita, para os
quais é concedida imunidade constitucional.
Qualquer mudança de alíquota
deverá provocar o aumento das alíquotas dos demais setores não contemplados de
forma a reequilibrar a arrecadação dos entes federativos.
Assim, a lei complementar
definirá quais operações com bens e serviços terão alíquotas reduzidas em 60%
quando incidentes sobre:
· serviços de educação;
· serviços de saúde;
· dispositivos médicos;
· dispositivos de acessibilidade
para pessoas com deficiência;
· medicamentos;
· produtos de cuidados básicos à
saúde menstrual;
· serviços públicos de transporte
coletivo de passageiros rodoviário e metroviário de caráter urbano, semiurbano
e metropolitano;
· alimentos destinados ao consumo
humano;
· produtos de higiene pessoal e
limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda;
· produtos agropecuários,
aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura;
· produções artísticas, culturais,
de eventos, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e
comunicação institucional; e
· insumos agropecuários e
aquícolas;
· bens e serviços relacionados a
segurança e soberania nacional, segurança da informação e segurança
cibernética.
Poderá haver isenção para algumas das modalidades de transporte público coletivo
e redução de 100% para certos medicamentos, produtos para a saúde menstrual,
dispositivos médicos ou para pessoas com deficiência.
Já em relação aos
medicamentos, o texto equipara a eles, para fins de redução de alíquota, as
composições para nutrição enteral ou parenteral e as composições especiais e
fórmulas nutricionais destinadas às pessoas com erros inatos do metabolismo.
Entre os alimentos
destinados ao consumo humano com redução de alíquota devem constar os sucos
naturais sem adição de açúcares e conservantes.
A redução de 100% de IBS e
da CBS poderá alcançar também:
· produtos hortícolas, frutas e
ovos;
· serviços prestados por
instituição científica, tecnológica e de inovação sem fins lucrativos;
· compras de automóveis de
passageiros por pessoas com deficiência, pessoas com transtorno do espectro
autista ou taxistas; e
· atividades de reabilitação urbana
de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e reconversão
urbanística.
Exclusivamente para a CBS, a PEC permite a redução em 100% da alíquota
incidente sobre serviços de educação de ensino superior vinculados ao
Programa
Universidade para Todos (Prouni).
Menos 30%
A PEC determina ainda à lei complementar estabelecer operações
beneficiadas com redução de 30% de IBS e CBS relativas à prestação de serviços
de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, desde
que sejam submetidas a fiscalização por conselho profissional.
Produtor rural
O texto permite ainda ao produtor rural pessoa física com receita anual inferior
a R$ 3,6 milhões, atualizada anualmente pelo Índice Nacional de
Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), optar por não ser contribuinte do IBS e da CBS.
Igual opção poderá ser feita
pelos chamados produtores integrados, que recebem insumos e materiais para
produzir matéria-prima, bens intermediários ou bens de consumo final.
Mesmo não pagando os
tributos, o cálculo deles terá de ser feito para permitir aos contribuintes
compradores dos produtos fornecidos por esse público aproveitarem os créditos
gerados.
O Poder Executivo federal e
o Comitê Gestor do IBS poderão revisar anualmente o valor desses créditos,
dispensada lei para isso.
Caminhoneiro
Igual mecanismo servirá para o aproveitamento de créditos por parte de
contribuintes contratantes de serviços de transportador de carga autônomo
(pessoa física) que não seja contribuinte desses tributos e por parte de
compradores de material reciclável ou de logística reversa oferecidos por
pessoa física, cooperativa ou outra forma de organização popular.
O crédito poderá ser
concedido ainda a contribuintes revendedores de bens móveis usados (como
automóveis, por exemplo) quando comprados de pessoa física não contribuinte.
Nesse caso, a revenda será tributada, o crédito terá de ser vinculado ao
respectivo bem e não será permitido ressarcimento.
Revisão periódica
Esses regimes diferenciados (redução de 30%, 60% ou isenção) deverão ser
avaliados a cada cinco anos para se verificar seu custo-benefício. A lei poderá
fixar regime de transição para a alíquota padrão.
Essa revisão deverá examinar
o impacto da legislação dos tributos na promoção da igualdade entre homens e
mulheres.
Micro e pequenas empresas
A PEC 45/19 mantém o Simples Nacional como um regime simplificado e
especial de tributação, retirando os tributos que serão extintos e incluindo os
novos.
Embora o optante pelo
Simples Nacional não possa aproveitar créditos gerados pelo pagamento unificado
previsto no Simples, os adquirentes de bens e serviços fornecidos por micro ou
pequena empresa poderão fazê-lo, exceto se o optante recolher em separado o IBS
e a CBS.
No entanto, o aproveitamento
somente poderá ocorrer se o comprador não for optante do Simples.
Combustíveis
O texto remete à lei complementar que criar o IBS a definição de outros
regimes específicos de tributação. Um deles é para os combustíveis e
lubrificantes, com incidência por uma única vez usando-se alíquotas uniformes
em todo o território nacional.
Essas alíquotas poderão ser
específicas por unidade de medida (metro cúbico, por exemplo) e diferenciadas
por produto. Já o crédito não poderá ser aproveitado pelo comprador se o
produto for destinado à distribuição, comercialização ou revenda.
No caso dos biocombustíveis
e do hidrogênio de baixa emissão de carbono, o regime fiscal favorecido para
diferenciá-los dos de origem fóssil não precisará mais ser para os produtos
destinados ao consumo final.
Compras públicas
Para as compras públicas, a PEC prevê a destinação integral da
arrecadação do IBS e da CBS referente à compra para o órgão contratante da compra
ou serviço. Isso ocorrerá por meio da redução a zero das alíquotas dos demais
entes e elevação da alíquota do ente contratante em igual montante. As regras
valerão para a administração direta, autarquias e fundações públicas.
A proibição constitucional
para os entes federativos de instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou
serviços uns dos outros é estendida a autarquias e fundações e à Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos.
Sociedades cooperativas
Quanto às sociedades cooperativas, a fim de assegurar sua
competitividade, a lei complementar definirá hipóteses em que o IBS não
incidirá nas operações realizadas entre a cooperativa e os cooperados e entre
cooperativas e quando os créditos serão transferidos entre eles.
Nesse caso, o regime
específico será optativo.
Planos de saúde
A lei deverá prever ainda regimes específicos para planos de assistência
à saúde e concursos de prognósticos com alterações de alíquotas, mudanças nas
regras de creditamento e na base de cálculo ou mesmo nas situações em que o
imposto será calculado com base na receita ou faturamento com alíquota uniforme
no Brasil.
Essas hipóteses valerão
ainda para serviços financeiros e operações com imóveis, definidos pela PEC da
seguinte forma:
· Serviços financeiros:
- operações de crédito, câmbio, seguro, resseguro, consórcio,
arrendamento mercantil, faturização e securitização, previdência privada,
capitalização, arranjos de pagamento, operações com títulos e valores mobiliários
e outras que impliquem captação, intermediação, gestão ou administração de
recursos; e
- outros serviços prestados
por entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central.
· Operações com bens imóveis:
- construção e incorporação imobiliária;
- parcelamento do solo e
alienação de bem imóvel;
- locação e arrendamento de
bem imóvel; e
- administração e
intermediação de bem imóvel.
Dentre os serviços
financeiros, não haverá regime específico para tarifas e comissões, mas os
demais serviços deverão ter alíquotas e bases de cálculo que mantenham, de modo
geral, por cinco anos, a carga tributária dos tributos extintos.
Devido ao caráter de
financiamento habitacional, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
poderá contar com alíquotas e base de cálculo diferenciadas em relação aos
demais tipos de empréstimos, inclusive com incidência do regime específico
sobre tarifas e comissões envolvidas nas operações de crédito.
Outros fundos garantidores
ou executores de políticas públicas também poderão contar com essa regra.
Tratado internacional
Contarão ainda com regime específico as operações alcançadas por tratado
ou convenção internacional, inclusive referentes a missões diplomáticas,
repartições consulares, representações de organismos internacionais e
respectivos funcionários acreditados.
Transportes
Alíquota menor e regras diferentes de creditamento poderão ser
concedidas por lei complementar a serviços de transporte coletivo de
passageiros nos modais rodoviário intermunicipal e interestadual, ferroviário e
hidroviário.
Demais setores
O texto inclui em regime específico diversos outros setores para os
quais poderá haver alíquota menor, diminuição da base de cálculo ou mudança nas
regras de apuração de créditos do IBS:
· serviços de hotelaria;
· parques de diversão;
· parques temáticos;
· bares e restaurantes;
· agências de viagens e de turismo;
· clubes de futebol empresa; e
· aviação regional.
Na maior parte dos setores ou atividades listadas, o texto permite a dispensa
de quatro requisitos do IBS:
· alíquota específica de cada ente
federativo (estados e municípios);
· alíquota de cada ente igual para
todas as operações;
· IBS total igual à soma das
alíquotas do estado e do município de destino da operação; e
· não cumulatividade por meio da
compensação de créditos.
Incentivo para montadoras
Na versão aprovada, a PEC 45/19 renova incentivo fiscal federal para
montadoras instaladas ou que venham a se instalar nas regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste (exceto Distrito Federal) com a concessão de crédito presumido da
Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
Inicialmente, o crédito será
equivalente a 9,6% do tributo, diminuído anualmente em 20% de 2029 a 2032,
último ano do benefício, quando será equivalente a 1,92%.
Poderão contar com o
incentivo as montadoras já instaladas nessas regiões em relação à produção de
veículos com motor elétrico ou híbridos (elétrico com biocombustível líquido
misturado ou não com derivados de petróleo).
As montadoras deverão ter
projetos aprovados até 31 de dezembro de 2024 ou novos projetos aprovados até
31 de dezembro de 2025 que ampliem ou reiniciem a produção em planta industrial
utilizada em projetos ativos ou inativos anteriormente habilitados (caso da
fábrica da BYD na Bahia).
A concessão do incentivo
poderá ser condicionada à realização de investimentos produtivos e em pesquisa
e desenvolvimento de inovação tecnológica.
Modelos flex
O novo benefício será estendido também a montadoras que produzam
veículos flex (álcool e gasolina), contanto que iniciem a produção de veículos
elétricos ou híbridos elétricos até 1º de janeiro de 2028.
Outra condição será assumir
compromisso em relação a volume mínimo de investimentos, volume mínimo de
produção e manutenção da produção por prazo mínimo, inclusive após o
encerramento do benefício.
As regras da renovação do
incentivo se aplicam ainda à produção de partes e peças destinadas aos veículos
beneficiados.
Compensação
Os créditos apurados poderão ser compensados com débitos próprios
relativos a tributos federais e não poderão ser transferidos a outro
estabelecimento da pessoa jurídica.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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Cesta básica, combustível, medicamentos e serviços: o que muda com reforma tributária
Publicado em
18/12/2023
às
12:00
Impactos do novo sistema variam conforme setor
da economia
Aprovada na sexta-feira (15/12/2023) após 30 anos de discussão, a
reforma tributária simplificará a tributação sobre o consumo e provocará
mudança na vida dos brasileiros na hora de comprar produtos e serviços.

Cesta básica, medicamentos,
combustíveis, serviços de internet em streaming, os produtos são diversos. Com
uma longa lista de exceções e de alíquotas especiais, o novo sistema tributário
terá impactos variados conforme o setor da economia. Paralelamente, pela
primeira vez na história, haverá medidas que garantam a progressividade na
tributação de alguns tipos de patrimônio, como veículos, e na transmissão de
heranças.
Ao longo do próximo ano, o
Congresso terá de votar leis complementares para regulamentar a reforma
tributária. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os projetos serão
enviados nas primeiras semanas de 2024.
Também no próximo ano, o
governo poderá dar início à reforma do Imposto de Renda, com mudanças como a
taxação de dividendos (parcela de lucros das empresas distribuídos aos
acionistas). Nesse caso, porém, as mudanças ocorrerão por meio de projeto de
lei, com quórum menor de votação.
Confira como a reforma
tributária mudará o dia a dia do consumidor:
Cesta básica
Um dos itens que mais gerou
polêmica na reforma foi a tributação da cesta básica. O Senado havia criado
duas listas de produtos. A primeira com a cesta básica nacional, destinada ao
enfrentamento da fome. Essa cesta terá alíquota zero e poderá ter os itens
regionalizados por lei complementar.
Os senadores haviam criado uma
segunda lista, chamada de cesta básica estendida, com alíquota reduzida para
40% da alíquota-padrão e mecanismo de cashback (devolução parcial de tributos)
a famílias de baixa renda. O relator da reforma na Câmara, deputado Aguinaldo
Ribeiro (PP-PB), no entanto, retirou essa lista, sob o argumento de que boa
parte dos alimentos é beneficiada pela alíquota reduzida para insumos
agropecuários.
O impacto final sobre os
preços, no entanto, ainda é desconhecido. No fim de junho, a Associação
Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou um relatório segundo o qual
a cesta básica poderia subir 59,83% em média com a redação anterior
da reforma tributária, que reduzia pela metade a alíquota do Imposto sobre
Valor Adicionado (IVA) dual.
O estudo, no entanto, foi
contestado por economistas, parlamentares e membros do próprio governo. Na
época, o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da
Fazenda, Bernard Appy, disse que o novo sistema baratearia a cesta básica.
O relator da reforma na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB),
apresentou um estudo do Banco Mundial, segundo o qual a carga tributária sobre
a cesta básica cairia 1,7%, em média, com a alíquota de IVA dual reduzida em
50%.
A disparidade nas
estimativas ocorre porque atualmente muitos produtos da cesta básica são
tributados em cascata, com os tributos incidindo sobre o preço na etapa
anterior da cadeia, antes de chegarem aos supermercados. A isenção atual de
tributos federais sobre os produtos da cesta barateia os produtos por um lado,
mas por outro lado impede o aproveitamento de créditos tributários, devoluções
de tributos pagos nas etapas anteriores da cadeia produtiva.
No sistema de IVA dual, a
devolução dos créditos tributários, segundo o governo, compensaria a cobrança
de impostos. A alíquota do IVA dual só será definida após a reforma tributária.
O relatório da Abras usou uma alíquota de IVA de 12,5%, pouco menos da metade
da provável alíquota cheia de 27,5% estimada por economistas, para justificar
um eventual encarecimento da cesta básica.
O novo redutor de 60% e a
futura alíquota zero deverão baratear os produtos da cesta básica, mas o
cálculo sobre o impacto final só poderá ser feito quando a reforma tributária
entrar em vigor. Itens mais industrializados, com cadeia produtiva mais longa,
deverão ter redução maior de preços. Alimentos in natura ou pouco processados
deverão ter leve redução ou até leve aumento porque terão poucos créditos
tributários.
Medicamentos
O texto aprovado prevê a
alíquota reduzida em 60% para medicamentos e produtos de cuidados básicos à
saúde menstrual. O Senado incluiu na lista de alíquota reduzida produtos de
nutrição enteral e parenteral, que previnem ou tratam complicações da
desnutrição.
Segundo especialistas, a
reforma não deverá trazer grandes impactos sobre o preço dos medicamentos. Isso
ocorre por dois motivos.
Primeiramente, os medicamentos genéricos estão
submetidos a uma legislação específica. Além disso, a Lei 10.047, de 2000,
estabelece um regime tributário especial a medicamentos listados pelo
Ministério da Saúde.
O Senado também incluiu na
isenção de IVA a compra de medicamentos e dispositivos médicos pela administração
pública e por entidades de assistência social sem fins lucrativos. A Câmara dos
Deputados tinha zerado a alíquota para medicamentos usados para o tratamento de
doenças graves, como câncer.
Combustíveis
A reforma tributária
estabelece um regime de tratamento diferenciado para combustíveis e
lubrificantes. O IVA dual, com alíquota única em todo o território nacional e
variando conforme o tipo de produto, será cobrado apenas uma vez na cadeia
produtiva, no refino ou na importação. A mudança segue uma reforma proposta em
1992.
Durante a tramitação no
Senado, no entanto, foi incluída a possibilidade de cobrança do Imposto
Seletivo, tributo sobre produtos que gerem danos à saúde e ao meio ambiente,
sobre combustíveis e petróleo (para a extração de petróleo e de minérios,
haveria alíquota de 1%). Durante a votação na Câmara nesta sexta-feira, o PSOL
tentou elevar essa alíquota, mas os deputados derrubaram o destaque.
Segundo o Centro Brasileiro
de Infraestrutura (CBIE), o imposto seletivo deve gerar R$ 9 bilhões em
arrecadação, considerando apenas a exploração de petróleo, sem os demais
minérios.
Segundo o Instituto
Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o regime diferenciado levará a uma forte
alta do preço final aos consumidores.
Especialistas, no entanto, afirmam que o
impacto é incerto porque muitos pontos do regime diferenciado para os
combustíveis serão definidos por lei complementar e a reforma prevê a
possibilidade de concessão de créditos tributários. Além disso, o impacto só
será conhecido após a definição da alíquota cheia do IVA dual.
Veículos
A cobrança de Imposto sobre
a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) passará a incidir sobre veículos
aquáticos e aéreos, como jatos, helicópteros, iates e jet ski. A reforma também
estabelece que o imposto passará a ser progressivo conforme o impacto ambiental
do veículo. Veículos movidos a combustíveis fósseis pagam mais. Veículos
movidos a etanol, biodiesel e biogás e os carros elétricos pagarão menos IPVA.
O Senado acatou uma emenda
da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) e incluiu a compra de automóveis por
taxistas e pessoas com deficiência e autismo entre os itens com alíquota zero.
O benefício existe atualmente e seria extinto com a reforma tributária.
Em julho/2023, durante a
primeira votação na Câmara, os deputados criaram uma lista de exceção para
evitar a cobrança sobre veículos usados para a agricultura e para serviços. A
relação abrange os seguintes tipos de veículos: aeronaves agrícolas e
certificadas para prestar serviços aéreos
a terceiros; embarcações de pessoa
jurídica com outorga de serviços de transporte aquaviário; embarcações de
pessoa física ou jurídica que
pratique pesca industrial, artesanal, científica
ou de subsistência; plataformas que se locomovam na água sem reboques (como
navio-sonda ou navio-plataforma); e tratores e máquinas agrícolas.
No Senado, a prorrogação,
até 2032, de um incentivo para montadoras das regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste elevou as tensões. Na primeira votação, em julho, a Câmara havia
derrubado a prorrogação desse incentivo. Na primeira versão do relatório no
Senado, o incentivo foi prorrogado apenas para a produção de carros elétricos,
mas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa estendeu o benefício a
montadoras de veículos movidos a biodiesel e a veículos híbridos movidos a
biodiesel e a gasolina.
Isso gerou mal-estar entre
os governadores do Sul e do Sudeste, que alegaram desigualdade de condições com
as montadoras instaladas nas duas regiões. Na sexta-feira, o relator Aguinaldo
Ribeiro concordou em manter o benefício no texto-base, mas destacar esse ponto.
Diferentemente da primeira votação na Câmara, onde o incentivo obteve 307
votos, um a menos que os 308 necessários, os deputados mantiveram o benefício
por 341 votos a favor, 153 contra e quatro abstenções.
Fonte:
Fenacon/ Agência Brasil
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Confira as principais mudanças na reforma tributária no Senado
Publicado em
02/11/2023
às
10:00
A reforma tributária no Senado entrou em uma fase decisiva com a
apresentação do parecer a ser votado na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ). Entregue pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da proposta, o
texto deve ser votado até 7 de novembro de 2023 na comissão, segundo as
estimativas iniciais.
O parecer manteve a maior parte da proposta para simplificar e
reformular os tributos sobre o consumo, aprovada no início de julho pela Câmara
dos Deputados, como a unificação de tributos federais na Contribuição sobre
Bens e Serviços (CBS) e dos tributos estaduais e municipais no Imposto sobre
Bens e Serviços (IBS), e a cobrança no destino (local do consumo), com uma
regra de transição longa para os tributos regionais e rápida para os tributos
federais.
O texto, no entanto, trouxe alterações. De 663 emendas apresentadas no
Senado, Braga acolheu, parcial ou totalmente, 183. As principais foram a
criação de uma trava para a carga tributária (peso dos tributos sobre a
economia), a revisão periódica dos setores incluídos em regimes específicos de
tributação, a ampliação do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) e a inclusão
de serviços de profissionais liberais na alíquota reduzida de CBS e de IBS.
Confira as principais mudanças:
Trava
. Teto para manter constante a carga tributária sobre o consumo;
. Atualmente, esse teto corresponderia a 12,5% do PIB;
. A cada 5 anos, seria aplicada uma fórmula que considera a média da
receita dos tributos sobre consumo e serviços entre 2012 e 2021;
. Fórmula será calculada com base na relação entre a receita média e o
Produto Interno Bruto (PIB, bens e serviços produzidos no país);
. Caso o limite seja superado, a alíquota de referência terá de cair;
. Redução seria calculada pelo Tribunal de Contas da União, baseado em dados
dos entes federativos e do futuro Comitê Gestor do IBS.
Regimes diferenciados
. Inclusão dos seguintes setores em regimes diferenciados de tributação:
- operações relativas a tratados internacionais;
- saneamento e concessão de rodovias;
- compartilhamento de serviços de telecomunicações;
- agências de viagem e turismo;
- transporte coletivo rodoviário (intermunicipal e interestadual),
ferroviário, hidroviário e aéreo.
. Retomada dos benefícios fiscais ao setor automotivo até 2025:
- em julho, a Câmara havia rejeitado prorrogação de incentivos;
- benefícios seriam convertidos em crédito presumido da CBS, crédito que
dá direito a desconto no pagamento de impostos futuros.
. Revisão a cada 5 anos dos regimes especiais:
- setores beneficiados deverão seguir metas de desempenho econômicas,
sociais e ambientais;
- dependendo da revisão, lei determinará regime de transição para a
alíquota padrão.
. Manutenção dos produtos e insumos agropecuários entre itens com
alíquota reduzida.
Profissionais liberais
. Serviços prestados por profissionais liberais - como advogados,
médicos, dentistas, arquitetos e demais profissionais do tipo - terão desconto
de
30% na alíquota;
. Na prática, a mudança beneficia apenas empresas, escritórios e
clínicas que faturem mais de R$ 4,8 milhões por ano. Isso porque a maior parte
dos profissionais autônomos, que ganham abaixo desse valor, está incluída no
Simples Nacional.
Cesta básica
. Restrição do número de produtos com alíquota zero, com desmembramento
em duas listas:
- cesta básica nacional, com alíquota zero, e caráter de enfrentamento à
fome;
- cesta básica estendida, com alíquota reduzida para 40% da alíquota
padrão e mecanismo de cashback (devolução parcial de dinheiro);
- cesta nacional poderá ser regionalizada, com itens definidos por lei
complementar.
Cashback na conta de luz
. Devolução obrigatória de parte dos tributos na conta de luz para
família de baixa renda;
. Ressarcimento ocorreria no momento da cobrança, entrando como desconto
na conta de luz;
. Detalhes a serem regulamentados por lei complementar.
Imposto seletivo
. Cobrança sobre produtos que gerem danos à saúde ou ao meio ambiente;
. Alíquotas definidas por lei;
. 60% da receita vai para estados e municípios;
. Princípio da anualidade: cobrança só poderá começar no ano seguinte à
sanção da lei;
. Imposto regulatório: não tem objetivo de arrecadar, mas regular
mercado e punir condutas prejudiciais;
. Produtos:
- possibilidade de cobrança sobre combustíveis;
- alíquota de 1% sobre extração de recursos naturais não renováveis,
como minério e petróleo;
- cobrança armas e munições, exceto as usadas pela administração
pública;
. Exclusão da incidência sobre:
- telecomunicações;
- energia;
- produtos concorrentes com os produzidos na Zona Franca de Manaus.
Zona Franca de Manaus
. A Câmara tinha incluído o imposto seletivo sobre produtos concorrentes
de fora da região para manter competitividade da Zona Franca;
. Relator trocou o imposto seletivo por Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (Cide).
Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional
. Fundo que ajudará o desenvolvimento de regiões de menor renda;
. Aumento da verba de R$ 40 bilhões para R$ 60 bilhões anuais;
. Transição para o aumento:
- Fundo começaria com aportes de R$ 8 bilhões em 2029 até chegar a R$ 40
bilhões no início de 2034;
- Em 2034, aportes subiriam R$ 2 bilhões por ano até atingir R$ 60
bilhões em 2043.
. Divisão dos recursos:
- 70% pelos critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE);
- 30% para estados mais populosos.
Limites a unidades da Federação
. Mantido artigo incluído de última hora na Câmara que autoriza estados
e Distrito Federal a criar contribuição sobre produtos primários e
semielaborados para financiar infraestruturas locais;
. Restrições:
- Permissão apenas a fundos estaduais em funcionamento em 30 de abril de
2023
- Com a regra, apenas Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará
poderão manter contribuição;
- Contribuição só poderá ser cobrada até 2032, para evitar nova guerra
fiscal.
Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais
. Seguro-receita para compensação da perda de arrecadação dos entes
federativos com o fim de incentivos fiscais sobe de 3% para 5% do IBS;
. Mudança atende a pedido dos estados;
. Critérios de repartição:
- estados e municípios com maior perda relativa (em termos percentuais)
de arrecadação;
- receita per capita (por habitante) do fundo não pode exceder três
vezes a média nacional, no caso dos estados, e três vezes a média dos
municípios de todo o país, no caso das prefeituras.
Comitê Gestor
. Encarregado de gerir a cobrança e a arrecadação do IBS, Conselho
Federativo foi rebatizado de Comitê Gestor;
. Órgão passará a ter caráter exclusivamente técnico, assegurando
divisão correta dos recursos, sem capacidade de propor regulações ao
Legislativo;
. Presidente do Comitê Gestor terá de ser sabatinado pelo Senado.
Fonte: Agência
Brasil / Fenacon
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Novos tributos criados na "Reforma Tributária"
Publicado em
09/07/2023
às
16:00
Elaboramos uma
sinopse para os 3 novos grupos de tributos que serão criados com a denominada
"Reforma Tributária", em andamento no Congresso Nacional.
Os três novos grupos
de tributos são:
IBS - Imposto
sobre Bens e Serviços;
CBS - Contribuições
sobre Bens e Serviços;
IS - Impostos
Seletivos.
A seguir,
apresentamos os detalhes de cada grupo de tributos:
1)
IBS - IMPOSTO
SOBRE BENS E SERVIÇOS
O
IBS será de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Sua
criação está previsto na chamada "Reforma Tributária".
CARACTERÍSTICAS
O
projeto de Emenda Constitucional prevê que o IBS:
I
- incidirá sobre operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos,
ou com serviços;
II
- incidirá também sobre a importação de bens materiais ou imateriais, inclusive
direitos, ou de serviços realizada por pessoa física ou jurídica,
ainda que não
seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade;
II
- não incidirá sobre as exportações, assegurada ao exportador a manutenção dos
créditos relativos às operações nas quais seja adquirente de bem, material ou
imaterial, ou serviço;
IV
- terá legislação única aplicável em todo o território nacional;
V
- cada Estado ou Município fixará sua alíquota própria por lei específica;
VI
- a alíquota fixada pelo ente federativo será a mesma para todas as operações
com bens ou serviços, ressalvadas hipóteses específicas;
VII
- será cobrado pelo somatório das alíquotas do Estado e do Município de destino
da operação;
VIII
- será não cumulativo, compensando-se o imposto devido pelo contribuinte com o
montante cobrado sobre todas as operações nas quais seja adquirente de bem,
material ou imaterial, inclusive direito, ou serviço, excetuadas exclusivamente
as consideradas de uso ou consumo pessoal, nos termos da lei complementar;
IX
- não integrará sua própria base de cálculo nem a dos demais tributos;
X
- não será objeto de concessão de incentivos e benefícios financeiros ou
fiscais relativos ao imposto ou de regimes específicos, diferenciados ou
favorecidos de tributação, excetuadas as hipóteses previstas
constitucionalmente;
XI
- não incidirá nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; e
XII
- resolução do Senado Federal fixará alíquota de referência do imposto para
cada esfera federativa, nos termos de lei complementar, que será aplicada salvo
disposição em contrário em lei específica.
DEPENDÊNCIA
DE LEI COMPLEMENTAR
Lei
complementar disporá sobre:
I
- as regras para a distribuição do produto da arrecadação do imposto,
disciplinando, entre outros aspectos:
a)
a sua forma de cálculo;
b)
o tratamento em relação às operações em que o imposto não seja recolhido
tempestivamente;
c)
as regras de distribuição aplicáveis aos regimes específicos e diferenciados de
tributação previstos na Constituição Federal;
II
- o regime de compensação, podendo estabelecer hipóteses em que o
aproveitamento do crédito ficará condicionado à verificação do efetivo
recolhimento do imposto incidente sobre a operação, desde que:
a)
o adquirente possa efetuar o recolhimento do imposto incidente nas suas
aquisições de bens ou serviços; ou
b)
o recolhimento do imposto ocorra na liquidação financeira da operação;
III
- a forma e o prazo para ressarcimento de créditos acumulados pelo
contribuinte;
IV
- os critérios para a definição do ente de destino da operação, que poderá ser,
inclusive, o local da entrega, da disponibilização ou da localização do bem, o
da prestação ou da disponibilização do serviço ou o do domicílio ou da
localização do adquirente do bem ou serviço, admitidas diferenciações em razão
das características da operação;
V
- regimes específicos de tributação para:
a) combustíveis e
lubrificantes;
b) serviços financeiros,
operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e concursos de
prognósticos;
c) operações contratadas
pela administração pública direta, por autarquias e por fundações públicas;
d) sociedades cooperativas;
VI
- a forma como poderá ser reduzido o impacto do imposto sobre a aquisição de
bens de capital pelo contribuinte;
VII
- o processo administrativo fiscal do imposto;
VIII
- hipóteses de devolução do imposto a pessoas físicas;
IX
- os regimes aduaneiros especiais.
NORMAS
INFRALEGAIS - ADMINISTRAÇÃO DO IMPOSTO
Os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão de forma integrada,
exclusivamente por meio do Conselho Federativo do Imposto sobre Bens e
Serviços, nos termos e limites estabelecidos na Constituição e em lei
complementar, as competências administrativas relativas ao IBS, como normas
infralegais, arrecadação, compensação e distribuição do imposto entre Estados e
Municípios.
TRANSIÇÃO
De
2026 a 2028, o IBS será cobrado à alíquota estadual de 0,1% (um décimo por
cento), como forma de teste. A partir de 2029 a 2032, as alíquotas do ICMS e do
ISS serão reduzidas proporcionalmente à implementação do novo imposto, sendo
ambos (ICMS e ISS) extintos em 2033.
2)
CBS - CONTRIBUIÇÃO
SOBRE BENS E SERVIÇOS
A CBS
será de competência da União.
Está
previsto na chamada "Reforma Tributária".
CARACTERÍSTICAS
O projeto
de Emenda Constitucional prevê que a CBS:
I -
incidirá sobre operações com bens materiais ou imateriais, inclusive direitos,
ou com serviços;
II -
incidirá também sobre a importação de bens materiais ou imateriais, inclusive
direitos, ou de serviços realizada por pessoa física ou jurídica, ainda que não
seja contribuinte habitual da contribuição, qualquer que seja a sua finalidade;
II - não
incidirá sobre as exportações, assegurada ao exportador a manutenção dos
créditos relativos às operações nas quais seja adquirente de bem, material ou
imaterial, ou serviço;
IV - terá
legislação única aplicável em todo o território nacional;
V - lei
complementar poderá estabelecer o conceito de operações com serviços, seu
conteúdo e alcance, admitida essa definição para qualquer operação que não seja
classificada como operação com bens;
VI - a
alíquota fixada será a mesma para todas as operações com bens ou serviços,
ressalvadas hipóteses específicas;
VII -
será não cumulativa, compensando-se a CBS devida pelo contribuinte com o
montante cobrado sobre todas as operações nas quais seja adquirente de bem,
material ou imaterial, inclusive direito, ou serviço, excetuadas exclusivamente
as consideradas de uso ou consumo pessoal, nos termos da lei complementar;
VIII - lei
complementar poderá definir como sujeito passivo da CBS a pessoa que concorrer
para a realização, a execução ou o pagamento da operação, ainda que residente
ou domiciliada no exterior.
IX - não
integrará sua própria base de cálculo nem a dos demais impostos;
X - não
será objeto de concessão de incentivos e benefícios financeiros ou fiscais
relativos à contribuição ou de regimes específicos, diferenciados ou
favorecidos de tributação, excetuadas as hipóteses previstas
constitucionalmente;
XI - não
incidirá nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; e
XII -
resolução do Senado Federal fixará alíquota de referência da CBS, nos termos de
lei complementar, que será aplicada salvo disposição em contrário em lei
específica.
DEPENDÊNCIA
DE LEI COMPLEMENTAR
Lei
complementar disporá sobre:
I - as
regras para a distribuição do produto da arrecadação da contribuição,
disciplinando, entre outros aspectos:
a) a sua
forma de cálculo;
b) o
tratamento em relação às operações em que a CBS não seja recolhida
tempestivamente;
c) as
regras de distribuição aplicáveis aos regimes específicos e diferenciados de
tributação previstos na Constituição Federal;
II - o
regime de compensação, podendo estabelecer hipóteses em que o aproveitamento do
crédito ficará condicionado à verificação do efetivo
recolhimento da CBS
incidente sobre a operação, desde que:
a) o
adquirente possa efetuar o recolhimento da contribuição incidente nas suas
aquisições de bens ou serviços; ou
b) o
recolhimento da CBS ocorra na liquidação financeira da operação;
III - a
forma e o prazo para ressarcimento de créditos acumulados pelo contribuinte;
IV - os
critérios para a definição do ente de destino da operação, que poderá ser,
inclusive, o local da entrega, da disponibilização ou da localização do bem, o
da prestação ou da disponibilização do serviço ou o do domicílio ou da
localização do adquirente do bem ou serviço,
admitidas diferenciações em razão
das características da operação;
V -
regimes específicos de tributação para:
a) combustíveis e lubrificantes;
b) serviços financeiros,
operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e concursos de
prognósticos;
c) operações contratadas
pela administração pública direta, por autarquias e por fundações públicas;
d) sociedades
cooperativas;
VI
- a forma como poderá ser reduzido o impacto da contribuição sobre a aquisição
de bens de capital pelo contribuinte;
VII - o
processo administrativo fiscal da contribuição;
VIII -
hipóteses de devolução da CBS a pessoas físicas;
IX - os
regimes aduaneiros especiais.
VIGÊNCIA
A CBS
começará a ser cobrada em 2027
EXTINÇÃO
DO PIS, COFINS E ALÍQUOTA ZERO DO IPI
A partir
de 2027 serão extintas as contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS.
Também a
partir de 2027 as alíquotas do IPI serão zeradas para todos os produtos da
respectiva tabela de incidência (TIPI).
ALÍQUOTAS
A alíquota
da CBS, no período de 2027 a 2033, será ajustada para compensar o fim do PIS e
da COFINS e da alíquota zero do IPI.
Na forma
definida em lei complementar, as alíquotas de referência serão revisadas
anualmente, durante os períodos de transição, visando à manutenção da carga
tributária.
3)
IS - IMPOSTOS SELETIVOS
Os denominados "Impostos Seletivos" (IS)
serão de competência da União.
Estão
previstos na chamada "Reforma Tributária".
OBJETIVOS E
ALCANCE
Os impostos
seletivos tem finalidade extrafiscal, destinados a desestimular o consumo de
determinados bens, serviços ou direitos.
É esperado
que tais impostos proporcionem ao governo federal aumento de arrecadação, com
baixo custo administrativo, onerando produtos cujo
consumo se queira
desestimular pelos supostos efeitos nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Não está
claro o elenco de produtos que serão atingidos pelo novo imposto, supondo-se
que sejam, entre outros, bebidas alcoólicas, cigarros, petróleo e combustíveis,
alimentos com alto teor gorduroso ou calórico, produtos de luxo (barcos, iates,
perfumes), etc.
Em tese, os
impostos seletivos substituirão, em parte, o IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), que terá suas alíquotas zeradas.
INCIDÊNCIA
A incidência
dos impostos seletivos será monofásica, sendo a tributação realizada apenas em
uma etapa do processo de produção e distribuição e nas importações.
O imposto
incidirá nas importações e não incidirá nas exportações, e a repartição de sua
arrecadação observará o atual modelo de repartição atual do IPI.
VIGÊNCIA
A cobrança
dos impostos seletivos está prevista para iniciar a partir de 2027.
Em resumo: a percepção é que a
dita "Reforma Tributária" visa aumentar a arrecadação tributária da União, dos
Estados e dos Municípios, pois não há qualquer garantia que as alíquotas
vigentes para os novos grupos de tributos situem-se em patamares razoáveis.
Fonte: Portal Tributário, com edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil
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