ANÁLISE DO
PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DE CONTROLES INTERNOS NO SETOR DE RECEBIMENTO DE
DOCUMENTOS DA AVEIRO CONTABILIDADE EIRELI - ME
RESUMO
Este trabalho expõe um estudo de caso que retrata a análise
da implantação do controle interno no setor de recebimento de documentos do
escritório Aveiro Contabilidade Eireli, com o propósito de apurar se tais
procedimentos estão adequados e atendem às necessidades de clientes e
colaboradores. O propósito desta pesquisa é mapear os métodos, examinar os
dados e propor melhorias, se necessário, com o intuito de adequar os
procedimentos de controle para que possam auxiliar a administração do
escritório na busca continua por melhorias no atendimento às necessidades dos
clientes. São apresentados conceitos a respeito de controladoria e auditoria
que tangem os controles internos através de pesquisas bibliográficas e
descritivas com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados, foram utilizados
a observação e um questionário aplicado aos colaboradores da empresa. Na
análise dos dados obtidos, constatou-se que a empresa estudada não adotava
nenhum tipo de controle interno no processo de recebimento dos documentos.
Palavras-chave: Controladoria. Controle Interno. Recebimento de Documentos.
Em dezembro de 2015, um estudo efetuado pela Associação de
Examinadores de Fraudes - ACFE (apud SEGURANÇA..., 2015), revelou:
Com base em dados de 2014, mostra que as empresas perdem, em
média, 5% de suas receitas por ano por causa de fraudes. O estudo foi realizado
com base em um questionário respondido por 1.483 investigadores de fraudes
corporativas em mais de 100 países. A perda média causada por fraudes nas
empresas chega a US$ 145 mil, embora 22% dos casos analisados pela ACFE tenham
sido perdas superiores a US$ 1 milhão.
Em um país onde as pequenas fraudes são comuns e a recessão
afeta cada dia mais empresas, a pesquisadora identificou a necessidade de
tornar o escritório de contabilidade onde atua mais produtivo e,
consequentemente, lucrativo, contudo, para isso, era necessária uma
reestruturação.
Decidiu-se iniciar essa reestruturação pela forma de
trabalho, pois, para oferecer um serviço eficaz é preciso garantir a
confiabilidade das informações que o escritório recebe de seus clientes. Essa
informação tem como porta de entrada no escritório o processo de recebimento de
documentos mensais para a contabilização e confecção de tributos, é a partir
desses documentos que são extraídas as informações para gerar os relatórios
contábeis que servirão de apoio na tomada de decisão.
Tornou-se, então, foco deste trabalho e desta
reestruturação, em primeiro lugar, garantir que essas informações cheguem com
qualidade e mantenham-se em segurança dentro do escritório. Assim, surgiu a
necessidade deste estudo sobre controles internos, que são os responsáveis por
salvaguardar os ativos das empresas, sejam eles financeiros ou físicos. Neste
estudo, o processo alvo foi o recebimento de documentos que foi implantando na
empresa Aveiro Contabilidade Eireli - ME.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Esta seção vai abordar os principais conceitos a respeito do
problema desta pesquisa.
2.1 CONTROLADORIA
Na definição de Oliveira, Hernandez e Silva (2014, p. 5), "a
controladoria passou a ser desenvolvida e divulgada nas últimas décadas", ainda
segundo eles, pode-se entender como controladoria "o departamento responsável
pelo projeto, pela elaboração, pela implementação e pela manutenção do sistema
integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada
entidade". Alves (2013) afirma que a controladoria está sendo considerada por
muitos autores como o atual estágio evolutivo da contabilidade.
Conforme mencionado por Mosimann et al. (1993, p. 96):
A controladoria pode ser conceituada como o conjunto de
princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências da administração,
economia, psicologia, estatística e principalmente da contabilidade, que se
ocupa da gestão econômica das empresas, com o fim de orientá-las para a
eficácia.
Com base na abordagem dos autores, a controladoria facilita
o fluxo das informações nas organizações, utilizando-se das demonstrações
contábeis, ligando a contabilidade e a administração das entidades.
2.2.1 Controles internos
2.2.2 Definição de
controles internos
"O controle interno compreende o plano de organização e
todos os métodos e medidas coordenados, adotados numa empresa para proteger
seus ativos, verificar a exatidão operacional e promover a obediência às
diretrizes administrativas estabelecidas" (PEREZ JR., 2010, p. 77).
Nascimento e Reginato (2009, p. 102) comentam que os
controles internos são uma ferramenta "apta a garantir a integridade das
informações sobre todos os eventos que dizem respeito às atividades da empresa,
possibilitando que elas revelem, com propriedade, os efeitos da ação gerencial".
Attie (2006, p. 114) descreve a função da contabilidade
como:
Instrumento de controle administrativo que é hoje
unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não esteja apoiado em
eficiente controle interno é, até certo ponto, inútil, uma vez que não é
possível confiar nas informações contidas nos seus relatórios.
Na definição de Lunkes (2010), é impossível definir um
conceito para controle, porém, os autores citados deixam clara a importância
dos controles internos para a contabilidade e que ambos devem estar alinhados
para garantir a veracidade das informações geradas pelas entidades.
2.2.3 Objetivos do
controle interno
Os principais objetivos dos controles internos, segundo
Soares Neto et al. (2015) são:
a)
verificar e assegurar o cumprimento às
políticas e normas da companhia;
b)
obter informações adequadas,
confiáveis, de qualidade e em tempo hábil, que sejam realmente úteis para as
tomadas de decisões;
c)
comprovar a veracidade de informes e
relatórios contábeis, financeiros e operacionais;
d)
proteger os ativos das entidades;
e)
prevenir erros e fraudes;
f)
servir como ferramenta para a
localização de erros e desperdícios;
g)
registrar adequadamente as diversas
operações;
h)
estimular a eficiência do pessoal;
i)
assegurar a legitimidade dos passivos
da empresa, com adequado registro e controle das provisões, perdas reais e
previstas;
j)
assegurar o processamento correto das
transações da empresa, bem como a efetiva autorização de todos os gastos
incorridos no período;
k)
permitir a observância e o cumprimento
da legislação em vigor.
Verifica-se, conforme a citação de Soares Neto et al.
(2015), que os objetivos dos controles internos têm sempre o intuito de munir a
alta administração com informações precisas e atuais em sua tomada de decisões,
além da preocupação com a constante mudança em torno dos controles internos.
2.2.4 Tipos de
controle interno
Para Crepaldi (2011), os controles contábeis são
compreendidos por métodos e procedimentos utilizados para garantir o patrimônio
e a propriedade dos seus componentes. São eles:
a)
segregação de funções: permite
independência entre as funções que executam tarefas operacionais, custódia de
bens patrimoniais e sua contabilização; ou, como cita Almeida (2010), não
permitir que pessoas com acesso aos registros contábeis guardem ativos da
empresa;
b)
sistema de autorização: conforme as
responsabilidades e os riscos envolvidos, as operações são controlados por
aprovações;
c)
sistema de registro: classifica os
dados dentro de um plano de contas formal, utiliza o plano de contas para registro
e preparação das demonstrações contábeis, e utiliza um manual descritivo no uso
das contas.
Perez Jr. (2010) afirma que os controles contábeis estão
diretamente ligados à proteção dos ativos e à validade dos registros contábeis.
Seus objetivos são: que as transações sejam registradas quando necessário,
permitindo a elaboração periódica de demonstrações contábeis e a manutenção do
controle contábil sobre os ativos e que os ativos registrados contabilmente
sejam comparados com as existências físicas em intervalos razoáveis e tomem-se
ações adequadas em relação a qualquer diferença constatada.
2.2.5 Princípios
fundamentais dos controles internos
Nascimento e Reginato (2009) citam 3 princípios, são eles:
ambiente de controle, princípios operacionais e princípios relacionados aos
recursos humanos.
Oambiente de controle é considerado o mais importante, pois
é baseado nele que são determinados os demais princípios, ele traduz a maneira
como os gestores querem conduzir sua organização, a forma como repassam isso
aos seus colaboradores.
Os princípios operacionais geralmente demandam investimento
financeiro, são a parte física como softwares, a elaboração de manuais, entre
outros suportes necessários para aplicação, revisão e monitoramento dos
controles internos.
Nascimento e Reginato (2009) falam dos princípios
relacionados ao pessoal, dos cuidados mínimos para que o desenvolvimento do
processo de controles internos seja implementado de forma que o pessoal
responsável por sua execução esteja engajado e preparado para a tarefa.
No entendimento de Almeida (2008), os princípios contábeis
são:
a)
responsabilidade: cada funcionário e/ou
setor deve ter suas responsabilidades e tarefas definidas e limitadas, além de
registradas por escrito nos manuais internos;
b)
rotinas internas: devem ser determinadas no manual de controles
internos da empresa e conter os seguintes pontos: os tipos de formulários
internos e externos a serem usados e como devem ser preenchidos; comprovação da
execução dos controles internos; e os procedimentos internos dos variados
setores da organização;
c)
acesso aos ativos: devem ser limitados
e controlados, sejam de forma direta (fisicamente) ou indireta (preparação de
documentos);
d)
segregação de funções: Assi (2014) diz
que a principal chave de controle dos controles internos é a segregação de
funções. Quando duas partes de uma transição são processadas por diferentes
indivíduos, um tem a oportunidade de checar a atuação do outro, logo, a
segregação é uma barreira para a ocorrência de fraudes ou omissão, pois passa a
ser necessária a participação de pelo menos dois colaboradores para que o ato
fraudulento seja executado. Do ponto de vista de Almeida (2010, p. 46), "a
segregação de funções consiste em estabelecer que uma mesma pessoa não pode ter
acesso aos ativos e aos registros contábeis, devido ao fato de essas funções
serem incompatíveis dentro do sistema de controle interno";
e)
confronto dos ativos com os registros:
deve-se estabelecer formas de confrontar os ativos com os seus respectivos
registros, a fim de detectar possíveis fraudes por parte de funcionários que
tenham acesso aos mesmos.
Conforme mencionado por Assi (2014, p. 120):
Poderemos implantar o melhor sistema de controle interno que
imaginarmos, mas, se não existirem pontos de checagem/controle e pessoas com
cultura de controle e principalmente imbuídas em trabalhar ou exercer suas
atividades sem negligenciar a execução das tarefas a elas designadas, não
haverá resultados positivos. Vale ressaltar que a índole das pessoas ainda é ponto
primordial para a excelência dos resultados dos controles internos.
Os autores concordam no que diz respeito aos limites dos
controles internos, as pessoas responsáveis pela sua aplicação e execução e a
forma como elas agem determinam os limites dos controles.
2.2.6 Sistemas de
controle interno
Para Assi (2014), um dos grandes desafios para a
implementação de um sistema de controles internos está em transmitir a todos os
envolvidos nos processos internos da organização o porquê de sua necessidade.
Mesmo com a divulgação na mídia de escândalos e perdas milionárias por falta ou
falha nos sistemas de controles internos, muitos ainda acreditam que processos
de controles internos são burocráticos e atrapalham os negócios.
Lunkes (2010) entende que um eficiente sistema de controle
interno age, então, na minimização das oportunidades de possíveis atos
fraudulentos que possam ser praticados por controladores, gestores ou outros
colaboradores, fornecendo segurança razoável às atividades de gestão.
2.2.7 Documentação
dos controles
Para Attie (2006), após escolhida a metodologia de trabalho,
o auditor deve documentar o controle interno através dos papéis de trabalho.
Esses serão divididos conforme as necessidades do auditor. "Basicamente, a
documentação envolve os critérios relativos à obtenção do conhecimento, ao
registro do controle identificado e à revisão do registro efetuado" (ATTIE,
2006, p. 212).
Ainda conforme Attie (2006), existem 3 formas de registros
dos procedimentos do controle interno: descritiva, fluxogramas e questionários.
A forma de registro depende da preferência do auditor. Regra
geral, a utilização de fluxogramas é aplicável a todos os trabalhos e tende a
facilitar a compreensão da matéria em exame, sendo a forma descritiva mais
aplicada onde a utilização de fluxogramas é antieconômica ou em controles que
estão sendo modificados.
O autor destaca a importância do registro nos documentos,
visto que não há como ter controle sem registros.
2.2.8 Avaliação
dos controles internos pelos auditores
Attie (2006) diz que para avaliar o controle interno
primeiro é preciso conhece-lo e registra-lo, após, o auditor deve adotar uma
posição crítica e independente. Attie (2006, p. 216) afirma que ainda que "o
controle interno em estudo seja bom, é inadmissível que não possa ser alterado
para melhor, mesmo que a alteração seja pequena e que o todo não precise ser
reformulado".
Segundo Perez Jr. (2010, p. 81) complementa:
Para avaliar o sistema de controle interno de uma rotina
operacional é necessário, em primeiro lugar, conhecer o funcionamento do
sistema. Esse conhecimento pode ser obtido através da leitura de manuais de
procedimentos da empresa auditada ou, o que e mais comum, mediante entrevistas
com o responsável pela operação.
Para o autor, os auditores utilizam-se de questionários para
auxiliá-los na avaliação dos controles internos, e estão atentos a uma resposta
"não" que pode sinalizar problemas.
No entendimento de Crepaldi (2011, p. 399):
O auditor independente executa os seguintes passos na
avaliação do controle interno:
a) levanta o sistema de controle interno;
b) verifica se o sistema levantado é o que está sendo seguido
na prática;
c) avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato
erros e irregularidades;
d) determina o tipo, a data e o volume dos procedimentos de
auditoria.
Crepaldi (2011) fala sobre os "fluxogramas como técnica
analítica, que utiliza símbolos e descreve uma rotina passo a passo em um ou
mais departamentos, evidenciando o movimento de documentos desde sua origem até
sua disposição final" (CREPALDI, 2011, p. 404). O autor lista também vantagens
e desvantagens dos fluxogramas, são elas:
a)
vantagens: fácil visualização de todo o
sistema, facilidade de atualização e facilidade de ser integrado a outro
fluxograma;
b)
desvantagens: exige o conhecimento de
símbolos e descreve o passo a passo de forma abreviada, o que pode ocasionar em
dificuldade de interpretação (CREPALDI, 2011).
Por isso o autor aconselha a união de fluxogramas e uma
descrição narrativa a fim de esclarecer o passo a passo (CREPALDI, 2011).
Para os autores citados, o conhecimento do processo e os
questionários são formas eficazes de avaliação dos controles internos, além dos
relatórios sobre as melhorias que devem ser feitas sempre que um controle
interno passar por avaliação.
2.2.9 Cultura de
controle
Composta por fatores que exercem influência sobre o ambiente
de controle, e que, normalmente, estão relacionados aos objetivos do negócio.
Assi (2014) cita alguns desses fatores identificáveis:
a)
filosofia e o estilo operacional da
gerência;
b)
a estrutura organizacional;
c)
o funcionamento dos comitês;
d)
métodos de delegação de autoridade e
responsabilidade;
e)
métodos de controle da gerência para
monitorar e acompanhar o desempenho.
Assi (2014) ainda ressalta que, a um pequeno deslize no
exercício do sistema de controles internos, todos se acham no direito de
efetuar desvios no processo. Fica assim evidenciada a importância da alta
administração no processo.
2.2.10 Ambiente de
controle
Para Dias (2010), o ambiente de controle abrange fatores
intangíveis como competência técnica e compromisso ético, que são essenciais à
efetividade dos controles internos, além da postura da alta administração, que
desempenha papel determinante, pois devem deixar claro a seus comandados quais são
as políticas, os procedimentos, o código de ética e de conduta da organização.
Perez Jr. (2010) abrange os seguintes elementos do ambiente
de controle:
a)
comunicação e aplicação de integridade
e valores éticos;
b)
compromisso com a competência;
c)
participação dos responsáveis pela
governança;
d)
filosofia e estilo operacional da
administração;
e)
estrutura organizacional;
f)
atribuição de autoridade e
responsabilidade;
g)
políticas e práticas de recursos
humanos.
Os conceitos dos autores citados tendem aos mesmos objetivos,
ou seja, todos eles citam a importância das pessoas para a definição do
ambiente de controle na empresa, principalmente, da alta administração.
2.3 ORGANIZAÇÕES CONTÁBEIS
De acordo com Decreto Lei n 9.295
(BRASIL, 1946):
Art 25. são considerados trabalhos técnicos de contabilidade:
organização e execução de serviços de contabilidade em geral; escrituração dos livros de
contabilidade obrigatórios, bem como de todos os necessários no conjunto da
organização contábil e levantamento dos respectivos balanços e demonstrações; perícias judiciais ou
extrajudiciais, revisão de balanços e de contas em geral, verificação de
haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, regulações judiciais ou
extrajudiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos Conselhos Fiscais
das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica
conferidas por lei aos profissionais de contabilidade.
O Conselho Federal de Contabilidade, na resolução n.º
1.390 (CFC, 2012), Art. 1°, define:
"as Organizações Contábeis que exploram serviços contábeis são obrigadas a
obter o Registro Cadastral no Conselho Regional de Contabilidade da jurisdição
da sua sede, sem o que não poderão iniciar suas atividades".
2.3.1 Rotinas
internas de escritórios contábeis
Conforme o artigo 25, do Decreto-Lei 9295 (BRASIL, 1946),
capítulo IV - DAS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS. "São considerados trabalhos
técnicos de contabilidade:
a)
organização e execução de serviços de
contabilidade em geral;
b)
escrituração dos livros de contabilidade
obrigatórios, bem como de todos os necessários no conjunto da organização
contábil e no levantamento dos respectivos balanços e demonstrações;
c)
perícias judiciais ou extrajudiciais,
revisão de balanços e de contas em geral, verificação de haveres, revisão
permanente ou periódica de escritas, regulações judiciais ou extrajudiciais de
avarias grossas ou comuns, assistência aos Conselhos Fiscais das sociedades
anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei
aos profissionais de contabilidade.
Art. 26. "Salvo direitos adquiridos ex-vi do disposto no
art. 2º do Decreto nº 21.033, de 8 de Fevereiro de 1932, as atribuições
definidas na alínea c do artigo anterior são privativas dos
contadores diplomados" (BRASIL, 1946).
3 ANÁLISE DE
DADOS
Para atingir os objetivos deste artigo utilizou-se de
pesquisa descritiva, na abordagem do problema empregou-se pesquisa qualitativa,
quanto aos procedimentos, pesquisas bibliográficas e como método, o estudo de
caso.
3.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Quanto à coleta de dados para realizar o estudo de caso na
Aveiro Contabilidade Eireli foram utilizados os seguintes instrumentos: a
observação e questionários, descritos a seguir.
3.2 DO OBJETO DE
ESTUDO
O objeto de estudo desta pesquisa trata-se de um escritório
de contabilidade com razão social Aveiro Contabilidade Eireli - ME, com o
código 69.20-6-01 e descrição da atividade econômica principal - Atividades de
contabilidade, o escritório está localizado na cidade de Cachoeirinha/RS, conforme
registros internos.
Trata-se de uma empresa familiar que conta com uma equipe de
sete colaboradores e com um sócio fundador, que é o responsável técnico. Com
mais de 20 anos de atuação no mercado, passou por algumas alterações
societárias e, em sua razão social, possui clientes de diversos ramos, em sua
maioria localizados em Porto Alegre e região metropolitana.
A Aveiro Contabilidade divide suas atividades em setores
para facilitar ao cliente o direcionamento no atendimento de acordo com o
assunto. Os setores do escritório são os seguintes:
a)
departamento de pessoal;
b)
departamento fiscal;
c)
departamento contábil;
d)
departamento societário.
3.3
PRINCIPAIS ATIVIDADES REALIZADAS PELO ESCRITÓRIO
As principais atividades exercidas pelo escritório são
relatadas a seguir:
a)
departamento pessoal: admissões, cálculos de
férias, 13º salários, rescisões, folhas de pagamento, incluindo empresas e
domésticos, cálculo e apuração de encargos trabalhistas, DARFs . Envio de
Obrigações acessórias mensais e anuais solicitação de CND, informe de
rendimentos e assuntos previdenciários;
b)
departamento fiscal: cálculo de tributos mensais,
sejam eles federais, estaduais e municipais; registro e escrituração de livros
e outras obrigações mensais e anuais. Baixas de inscrições nas esferas
municipal, estadual e federal, solicitação de CND e atendimentos a todos os
tipos de parcelamentos, pessoa jurídica e pessoa física;
c)
departamento contábil: elaboração e entrega de
todas as obrigações contábeis anuais e mensais; escrituração dos livros razão e
diário, elaboração das demonstrações contábeis exigidas pela legislação
vigente, análise das demonstrações contábeis, controle dos bens do ativo
permanente;
d)
societário: constituições e extinção de empresas,
alterações contratuais, cadastros nos órgãos governamentais e profissionais e registro de livros contábeis e
fiscais.
3.4 DOCUMENTOS E/OU INFORMAÇÕES NECESSÁRIOS
AO DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO NO ESCRITÓRIO
Para a realização das rotinas mensais, o
escritório necessita de documentos que comprovem a movimentação da empresa,
esses devem ser enviados ao escritório para a realização das atividades mensais sempre até o 4º dia útil do mês
posterior a movimentação. A seguir alguns exemplos de documentos e informações:
a)
departamento de pessoal: documentos para admissão
de empregados e rescisões contratuais; planilhas de variáveis que compõem os
salários, controle de horário dos funcionários; atestados médicos e demais
comprovantes dos funcionários.
b)
departamento fiscal: as notas fiscais de compra de
mercadorias, matérias-primas, ativo imobilizado, uso e consumo, de vendas e
prestação de serviços e todas as notas fiscais de operações realizadas pela
empresa.
c)
departamento contábil: a contabilidade precisa
receber todos os documentos que comprovem a movimentação da empresa no mês,
sendo que as movimentações devem estar registradas em documentos válidos
segundo a legislação e devidamente preenchidos com os dados da empresa.
4.5 COLETA DE DADOS
4.5.1 Observação
informal
Uma das formas de coletas de dados escolhida para esta
pesquisa foi a observação informal, pois foi essencial para pesquisadora
analisar sem interferir no funcionamento do processo, o que possibilitou
identificar como acontece o processo de recebimento de documentos. A seguir a
descrição do mesmo.
Vamos chamar a antiga forma de recebimento dos documentos de
processo informal. Não existia nenhum tipo de processo definido para os
documentos dentro do escritório, apenas um acordo informal entre colaboradores
de como os documentos deviam ser tratados ao chegarem ao escritório.
Todos os clientes com movimentação financeira devem enviar
todos os meses ao escritório um conjunto de documentos (conforme descritos no
item 4.3) que são utilizados para fazer a contabilização, a folha de pagamento,
o cálculo de tributos e demais obrigações da empresa (conforme descrito no item
4.2). Alguns entregam o material pessoalmente no escritório ou através de
motoboy, outros ainda contam com um funcionário do escritório que vai buscar na
empresa os documentos, isso variando de acordo com o contrato do cliente para
com o escritório.
No último dia do mês, solicitava-se via e-mail aos clientes
a liberação e o envio dos documentos para o escritório. Independente da forma
como chegavam ao escritório, os documentos iam direto para a mesa do
colaborador responsável pela escrituração das notas fiscais e pelo cálculo dos
tributos, ele colocava-os em saquinhos plásticos, e fazia a identificação
através de folha impressa com mês/ano e nome do cliente. Após a utilização dos
documentos, o colaborador colocava-os em caixas dentro do armário número um.
Ali, os documentos ficavam até o espaço das caixas fosse totalmente preenchido,
ou até o funcionário ter tempo para colocá-los nas caixas de arquivo morto, na
sala de arquivo, o que, muitas vezes, não ocorria por falta de tempo do
colaborador ou de espaço na sala de arquivo, logo, os documentos ficavam sobre
a mesa da sala de arquivo até que a contabilidade os examinasse e identificasse
os documentos faltantes, solicitando-os aos clientes.
Nesse processo foram identificados os seguintes problemas:
a)
ao chegarem ao escritório os documentos
eram conferidos por apenas um colaborador, que estava com pressa para executar
a função, pois tem prazo a cumprir na entrega das declarações e dos tributos a
serem pagos pelo cliente;
b)
não eram checados todos os documentos
que o cliente enviava, apenas os que seria utilizado pelo setor de escrita
fiscal;
c)
os envelopes entregues pelos clientes
quase sempre vêm abertos ou com documentos soltos, quando colocados juntos na
mesa do colaborador, misturavam-se e acabavam, por vezes, por serem colocados
junto aos de outras empresas;
d)
não havia uma lista/relatório ou nenhum
outro tipo de controle para registrar o dia em que o documento havia chegado ao
escritório e quais documentos foram enviados pelo cliente;
e)
os documentos ficavam acumulados nas
mesas dos colaboradores, o que facilitava a perda de documentos, dificultava o
trabalho e poluía o ambiente visualmente;
f)
quando solicitado pelo cliente o envio
por e-mail de algum documento que tinha sido enviado ao escritório, o
colaborador quase nunca sabia por onde começar a procurar ou onde estava esse
documento, visto que não havia local fixo para sua disposição;
g)
sempre que um documento não era
encontrado isso gerava um desconforto entre a equipe, além do tempo perdido
para procurar documentos que, por vezes, estavam "guardados" em locais
inapropriados;
h)
o acúmulo de documentos em locais
inapropriados comprometia a higiene do local e a saúde dos funcionários;
i)
caso o cliente não enviasse os
documentos para o escritório, isso só era percebido quando algum dos
colaboradores precisasse da documentação, isso poderia ocorrer bem mais tarde,
visto que, para alguns clientes, os documentos necessários para cálculo de
tributos (NF) são importados pelo setor de escrita fiscal.
4.5.2 Avaliação
dos controles internos
Como nesta pesquisa a Empresa não possui manual de
procedimentos, utilizou-se de observação informal para avaliar o processo de
recebimento de documentos, além de questionários respondidos pelo responsável e
questionários respondidos pelos colaboradores da empresa.
4.5.3 Questionário
de avaliação dos controles internos
Adequação do questionário de Perez Jr. (2010) para a
pesquisa na empresa Aveiro Contabilidade Eireli - ME, respondido pelo responsável
pelo processo de recebimento de documentos de acordo com a situação encontrada
no escritório antes da implementação do processo de recebimento de documentos.
Quadro 1 - Questionário recebimento de documentos
Questionário de avaliação de controles internos.
|
Sim
|
Não
|
Observações.
|
1-
Existe um ponto central para
recebimento dos documentos no escritório?
|
|
X
|
|
2-
Todas os documentos precisam passar,
necessariamente, por esse ponto central?
|
|
X
|
|
3-
São preparados relatórios de
recebimento assinados para os documentos recebidos?
|
|
X
|
|
4-
Os documentos recebidos são
confrontados com a lista de clientes que devem enviar documentos ao
escritório?
|
|
X
|
|
5-
Há registro em relatórios se foram
recebidos pelo escritório os documentos obrigatórios (extratos, notas
fiscais, notas com retenções) dos clientes?
|
|
X
|
|
6-
Os documentos são enviados ao arquivo
com o relatório de documentos recebidos?
|
|
X
|
|
7-
A contabilidade confere novamente os
documentos com o relatório?
|
|
X
|
|
8-
O acesso ao local de recebimento dos
documentos e aos relatórios de recebimento é permitido somente aos
funcionários autorizados?
|
|
X
|
|
9-
Existem manuais de políticas e
procedimentos específicos para recebimentos de documentos?
|
|
X
|
|
10-
Estão devidamente aprovados e
atualizados (revisão periódica)?
|
|
X
|
|
Fonte: a autora (2016)
O questionário aplicado tem 100% de respostas "não", ou
seja, conforme a citação de Perez Jr. (2010, p. 81), na subseção 2.2.13 desta
pesquisa, não há apenas indicio de problemas e sim a comprovação de que a falta
de um processo controlado de recebimento de documentos afetam o bom andamento
dos serviços prestados pelo escritório, visto que não há nenhuma garantia de
que o escritório irá receber os documentos de seus clientes, de que serão os
documentos corretos e confiáveis e que eles serão arquivados com a segurança
que necessitam.
Pondere-se ao fato de que nesses documentos constam os dados
que posteriormente serão transformados em informações que compõem as
demonstrações contábeis e que esses relatórios serão utilizados pelos clientes do
escritório para a tomada de decisão em suas empresas. Desta forma, a
implantação de controles é necessária para melhora nos serviços prestados pelo
escritório.
O mesmo questionário do quadro um foi aplicado novamente ao
responsável pelo processo de recebimento de documentos após sua implementação.
A seguir, constam as respostas.
Quadro 2 - Respostas do questionário
recebimento de documentos
Resposta
|
Questão 1
|
Questão 2
|
Questão 3
|
Questão 4
|
Questão 5
|
SIM
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
NÃO
|
|
|
|
|
|
Resposta
|
Questão 6
|
Questão 7
|
Questão 8
|
Questão 9
|
Questão 10
|
SIM
|
|
X
|
|
|
X
|
NÃO
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X
|
|
X
|
X
|
|
Fonte: a autora (2017)
As respostas negativas têm os seguintes comentários:
Questão 6: o relatório fica na rede e não acompanha os
documentos.
Questão 8: o armário número 1, onde ficam os documentos, é
de fácil acesso e fica aberto para que todos possam colocar os documentos
recebidos ali. O relatório também fica na rede, aberto a todos funcionários.
Questão 9: existem manuais, apenas fluxogramas e cartazes
ilustrativos sobre como funciona o processo.
Pelo questionário respondido para avaliação do processo
implantado, nota-se que apenas 30% das respostas são "nãos" uma diferença
significativa entre o processo informal anterior e o processo implantado que
foi pensado e programado para àtender as necessidades de informações e prazos
que a Aveiro necessita. Como todo processo, melhorias são sempre necessárias.
4.6 QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS
A seguir, reproduzimos as questões que foram aplicadas aos
colaboradores:
1- Como você qualifica o processo anterior (antes de
julho/2016) de recebimento de documentos?
2- Qual sua avaliação para o atual processo de recebimento
de documentos?
3- Como você classifica a confiabilidade nas informações
recebidas através dos documentos que chegam ao escritório?
4- Essa confiabilidade melhorou com o novo processo?
5- O novo processo de recebimento de documentos influenciou
os outros setores do escritório?
6- Como o novo processo influenciou os outros setores?
7- Em relação ao tempo de trabalho, está mais ágil com o
novo processo?
8- Devido ao grande número de exigências feitas pelos órgãos
governamentais às empresas, os escritórios contábeis trabalham com prazos
rígidos a cumprir. Numa escala de 1 a 5, onde 1 é nenhuma melhoria e 5 uma
melhora expressiva, você acredita que a agilidade na busca da informação
recebida melhorou?
9- Numa escala de 1 a 5, onde 1 é pouca dificuldade e 5
muita dificuldade, qual foi o nível de dificuldade que você encontrou na
adaptação ao novo processo de recebimento de documentos?
10- Numa escala de 1 a 5, onde 1 é nenhum benefício e 5
muitos benefícios, quanto esse novo processo beneficiou positivamente a relação
com o cliente?
11- O novo processo modificou positivamente a sua rotina de
trabalho? De acordo com a escala numérica, 1 é uma mudança muito positiva e 5,
nada positiva.
12- Após a experiência com a implementação do processo de
recebimento dos documentos, o quanto você julga necessária a implantação de
outros processos e controles internos na empresa? De acordo com a escala
numérica, 1 é nenhuma necessidade e 5, muita necessidade.
3.7 RESULTADO DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS COLABORADORES
Quadro 3 - Respostas do questionário aplicado aos
funcionários
Carimbo de data/hora
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Usuário
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Questão 1
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Questão 2
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Questão 3
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Questão 4
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2017/06/02 10:55:31 AM GMT-3
|
josehiller@aveirors.com.br
|
Regular
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Ótimo
|
Ótimo
|
Sim
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2017/06/02 11:19:27 AM GMT-3
|
fiscal@aveirors.com.br
|
Ruim
|
Bom
|
Bom
|
Sim
|
2017/06/02 11:25:34 AM GMT-3
|
fiscal2@aveirors.com.br
|
Ruim
|
Ótimo
|
Ótimo
|
Sim
|
2017/06/02 11:30:23 AM GMT-3
|
financeiro@aveirors.com.br
|
Ruim
|
Ótimo
|
Regular
|
Sim
|
2017/06/02 5:58:24 PM GMT-3
|
societario@aveirors.com.br
|
Bom
|
Bom
|
Bom
|
Sim
|
2017/06/02 6:17:12 PM GMT-3
|
pessoal@aveirors.com.br
|
Ótimo
|
Ótimo
|
Bom
|
Sim
|
2017/06/04 11:54:42 PM GMT-3
|
lucilainefarias@hotmail.com
|
Bom
|
Ótimo
|
Bom
|
Sim
|
Carimbo de data/hora
|
Usuário
|
Questão 5
|
Questão 6
|
Questão 7
|
Questão 8
|
2017/06/02 10:55:31 AM GMT-3
|
josehiller@aveirors.com.br
|
Sim
|
Positivamente
|
Sim
|
5
|
2017/06/02 11:19:27 AM GMT-3
|
fiscal@aveirors.com.br
|
Sim
|
Positivamente
|
Sim
|
5
|
2017/06/02 11:25:34 AM GMT-3
|
fiscal2@aveirors.com.br
|
Sim
|
Positivamente
|
Sim
|
4
|
2017/06/02 11:30:23 AM GMT-3
|
financeiro@aveirors.com.br
|
Sim
|
Positivamente
|
Sim
|
5
|
2017/06/02 5:58:24 PM GMT-3
|
societario@aveirors.com.br
|
Sim
|
Positivamente
|
Sim
|
4
|
2017/06/02 6:17:12 PM GMT-3
|
pessoal@aveirors.com.br
|
Sim
|
Positivamente
|
Sim
|
4
|
2017/06/04 11:54:42 PM GMT-3
|
lucilainefarias@hotmail.com
|
Sim
|
Positivamente
|
Sim
|
4
|
Carimbo de data/hora
|
Usuário
|
Questão 9
|
Questão 10
|
Questão 11
|
Questão 12
|
2017/06/02 10:55:31 AM GMT-3
|
josehiller@aveirors.com.br
|
2
|
5
|
1
|
3
|
2017/06/02 11:19:27 AM GMT-3
|
fiscal@aveirors.com.br
|
1
|
5
|
1
|
5
|
2017/06/02 11:25:34 AM GMT-3
|
fiscal2@aveirors.com.br
|
1
|
5
|
1
|
5
|
2017/06/02 11:30:23 AM GMT-3
|
financeiro@aveirors.com.br
|
1
|
5
|
1
|
5
|
2017/06/02 5:58:24 PM GMT-3
|
societario@aveirors.com.br
|
2
|
5
|
1
|
4
|
2017/06/02 6:17:12 PM GMT-3
|
pessoal@aveirors.com.br
|
1
|
4
|
1
|
4
|
2017/06/04 11:54:42 PM GMT-3
|
lucilainefarias@hotmail.com
|
1
|
5
|
1
|
5
|
Fonte: a autora (2017)
5 DIAGNÓSTICO COM
BASE NAS ANÁLISES REALIZADAS
As análises dos resultados do questionário respondido pelos
colaboradores do escritório demonstraram que existia a necessidade de implantar
um processo organizado para o recebimento de documentos, visto que o processo
informal não atendia às necessidades da empresa
Após a implantação do primeiro processo de recebimento dos
documentos, a pesquisadora passou a utilizar os colaboradores como fonte de
sugestões para as alterações que o processo necessitou neste período, as quais
foram feitas em conjunto e utilizaram as ideias dos colaboradores, pois acredita-se
ser importante permitir sua participação efetiva para que eles sintam-se parte
do processo. Viu-se que isso refletia positivamente no processo, que era
realizado com mais entusiasmo, além do fato de que os colaboradores sentiram-se
úteis e importantes no processo. A pesquisadora chegou a tal conclusão através
do questionário e de conversas informais com os colaboradores.
Em relação aos clientes, observou-se uma melhora no retorno
quanto a problemas com documentos que estavam ou não no escritório, ou seja,
quando um cliente liga e solicita algum documento que foi enviado ao escritório
na documentação mensal, o retorno para esse cliente ficou mais rápido, visto
que o processo permite que todos saibam onde os documentos encontram-se de
acordo com o período do mês. Também tornou-se mais fácil pedir um documento que
o cliente não enviou, devido ao check list de entrada permitir a confirmação ou
não do recebimento do documento pelo escritório. O que antes era motivo de mal
estar entre as partes envolvidas, agora trata-se de um processo mais seguro
durante a solicitação, pois há a certeza de que o escritório não recebeu o
documento. Essas mudanças foram identificadas pela pesquisadora através do
questionário e de observação informal na empresa.
Através das pesquisas
bibliográficas, dos questionários e das observações informais feitas ao longo
deste trabalhou identificou-se a necessidade da Aveiro Contabilidade rever o
seu processo de recebimento de documentos, assim, a pesquisadora apresenta uma
sugestão de melhoria para este processo que não era revisto há seis meses.
Identificou-se que o departamento fiscal, devido aos prazos curtos com que
trabalha, tem a necessidade de ter o primeiro contato com os documentos e não a
contabilidade, como era feito anteriormente. No anexo nº 8 é apresentado o fluxograma dessa
sugestão.
Desta forma, recomenda-se que a Aveiro Contabilidade Eireli
- ME designe um funcionário para ser o responsável pelos controles internos. A
pesquisadora acredita que, assim, os controles internos serão vistos como uma
obrigação tão importante quanto as outras obrigações da empresa. É recomendada
também uma revisão em todos os seus processos, estabelecendo controles internos
mais rígidos, a realização de mais treinamentos, de reuniões trimestrais para
avaliação dos controles, além da criação de um manual de controles internos
para determinar as atividades e as responsabilidades de cada setor e
colaborador, pois o manual é fundamental para o melhor entendimento e para a
aplicação dos controles na rotina da empresa.
6 CONCLUSÃO
Durante o desenvolvimento deste estudo, fez-se necessário o
entendimento dos conceitos de controladoria, controles internos e também o
desenvolvimento de técnicas de observação para entender e identificar o
processo que foi base deste estudo.
Já na análise de dados, foram apresentadas as conclusões que
a pesquisadora evidenciou na observação informal e as respostas do questionário
aplicado aos colaboradores da empresa Aveiro Contabilidade, com o objetivo de
analisar a implantação do primeiro processo de recebimento de documentos e
sugerir sua atualização de forma que sejam atendidas as necessidades da
empresa. Para tanto, observou-se como ocorria o processo de recebimento de
documentos e com base nessas informações, foi feita sua comparação com a
implantação dos controles internos no setor.
No decorrer do estudo foi possível observar que havia a
necessidade de implantação de controles, que essa necessidade inicial foi
atendida com a implantação do primeiro processo, mas que ele encontrava-se
defasado devido às constantes mudanças que a empresa sofre no ambiente interno
e externo e precisa de adequação.
A pesquisadora apresenta como sugestão de continuidade deste
artigo a implementação de processos e controles nos demais setores da empresa,
além de um trabalho de treinamento e conscientização junto aos clientes da
Aveiro Contabilidade a respeito da importância da qualidade dos documentos para
as demonstrações contábeis e para suas empresas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Marcelo
Cavalcanti. Auditoria: Um curso
moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
ASSI, Marcos. Controles internos e cultura
organizacional: como consolidar a confiança na gestão dos negócios. 2. ed.
São Paulo: Saint Paul, 2014.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 3.
ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BRASIL. Decreto-Lei n.º 9.295, de
27 de maio de 1946. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del9295.htm>. Acesso em: 19 mar. 2017.
______. Resolução n.º 1.390, de 30 de março de 2012. Disposição sobre o Registro
Cadastral das Organizações Contábeis. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1390.doc>. Acesso em: 19 mar. 2017.
CREPALDI, Silvio Aparecido.
Auditoria Contábil: Teoria e
Prática. 7. ed. São Paulo. Atlas. 2011.
DIAS, Sergio Vidal dos
Santos. Manual de Controles Internos: Desenvolvimento
e implantação, exemplos e processos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2010.
LUNKES, Rogério João. Controle de Gestão: Estratégico,
Tático, Operacional, Interno e de Risco. São Paulo: Atlas, 2010.
MOSIMANN, Clara
Pellegrinello et al. Controladoria: seu
papel na administração de empresas. Florianópolis: UFSC, 1993.
NASCIMENTO, Auster Moreira;
REGINATO, Luciane. Controladoria: um
enfoque na eficácia organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
OLIVEIRA, Luiz Martins;
HERNANDEZ JUNIOR, José Perez; SILVA, Carlos Alberto Santos. Controladoria Estratégica. 10. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
PEREZ JR, José Hernandez. Auditoria de Demonstrações Contábeis,
Normas e Procedimentos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SEGURANÇA e simplicidade. Revista Transparência, São Paulo, ano
5, n. 20, dez. 2015. Disponível em:
<http://www.ibracon.com.br/revistatransparencia/index.php?edicao=20>.
Acesso em: 19 maio 2017.
SOARES NETO, Aderson de
Castro; SOUZA, Ailton Fernando de; FARIA, Anderson de Oliveira; YOSHITAKE, Mariano; ARIEDE, Marcia
Sousa Nascimento. Controladoria para
gestão empresarial. São Paulo: IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2015.
Por Pâmela Santos de Oliveira/Lilian Martins/Patrícia Coelho
Motta
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