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Ex-diretor de empresa é condenado por sonegação de R$ 8 milhões em tributos
Publicado em
06/02/2024
às
14:00
A 22ª Vara Federal de Porto Alegre condenou o ex-diretor de uma rede de
farmácias pela supressão e redução de pagamentos de impostos em prejuízo
avaliado em aproximadamente R$ 8 milhões.
O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação narrando que o
ex-diretor e o seu sócio foram responsáveis pela sonegação de tributos federais
ao prestarem declarações falsas às autoridades fazendárias e ao terem deixado
de recolher, dentro do prazo legal, valores de Imposto de Renda Retido na Fonte
(IRPF), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o
Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS). Dessa forma, os denunciados teriam ocasionado
prejuízos de R$ 4.879.991,31 pelas declarações falsas aos agentes oficiais, e
de R$ 3.776.048,43 pelo não recolhimento devido de impostos, totalizando cerca
de R$ 8 milhões em tributos iludidos.
A defesa contestou, requerendo a absolvição sob os argumentos de
negativa de autoria e de exclusão da culpabilidade (que o réu não teve culpa
pelos fatos). Alternativamente, requereu ainda a desclassificação da acusação
de fraude nas declarações para a modalidade tentada.
O juízo da 22ª Vara Federal observou que a acusação do MPF postulou que
o não recolhimento devido dos tributos ocorreu entre outubro de 2016 e novembro
de 2107. Tendo em vista que a denúncia foi recebida em maio de 2021, e que o
delito de não recolhimento de tributos prescreve em quatro anos de acordo com a
Lei nº 8.137/90, o juízo reconheceu que somente o período de abril a novembro
de 2017 poderia ser considerado para o julgamento da acusação de fraude nos
recolhimentos.
Para o juízo, a materialidade do delito ficou comprovada a partir dos
documentos oficiais anexados ao caso. Já a autoria ficou evidenciada a partir
da comprovação de que o réu, ao lado de seu sócio, assumiu a condição de
diretor da rede em 2015.
Em depoimento prestado em juízo, o acusado disse ter herdado uma
situação difícil à frente da empresa, uma vez que o antigo controlador da
empresa foi preso no bojo da Operação Lava Jato, que foi então descoberta uma
fraude no balanço trabalhista da empresa e que, dessa forma, os bancos passaram
a não conceder mais créditos para a empresa.
O juízo considerou que a dificuldade financeira da empresa não justifica
a exclusão da culpa do réu: "Não se admite que a empresa adote a prática ilegal
como forma contumaz de manutenção dos negócios por longo período de tempo,
sendo razoável que se exija demonstração de medidas realizadas no objeto de saneamento
dos negócios, como por exemplo, a injeção de recursos próprios dos sócios, a
busca por créditos, o enxugamento da folha salarial (...)".
A alegação de que o delito teria sido apenas tentado não procedeu
perante o juízo, que observou que a rede de farmácia suprimiu informações,
deixando de aparecer no cadastro de devedores da Receita Federal, o que se
caracteriza como um crime concreto e executado.
O réu foi condenando à pena privativa de liberdade de três anos e seis
meses de reclusão e ao pagamento de 191 dias-multa, pena que, nos termos da
lei, foi substituída por duas restritivas de direitos, prestação pecuniária e
prestação de serviços à comunidade.
O outro sócio, por ter seu paradeiro desconhecido, foi citado por edital
e responde separadamente, em ação penal tramitando na mesma vara.
Nota M&M: Destacamos que esta decisão foi aplicada neste
processo específico, e pode servir como um norteador para futuras sentenças.
Porém, situações semelhantes poderão ter decisões diferentes, especialmente nas
esferas de primeiro e segundo graus.
Fonte:
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com edição do texto e "nota" da M&M
Assessoria Contábil
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Receita Estadual do RS "denuncia" ao Ministério Público sonegadores de ICMS
Publicado em
17/01/2024
às
14:00
Representações
Fiscais para Fins Penais entregues estão relacionadas a 175 Autos de Lançamento
fruto de trabalhos de auditoria fiscal
A Receita Estadual (RE) do RS encaminhou ao
Ministério Público (MP) uma nova relação de empresas apontadas por sonegação de
ICMS. Ao todo, foram entregues em 10/1/2024, Representações Fiscais para
Fins Penais contendo 175 Autos de Lançamento com indícios de cometimento de
crimes contra a ordem tributária. O valor é superior a R$ 920 milhões e abrange
o ICMS que deixou de ser recolhido, multas e juros.
As representações derivam de trabalhos de
auditoria fiscal realizados pelas delegacias da Receita Estadual do RS em
diversas regiões do estado e reúnem os Autos de Lançamento para os quais não
houve pagamento por parte do contribuinte. Os créditos relativos a esses autos
estão devidamente inscritos em dívida ativa. A iniciativa tem como objetivo
permitir a análise e a consideração quanto à oportunidade de oferecimento de
denúncia-crime contra os autuados por parte do Ministério Público, que
reestruturou recentemente a Promotoria de Combate aos Crimes contra a Ordem
Tributária.
Principais
ramos e irregularidades verificadas
Os Autos de Lançamento são referentes a
casos em que já foram esgotadas as oportunidades de regularização e defesa,
sendo fundamental, portanto, o trabalho integrado entre as instituições para
viabilizar a recuperação dos valores devidos à sociedade, agindo com rigor nos
casos de sonegação e fraude, conforme quadros abaixo.
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Texto:
Ascom Sefaz/Receita Estadual do RS, com edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil
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Tribunal mantém na prisão empresário gaúcho condenado por sonegação de impostos
Publicado em
09/09/2022
às
13:00
A empresa dele
era contratada por outras para baixar os valores das dívidas tributárias junto
à Receita Federal. Desembargadores rejeitaram recurso da defesa para que o empresário
usasse tornozeleira eletrônica
Empresário responde
pelos rendimentos obtidos ilegalmente por sua empresa entre os anos 2000 e
2003
Um empresário seguirá cumprindo pena no Instituto Penal Irmão Miguel Dário,
em Porto Alegre. A 7ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4)
rejeitou, por unanimidade, pedido da defesa para que ele fosse transferido para
prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
O Empresário está preso desde 25 de julho de 2022 para cumprir pena de
cinco anos e cinco meses de prisão no regime semiaberto por sonegação de
impostos. A execução da pena
passou para a Justiça Estadual, que poderá apreciar eventual novo pedido de
prisão domiciliar do empresário.
Em 2015, ele foi condenado a oito anos, quatro meses e
16 dias de prisão, inicialmente em regime fechado. Na ocasião, ele foi
responsabilizado por sonegar R$ 6.672.751,59 em impostos na declaração de
pessoa física e dos rendimentos obtidos por sua empresa.
A empresa dele era contratada por outras para baixar os
valores das dívidas tributárias junto à Receita Federal. A sentença do juiz da
22ª Vara Federal de Porto Alegre é de 21 de maio de 2015. A defesa sempre
sustentou que não houve fraude.
Três testemunhas arroladas pela defesa do empresário
afirmaram, na ocasião, que eram empregadas da empresa e alegaram que uma
terceira pessoa, que morreu em 2011, era a verdadeira administradora. O juiz
ressaltou, no entanto, que o empresário tinha 99% do capital social e que as
três testemunhas nunca tiveram vínculo oficial com a empresa, segundo os
documentos juntados.
Em 15 de março de 2017, o Tribunal Regional Federal da
4ª Região confirmou a condenação do empresário por sonegação de impostos, mas
diminuiu a pena em três anos. A decisão considerou que houve crime continuado -
quando o réu pratica mais de um crime da mesma espécie e recebe a pena
referente ao mais grave, em vez de a soma de todos - e reduziu a pena de oito
anos e quatro meses para cinco anos e cinco meses de reclusão a ser cumprida em
regime inicial semiaberto.
Contraponto
Procurado por GZH, o advogado que defende o empresário preferiu não se
manifestar.
Fonte: GZH, com edição do texto pela M&M Assessoria Contábil.
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